sexta-feira, 5 de abril de 2013

Pressionado, Feliciano cancela viagem à Bolívia

Congresso VEJA


Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara não vai mais visitar torcedores corintianos presos há 42 dias na cidade boliviana de Oruro

Gabriel Castro, de Brasília
Centro Penitenciário São Pedro em Oruro, na Bolívia
Centro Penitenciário São Pedro em Oruro, na Bolívia - Luiz Maximiano
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP), cancelou a viagem que faria à Bolívia na próxima semana. O parlamentar havia agendado uma visita aos doze corintianos presos há 42 dias na cidade de Oruro após a morte do garoto Kevin Espada, em fevereiro. Mas, depois de mais uma conversa com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Feliciano desistiu da viagem.
Henrique Alves, a quem cabe regimentalmente o dever de autorizar as viagens em missão oficial, não estava muito disposto a permitir a saída de Feliciano; alegava que outros parlamentares já haviam tomado a iniciativa de visitar os torcedores. O presidente da Câmara tem feito críticas públicas à postura de Feliciano à frente da comissão.


A assessoria de Feliciano nega que a desistência tenha relação com a pressão de Alves pela sua renúncia ao cargo e diz que o próprio deputado resolveu adiar a viagem porque um outro grupo de parlamentares embarcou nesta sexta-feira para a Bolívia com o mesmo objetivo. A assessoria não descarta que o deputado visite os prisioneiros em outra ocasião.
O requerimento que trata da viagem à Bolívia foi sugerido por Feliciano e havia sido aprovado na última quarta-feira, em reunião da Comissão de Direitos Humanos. O deputado embarcaria provavelmente na noite da próxima terça-feira, acompanhado de Antônia Lúcia (PSC-AC), primeira vice-presidente da comissão, e Anderson Ferreira (PR-PE), terceiro vice-presidente.
STF - Feliciano tem depoimento marcado para esta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado é acusado de estelionato por não ter comparecido a dois cultos no Rio Grande do Sul após ter recebido 13 300 reais para participar dos eventos.
O ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, determinou que o depoimento deverá ocorrer a portas fechadas. A defesa de Feliciano afirma que o deputado se ausentou por razões de saúde, e diz que ele já devolveu o dinheiro.

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