sábado, 30 de março de 2013

Pesquisadores criam formigas-robô que reproduzem comportamento de colônias

Tecnologia    VEJA

Pesquisadores criam formigas-robô que reproduzem comportamento de colônias

Os micro-robôs se deslocaram por um labirinto utilizando os mesmos mecanismos de orientações dos insetos

Alice
As formigas robóticas Alice: micro-robôs em forma de cubo de aproximadamente 21 milímetros (Divulgação)
Pesquisadores conseguiram reproduzir o comportamento de uma colônia de formigas utilizando robôs em miniatura em forma de cubos com cerca de 2 centímetros, batizados de Alice. O estudo, publicado no periódico PLoS Computational Biology, procurava entender como as formigas se orientam nos diversos túneis criados por elas, que formam verdadeiros labirintos que ligam o ninho até as fontes de alimento.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Do Ants Need to Estimate the Geometrical Properties of Trail Bifurcations to Find an Efficient Route? A Swarm Robotics Test Bed

Onde foi divulgada: periódico Plos Computational Biology

Quem fez: Simon Garnier, Maud Combe, Christian Jost e Guy Theraulaz

Instituição: Universidade Paul Sabatier, na França

Resultado: Os robôs reproduziram a forma que as formigas se deslocam por seus túneis, se guiando por trilhas deixadas por outros robôs (que, no caso das formigas, são feromônios) e escolhendo o caminho mais curto em bifurcações.

Saiba mais

Como funciona a orientação pelos feromônios
Se existe, por exemplo, um caminho A, mais curto, e um caminho B, mais longo, ligando o ponto de partida até o alimento, as formigas que seguirem pelo caminho A vão conseguir ir e voltar mais rapidamente. Isso significa que a quantidade de feromônios acumulados nesse trajeto será maior do que no outro caminho, mais longo. Com isso, mais formigas vão escolher o caminho A, e vão progressivamente deixar mais feromônios nele, até que o caminho mais longo seja abandonado.
Os insetos utilizados como referência foram as formigas argentinas (Linepithema humile), que se guiam na natureza por trilhas de feromônios (substância química que permite o reconhecimento de animais da mesma espécie) deixadas por outros indivíduos. Esse comportamento foi reproduzido nos robôs por meio de uma trilha de luz emitida por eles e captada pelos outros “Alices” por meio de dois sensores de luz que mimetizam as antenas das formigas.
No início do experimento, como não havia nenhuma trilha de luz no labirinto criado para reproduzir os túneis das formigas, os robôs tendiam a escolher, a cada bifurcação, os caminhos que os desviavam menos da trajetória inicial. Mas ao detectar uma trilha de luz, eles passavam a segui-la. O mesmo é observado nas formigas: elas tendem a escolher, em bifurcações, o caminho que se desvia menos de onde elas estão vindo, por ser a opção que requer um esforço menor. Porém, quando há feromônios, elas passam a seguir a direção na qual a presença dessa substância é mais intensa.
“Em resumo, de um lado está o feromônio, que permite que as formigas escolham um caminho — frequentemente o mais curto —, e do outro lado está a geometria assimétrica das bifurcações, que reduz as chances de que as formigas escolham o caminho errado e se percam. A combinação dos dois fatores aumenta a habilidade da colônia de selecionar o caminho correto mesmo em ambientes complexos”, disse Bem Hinnant, um dos autores do estudo, ao site de VEJA.
Dessa forma, os pesquisadores descobriram que os robôs não precisavam estar programados para calcular a geometria das bifurcações, e conseguir, assim, se deslocar pelo labirinto numa reprodução do comportamento dos insetos. As formigas argentinas têm visão ruim e se movem rápido demais para poder fazer cálculos sobre suas decisões de caminhos. O fato de os robôs, que não foram programados para realizar cálculos, terem se comportado da mesma forma que as formigas mostra que um processo cognitivo complexo não é necessário para que os membros das colônias se movam de forma eficiente em seus complexos labirintos.
 

Cientistas exploram fundo do mar sul-africano em busca de peixe mítico

Exploração marítima

Cientistas exploram fundo do mar sul-africano em busca de peixe mítico

Equipe de mergulhadores fará buscas diárias às grutas de Jesser Canyon, localizadas na baía de Sodwana, no Oceano Índico sul-africano

Celacanto capturado por pescadores na costa do Quênia em abril de 2001
Celacanto capturado por pescadores na costa do Quênia em abril de 2001 (Simon Maina/AFP)
Uma equipe de mergulhadores e cientistas franceses e sul-africanos vai lançar, nas próximas semanas, uma expedição na África do Sul em busca do celacanto, peixe mítico das grandes profundezas considerado desaparecido há muito tempo. A expedição Gombessa, como o celacanto é chamado localmente, está prevista para se estender de 5 de abril a 15 de maio, informou nesta sexta-feira o Museu Nacional de História Natural (MNHN) de Paris.
A empreitada reunirá em torno do mergulhador e naturalista francês Laurent Ballesta uma equipe de mergulhadores especialmente treinados para alcançar grandes profundidades, cientistas do Instituto Sul-africano para a Biodiversidade Aquática (SAIAB) e seis cientistas do MNHN e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS). Um gigante pacífico com 2 metros de comprimento, o celacanto foi reencontrado em 1938, na costa leste da África do Sul. "Nós acreditávamos que ele tivesse desaparecido há 70 milhões de anos. O achado é considerado a grande descoberta zoológica do século XX", afirmou o museu em comunicado.
O celacanto "traz em si os traços da mudança dos peixes para os primeiros vertebrados terrestres de quatro patas": esboços de membros em quatro de suas nadadeiras e uma bolsa de ar que seria o vestígio de um pulmão primitivo. Ele é, segundo o museu, "a testemunha viva e inesperada da saída das águas há 370 milhões de anos". Entretanto, muito pouco se sabe hoje sobre o modo de vida deste animal raro que vivia a mais de 100 metros de profundidade, e do qual poucas observações diretas puderam ser feitas.
Para chegar até o peixe, Laurent Ballesta e sua equipe de mergulhadores deverão, diariamente, retornar às grutas de Jesser Canyon, na baía de Sodwana (Oceano Índico), a 120 metros de profundidade. Assim que tiverem feito contato com o animal, eles colocarão em andamento os protocolos científicos concebidos pela equipe de cientistas do MNHN e do CNRS, chefiada pelo paleontólogo Gael Clément, e os biólogos sul-africanos Kerry Sink e Angus Paterson. A expedição pode ser acompanhada pelo site www.coelacanthe-projet-gombessa.com.
(Com agência France-Presse)

Governo chinês abre guerra contra a Apple

Consumo

Governo chinês abre guerra contra a Apple 

Pequim ameaça ação regulatória se empresa não melhorar seu pós-venda no país

Criança na China utiliza o iPad
Criança na China utiliza o iPad (Andy Wong/AP)
O governo chinês intensificou uma campanha pública contra a Apple: os chineses chamaram a empresa americana de "desonesta", "gananciosa" e "incomparavelmente arrogante". Pequim ameaçou com uma ação regulatória caso a companhia não melhore seus serviços de pós-venda no país.
Leia também:

Segundo anúncio da Administração Estatal para Indústria e Comércio, realizado nesta quinta-feira na rádio nacional, a Apple sofrerá severas consequências, asseguradas por leis e regulamentações, se não alterar, por exemplo, a política de garantia de seus produtos.
A ação, de acordo com o governo chinês, é uma resposta às reclamações dos consumidores. Segundo uma reportagem veiculada na emissora estatal de televisão China Central, a Apple trata seus clientes de forma inadequada e com indiferença. Um dos descasos é a dificuldade que os consumidores do país têm encontrado para trocar os dispositivos com defeitos.
Para analistas, a estratégia do governo é comprometer a atuação da Apple no país. Atualmente, a China é o segundo maior mercado da Apple depois dos Estados Unidos. Tim Cook prevê que os asiáticos vão superar os americanos em volume de vendas. Essa é a razão pela qual especialistas chineses acreditam que a campanha é uma manobra estatal para beneficiar marcas locais de inovação, como a Lenovo, a Huawei e a ZTE.

Filme


Ataque sofrido pela web foi robusto, mas localizado

Internet

Ataque sofrido pela web foi robusto, mas localizado

Apesar de ter utilizado um tráfego gigantesco, com picos de 300 gigabytes por segundo, o episódio afetou apenas alguns países. O Brasil escapou

Rafael Sbarai
Hacker em um teclado luminoso
(Thinkstock)
Um conflito digital entre o grupo inglês Spamhaus, organização sem fins lucrativos que combate o spam na internet, e a companhia holandesa Cyberbunker, especializada na hospedagem de serviços on-line, estremeceu o mundo digital nas últimas semanas. De acordo com informações publicadas na rede britânica BBC desta quarta-feira, um conflito entre as partes provocou uma operação na rede conhecida como ataque de negação de serviço (DDoS) – conhecida por causar o engarrafamento de dados na rede – provocando lentidão no acesso à internet por milhões de usuários ao redor do planeta. A história, contudo, não teve esse desfecho. A operação em destaque foi vigorosa - a maior já registrada na história da rede -, mas restrita a alguns países. Brasileiros conectados, por exemplo, não foram afetados.


Segundo informações da rede britânica, a organização Spamhaus sofreu uma série de ataques crackers entre os dias 18 e 26 de março depois de adicionar os serviços da Cyberbunker a uma lista de bloqueio de spam, alegando que a companhia holandesa e seus clientes eram uma fonte de mensagens indesejadas e infectadas por vírus. Assim, os usuários não conseguiriam mais acessar sites hospedados no serviço.

A Cyberbunker, por sua vez, emitiu um comunicado oficial acusando a organização de abuso de poder por decidir quais dados poderiam ou não trafegar pela internet. Horas depois, foi iniciado um ataque para derrubar o Spamhaus ação que, segundo o grupo inglês, foi coordenada pelo o próprio Cyberbunker, com a ajuda de crackers. O objetivo era liberar serviços on-line indesejados que usem a internet para distribuir vírus aos usuários de internet.

De acordo com relatório divulgado pela CloudFare, empresa de proteção contra esses ataques – e contratada nos últimos dias pela própria Spamhouse para proteger as operações on-line da companhia –, o ataque apresentou um volume médio de tráfego de 75 gibabits por segundo (Gpbs) e atingiu um pico de 300 Gbps por segundo – em média esses ataques chegam a 50 Gbps por segundo. “Publicamente, é algo sem precedentes na história da internet”, explica Fabio Assolini, analista sênior de malware da Kaspersky Brasil, empresa que atua no desenvolvimento de soluções de segurança e de administração contra ameaças. “O volume corresponde a mais de 300.000 vezes uma conexão de 10 mbps, comum em residências e empresas”, garante.

Apesar da escala grandiosa do ataque, o problema não foi global – e não fez a internet parar. Segundo o CloudFare, apenas uma das mais de dez empresas que fazem parte do Tier 1 – companhias que mantém de fato a internet em funcionamento, como Telefonica, AT&T e Verizon – sofreram problemas de rede. “Esse fato já nos mostra que o problema foi localizado e não global”, explica Assolini. Relatório de monitoramento divulgado nesta semana pela Akamai, empresa americana que presta serviços de infraestrutura web, mostra que Reino Unido, Holanda, Alemanha e Estados Unidos foram os países mais afetados.

Aos usuários – maiores prejudicados nesses conflitos virtuais – há recomendações. “Eles devem se certificar a atualização dos sistemas operacionais de computadores e apresentar um serviço de antivírus para que a máquina não seja usada para esses ataques”, explica Satnam Narang, pesquisador da comunidade de segurança da Norton. "Além disso, evite clicar em links de e-mail com fontes desconhecidas", finaliza.

Chipre não vai deixar a zona do euro, diz presidente do país

Crise

Chipre não vai deixar a zona do euro, diz presidente do país

Nesta semana, o Prêmio Nobel Paul Krugman defendeu a sua saída imediata

O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, sorri ao deixar reunião em Bruxelas
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, sorri ao deixar reunião em Bruxelas  (Georges Gobet/AFP)
O presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, garantiu nesta sexta-feira que o país não vai abandonar a zona do euro, depois que o governo foi forçado a aceitar um plano de resgate da União Europeia para evitar a falência do país - o que implica numa reestruturação drástica do seu sistema bancário. A declaração de Anastasiades foi feita durante uma conferência anual de trabalhadores, em Nicósia, segundo a rede britânica BBC. Nesta semana, o economista americano e Prêmio Nobel Paul Krugman defendeu a saída imediata de Chipre da zona do euro, em um artigo divulgado no site do jornal The New York Times.


“O Chipre não tem intenção de deixar a moeda única europeia. De maneira alguma vamos colocar em risco o futuro do nosso país", disse o presidente. Segundo ele, a crise financeira foi "contida", após o acordo de 10 bilhões de euros de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE). Anastasiades acusou outros membros da zona do euro de fazer "exigências sem precedentes” que forçaram o Chipre a ser testado. O plano de resgate é o primeiro no bloco monetário da Europa a impor perdas a correntistas.

Após 12 dias fechados, os bancos cipriotas reabriram na quinta-feira sob fortes restrições. Em Nicósia, havia algum alívio com a reabertura dos bancos, mas também alguma apreensão. As filas de pessoas que tentavam sacar seu dinheiro eram grandes - a limitação de saque é de 300 euros (772 reais) por dia. Nesta sexta-feira, os bancos voltaram a funcionar em seus horários normais de trabalho, e não houve relatos de filas longas. Autoridades dizem que as regras emergenciais adotadas para limitar saques e impedir uma corrida aos bancos será temporária, mas economistas afirmam que será difícil revogá-las enquanto a economia estiver em crise.


Rejeição - Apesar de ser menos agressivo do que a primeira proposta, rejeitada pelo Parlamento cipriota, que taxava todos os depósitos do país, o plano sofreu forte oposição porque confisca parte de todas as poupanças acima de 100.000 euros. Nesta semana milhares de cipriotas saíram às ruas de Nicósia, capital do Chipre, para protestar contra o acordo, temendo que as medidas agravem a crise econômica e o desemprego.

O acordo selado em Bruxelas também prevê o fechamento do Laiki Bank (segunda maior instituição financeira do país) e sua divisão. A parte saudável do banco, formada por todos os depósitos garantidos pelo acordo com os credores, ou seja, inferiores aos 100.000 euros, passará a fazer parte do Bank of Cyprus, a maior instituição financeira do Chipre e que será reestruturada.

Chipre suspende restrição sobre transações com cartão

Crise do euro

Chipre suspende restrição sobre transações com cartão

Na quarta-feira, tinham sido proibidos os pagamentos e operações financeiras superiores a 5.000 euros sem autorização oficial, após drástico plano de resgate

Clientes do Banco do Chipre tentam usar caixa eletrônico. Chipre pode manter bancos fechados até terça-feira
Clientes do Banco do Chipre tentam usar caixa eletrônico. Chipre pode manter bancos fechados até terça-feira (Thanassis Stavrakis/AP)
O Banco Central do Chipre suspendeu nesta sexta-feira todas as restrições a transações locais com cartões de crédito e de débito, impostas no âmbito de um controle de capitais após um drástico plano de resgate internacional na ilha.
Em um novo decreto sobre o controle de capitais, o Banco Central modificou as restrições publicadas na quarta-feira, que proibiam pagamentos e transações superiores a 5.000 euros sem autorização oficial. "Os pagamentos ou transferências de dinheiro dentro do país mediante cartão de débito ou de crédito são autorizados sem restrições", diz a instituição.


O Chipre impôs o primeiro controle de capitais da história da zona do euro para evitar uma fuga maciça de dinheiro com a reabertura dos bancos na quinta-feira, depois de 12 dias de fechamento. Seguem em vigor um limite para retiradas até 300 euros por dia e por pessoa e a proibição de viajar ao exterior com mais de 1.000 euros em dinheiro vivo, entre outras medidas.
Nesta sexta-feira, os bancos voltaram a funcionar em seus horários normais de trabalho, e não houve relatos de filas longas. Autoridades dizem que outras regras emergenciais

Nova proposta de Hollande para taxar ricos irrita empresários

França

Nova proposta de Hollande para taxar ricos irrita empresários

Na quinta-feira à noite, o presidente francês apresentou uma nova versão de seu plano para taxar os mais ricos. Agora a proposta é que as empresas paguem os tributos e não as pessoas

Hollande: peço às Nações Unidas que forneçam imediatamente ao povo sírio todo o apoio que ele nos solicita e proteja as zonas libertadas
  François Hollande, presidente francês, quer que ricos ajudem a França a sair da crise Hollande: peço às Nações Unidas que forneçam imediatamente ao povo sírio todo o apoio que ele nos solicita e proteja as zonas libertadas (Eduardo Munoz / Reuters)
Na noite de quinta-feira o presidente socialista da França, François Hollande, ressuscitou a proposta de um superimposto de 75% sobre os salários milionários do país. Contudo, seu plano de transferir o ônus dos indivíduos para as empresas causou pouco entusiasmo dos parlamentares, inclusive os de esquerda, e desagradou fortemente os líderes empresariais. A diferença desta nova proposta para a anterior, que foi barrada pelo Conselho Constitucional do país, é que a alíquota tributária de 75% sobre rendimentos superiores a 1 milhão de euros por ano agora afete as empresas, não os indivíduos.

Com o novo plano ele quer obrigar os mais ricos a ajudarem a tirar a França da crise. Mas, além de o imposto reforçar a impressão de que Hollande é contra as empresas, a nova versão da proposta ainda projeta a geração de menos receita ao governo do que na versão anterior, que arrecadaria cerca de 200 milhões de euros (260 milhões de dólares) ao ano de cerca de 1.500 milionários franceses. "Não entendo o pensamento do presidente", disse Laurence Parisot, diretor da entidade empresarial Medef, qualificando a nova versão do superimposto como "um golpe ao setor empresarial."
Leia mais: Por que é ineficaz tributar pesadamente os mais ricos
Em 29 de dezembro do ano passado, o Conselho Constitucional francês, principal instância do Judiciário, anulou o imposto de 75% para os rendimentos superiores a um milhão de euros por dois anos, aprovado pelo governo de esquerda de Hollande. Isso aconteceu logo depois de o ator francês Gérard Depardieu se mudar para a Bélgica para pagar menos impostos. Na ocasião, o primeiro-ministro do país, Jean-Marc Ayrault, anunciara que o governo ia propor um novo dispositivo para poder aplicar o imposto.

Durante o Fórum Econômico de Davos, onde se reuniu com a elite empresarial do mundo em fevereiro, o ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici, apresentou novamente a ideia do "super imposto", explicando os objetivos desta tributação "excepcional" e enfatizando sua natureza transitória.

Argentina volta aos anos 80 e congela preços

Internacional    VEJA

Argentina volta aos anos 80 e congela preços

Governo Cristina Kirchner obriga supermercados a manter valores inalterados por 60 dias; FMI questionou nos últimos dias a veracidade de dados como a inflação e o PIB do país

Cristina Kirchner, presidente da Argentina
A presidente Cristina Kirchner tem utilizado de artificialismos para conduzir a economia da Argentina (Lorenzo Tarditti/EFE)
O governo argentino tomou uma medida populista e característica dos anos 80: obrigou os supermercados a congelar os preços pelos próximos 60 dias. Os consumidores vem reclamando dos altos preços dos produtos de primeira necessidade. A intervenção é mais um dos artificialismos econômicos criados pela presidente Cristina Kirchner. Nos últimos dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou a manipulação dos dados oficiais do país, como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação, que para o governo foi de 10,8% no ano passado e para institutos independentes de pesquisa ficou acima de 25%.
Os supermercados argentinos, que incluem grandes redes internacionais como a francesa Carrefour e a americana Walmart, se comprometeram a congelar os preços dos produtos a pedido da Secretaria de Comércio Interior. O ministro Guillermo Moreno ameaçou quem não cumprisse a ordem com punições. O acordo entre o governo e a associação dos supermercados do país vai até 1° de abril. Juan Vasco Martinez, presidente da Associação de Supermercados Unidos, confirmou que "todos os produtos dos supermercados" continuarão com os mesmos preços de 1º de fevereiro.
Segundo o jornal Clarín, o governo erra mais uma vez ao tentar frear a inflação com o congelamento de preços que começou nessa segunda-feira. O jornal é o principal opositor e alvo de constantes ataques do governo Kirchner. O periódico informa que o acordo pode ser ampliado para os fabricantes. Mas, por enquanto, a medida só comprometeu as grandes redes varejistas.
A cidade de Santa Fé, por exemplo, negou que tenha recebido qualquer comunicado do governo sobre o congelamento dos preços e, por isso, não acatará a medida por enquanto, segundo informou o jornal La Nación, de Buenos Aires. O diretor da secretaria de comércio da província argentina informou ao periódico que ficou sabendo da medida pela imprensa, apesar de haver na região algumas das redes de supermercados que teriam sido informadas, como Carrefour, Walmart e Coto.
A medida também sofreu duras críticas do líder dos caminhoneiros Hugo Moyano, chefe da Central Geral dos Trabalhadores (CGT) e grande opositor do governo. Para o sindicalista, ações unilaterais feitas pela presidente reduzem a possibilidade de discussão e podem trazer conflito. Moyano acrescentou em seu discurso que, ao congelar os preços, o governo evitaria um aumento nos salários.

Argentina apresenta oferta a credores em Nova York e dissipa temores de calote

Dívida       VEJA

Argentina apresenta oferta a credores em Nova York e dissipa temores de calote

País chegou a dizer, em fevereiro, que não acataria decisão de juíz americano de pagar US$ 1,3 bilhão a credores de um fundo que não aceitaram negociar a dívida soberana de 2001

Cristina Kirchner em dezembro de 2012
Argentina chegou a dizer que decisão de pagamento extra a credores "viola a soberania do país e expõe sua economia a uma nova crise financeira" (Alejandro Pagni/AFP)
A Argentina apresentou nesta sexta-feira a um tribunal de apelações de Nova York (EUA) uma oferta para reabrir a negociação com os credores que rejeitaram suas propostas iniciais de reestruturação de uma dívida soberana em 2001 (dívida do governo com credores internacionais). O documento foi protocolado no prazo-limite de meia-noite desta sexta-feira, conforme determinado pelo Tribunal de Apelações do Segundo Circuito. A proposta é de emissão de bônus pelo valor original e outros com desconto, sendo estes equiparáveis aos dos bônus repassados aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida.
"(A Argentina) oferece aos litigantes pagamentos na forma de dinheiro e bônus, que compensam os valores passados, que lhes atualiza em suas obrigações e pagamentos da dívida no futuro", assegura o documento apresentado pelo escritório de advocacia Cleary Gotlieb, Steen & Hamilton, representante do país.


Contexto — Em 13 de dezembro, o governo argentino havia anunciado o pagamento de 3,5 bilhões de dólares correspondentes a títulos de dívida pública, que foi reestruturada após a moratória de 2001. "Apesar de todas as previsões pessimistas, a Argentina novamente cumpre seus compromissos, e vamos continuar cumprindo", assegurou o ministro da Economia na época, Hernán Lorenzino, na época, fazendo referência às especulações de que a Argentina poderia declarar nova moratória.
Contudo, o juiz americano Thomas Griesa, do Tribunal Distrital de Nova York, decidiu, em 21 de novembro, que o país teria de desembolsar um adicional de 1,3 bilhão de dólares aos credores de um fundo que não aceitaram negociar a dívida nacional de 2001. Também determinou que a parcela relativa aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida não poderia ser paga isoladamente. Em outra palavras, ou Buenos Aires pagava a todos – o que implicaria um desembolso de quase 5 bilhões de dólares – ou não pagava ninguém.
No fim de fevereiro, o país latino advertiu seus credores que poderia não pagar o montante de 1,3 bilhão de dólares. Os argumentos da defesa, conforme divulgou a agência de notícias Bloomberg na ocasião, baseiam-se na justificativa de que a ordem dada pelo juiz americano Thomas Griesa em novembro “viola a soberania do país, expõe sua economia a uma nova crise financeira e representa uma ameaça a países que fazem esforços para reestruturar suas dívidas”, disse Jonathan Blackman, advogado do governo argentino.
O bilionário fundo de hedge (um tipo de operação financeira) gerenciado pelo economista Paul Singer lidera o grupo de investidores que está pressionando a Argentina a pagar integralmente os bônus vencidos. “Se o que a Corte procura é confronto com essas imposições, isto é decisão da Corte”, disse Blackman. “Nós estamos representando o governo, e os governantes não receberão orientações de fazer o que, fundamentalmente, viola seus princípios”, completou.

O advogado argentino havia dito que a Argentina queria convencer a Justiça americana a mudar sua decisão para algo mais 'factível' e que um confronto está descartado. No entanto, ele foi enfático ao afirmar que a Argentina não cumpriria voluntariamente a decisão se a Corte acatar a resolução do juiz Thomas Griesa.

(com agência EFE)

Líbia prende dois acusados de estuprar ativistas britânicas

Líbia           VEJA

Líbia prende dois acusados de estuprar ativistas britânicas

As mulheres de origem paquistanesa foram sequestradas na última quarta-feira, em Benghazi, segunda maior cidade do país

Um membro do exército da Líbia no complexo de óleo e gás de Millitah
Um membro do exército da Líbia no complexo de óleo e gás de Millitah (REUTERS/Ismail Zitouny)
Dois soldados líbios acusados de sequestrar e estuprar três ativistas britânicas de origem paquistanesa na última quarta-feira, em Benghazi, foram presos nesta sexta. O porta-voz do Ministério de Defesa da Líbia, Abdul Salam Barghathi, disse à BBC britânica escreveu o ato como “individual e isolado”. O governo da Líbia pediu desculpas pelo ocorrido.

As mulheres faziam parte de um comboio de ajuda humanitária que se dirigia do Marrocos à Faixa de Gaza. Quando chegaram à fronteira do Egito, agentes migratórios negaram a permissão para passar. Cinco membros do comboio, incluindo as mulheres, pegaram um táxi para o aeroporto de Benghazi, com a intenção de voltar para a Grã-Bretanha. Quando foram paradas em um posto de controle, foram raptadas por cinco militares. Elas foram mantidas presas por horas, durante as quais dizem ter sido estupradas.
O embaixador Michael Aron disse à rede britânica que o incidente foi horrível e que as autoridades líbias estão investigando. Três outros suspeitos ainda estão foragidos. O grupo espera no consulado da Turquia e espera o retorno para a Grã-Bretanha.

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Fogo destrói loja em região de comércio popular do Rio

Rio de Janeiro

Fogo destrói loja em região de comércio popular do Rio

Incêndio no Saara começou na papelaria Caçula e atingiu prédios vizinhos

Chamas destruíram completamente papelaria na região do Saara, no Rio
Chamas destruíram completamente papelaria na região do Saara, no Rio (Reprodução/Twitter)
Parte de um quarteirão no Saara, região de comércio popular no centro do Rio de Janeiro, foi atingida na noite desta sexta-feira por um incêndio de grandes proporções. O fogo começou por volta das 23 horas no prédio da papelaria Caçula, na Rua Buenos Aires, e afetou ao menos seis casarões vizinhos.
Por causa da grande quantidade de material inflamável no local, o Corpo de Bombeiros teve dificuldade para controlar as chamas, o que só ocorreu no meio da madrugada deste sábado. Durante o incêndio, a fachada do prédio da papelaria caiu, destruindo completamente a loja.
Os bombeiros fecharam ruas na região, conhecida pelo comércio a céu aberto entre as ruas dos Andradas, Buenos Aires, Alfândega e a Praça da República. Não há informações sobre as causas do incêndio nem sobre vítimas. Por causa do feriado da Paixão de Cristo, a papelaria e lojas vizinhas não tiveram expediente nesta sexta-feira.
Representantes e funcionários da Caçula acompanharam o trabalho dos bombeiros no local. Eles acreditam que todo o material da loja, armazenado no prédio principal da papelaria e nos casarões vizinhos, foi destruído. 

Sem estrutura, 21% dos parques estão fechados

Meio ambiente            VEJA

Sem estrutura, 21% dos parques estão fechados

Estudo realizado pelo Instituto Semeia apontou ainda que 58% dos parques do Brasil recebe menos de 50.000 visitas por ano

Foto panorâmica da vista do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro
Foto panorâmica da vista do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro (Alberto Peterson / Divulgação)
Um levantamento com quase cem parques nacionais, estaduais e municipais do País mostrou que 80% não têm receita gerada por visitação e 21% nem sequer recebem turistas. O estudo, realizado pelo Instituto Semeia, avaliou o uso público destas e de outras unidades de conservação (UCs) abertas ao turismo, a partir de questionários enviados a 443 gestores.
O relatório, em versão preliminar, mostrou ainda que mais da metade dos parques (58%) recebe menos de 50.000 visitas por ano. Em outros tipos de UCs abertos ao público, como Florestas Nacionais e Áreas de Proteção Ambiental, o aproveitamento é ainda menor: 88% não têm receita de turismo e 44% não recebem visitantes. "Não foi uma surpresa, esperávamos resultado semelhante", admite Ana Luisa Da Riva, diretora executiva do instituto. "Abrir os parques para o turismo significa gasto, então o governo prefere mantê-los fechados."
Segundo ela, uma das explicações para o baixo índice de visitação em UCs, especialmente nos parques, é a estrutura precária para receber o público. "O perfil do visitante atual é o ecoturista, que vai muito mais por aventura. Não há infraestrutura para receber famílias e pessoas comuns", afirma Ana Luisa. "Em muitos locais não há nem mesmo serviço para atender os visitantes. Ainda há o problema da falta de planejamento. No Parque Estadual de Ilhabela, por exemplo, não há plano de manejo, o que compromete o potencial de uso público."
O relatório aponta que dois terços dos gestores das 200 unidades de conservação analisadas se mostram abertos a parcerias para ajudar na conservação e fomentar o desenvolvimento econômico da região onde estão inseridas as UCs. "É fundamental engajar os gestores, que trabalham com poucos recursos e equipe reduzida para fazer a conservação. Eles enxergam a abertura dos parques como uma coisa positiva", diz Ana Luisa.
Entre as 1.649 unidades existentes no País, pouco mais de 1.000 pertencem a órgãos públicos. A proposta do Instituto Semeia é promover a integração do setor privado na gestão de UCs. "Os recursos públicos não serão capazes de cumprir as metas estabelecidas de conservação", diz. "O setor privado está de ouvido aberto, mas é um mercado muito novo. O conceito de parceria para conservação como fim principal, e não o turismo, ainda carece de garantias e regulamentações por parte do governo."
Nesta perspectiva, o governo serviria como regulador e operador das unidades de conservação, cabendo às empresas privadas apenas gerenciar os serviços. O modelo segue o que já ocorre em outros setores como saúde, educação e até mesmo administração de presídio. O turismo é apenas um dos aproveitamentos possíveis — um exemplo prático de uso alternativo ocorre na Costa Rica, onde existem centros universitários funcionando no interior de parques.
Crescimento — Dos 69 parques nacionais, 26 estão abertos ao turismo e são administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criado em 2007 para diversificar as atividades de ecoturismo e recreação locais.
Os exemplos de gestão compartilhada mais bem-sucedidos ocorrem no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e no Parque Nacional da Tijuca, no Rio, que autorizaram a diversas empresas a concessão de exploração de serviços e turismo. A estrutura adequada, aliada ao grande apelo de seus atrativos naturais, se traduz nos números. Com 1,5 milhão e 2,5 milhões de visitantes, respectivamente, Iguaçu e Tijuca foram responsáveis por cerca de 90% do total de visitações em parques nacionais no País em 2012.
(Com Estadão Conteúdo)

Coreia do Norte anuncia 'estado de guerra' com Sul

Extremo Oriente      VEJA

Coreia do Norte anuncia 'estado de guerra' com Sul

Pyongyang ameaça reagir a qualquer provocação militar na região fronteiriça

Soldado norte-coreano observa o sul enquanto patrulha a vila de Panmunjeom, na zona desmilitarizada da fronteira entre as Coreias, nesta terça-feira (19)
Soldado norte-coreano observa o sul enquanto patrulha a vila de Panmunjeom, na zona desmilitarizada da fronteira entre as Coreias, nesta terça-feira (19) - Lee Jae-Won/Reuters
A Coreia do Norte reforçou sua retórica beligerante e provocativa na manhã neste sábado, horário local. O governo de Kim Jong-un anunciou que o país entrou no que chamou de "estado de guerra" com a Coreia do Sul. Os dois países estão tecnicamente em guerra desde 1953 pois o conflito entre as duas nações foi encerrada por meio de um armistício e não de um tratado de paz. Há três semanas, o regime norte-coreano já havia anunciado que considerava nulo o cessar-fogo com o país vizinho.
"Qualquer provocação militar próxima às fronteiras terrestres e marítimas levará a um conflito em grande escala e a uma guerra nuclear", advertiu o comunicado oficial. "A partir de agora, todas as questões de estado entre as duas Coreias serão tratadas sob o protocolo de guerra. A situação que prevaleceu por muitos anos em que a península da Coreia não estava nem em paz nem em guerra acabou."


O anúncio norte-coreano, no entanto, não deve representar nenhuma mudança substancial no cenário regional. Na opinião de analistas e do próprio governo da Coreia do Sul, trata-se de mais uma manobra do regime de Pyongyang que segue a tendência observada nas últimas semanas de adotar um discurso belicista apostando em efeitos psicológicos, como ressaltou um representante do Ministério da Defesa sul-coreano. "Acreditamos que ao revelar (o "estado de guerra") à imprensa e divulgá-lo pelo mundo, a Coreia do Norte esteja jogando psicologicamente", afirmou o porta-voz do ministério, Kim Min-seok.
O mais provável, acreditam os Estados Unidos, é que o jovem ditador Kim Jong-un, que herdou o governo há pouco mais de um ano, busque com a guerra de palavras se firmar no comando do país e mostrar sua capacidade de liderança à cúpula das Forças Armadas. "Estamos convencidos de que Kim está solidificando sua posição junto a seu próprio povo e aos militares, que ainda não o conhecem", disse um alto funcionário do governo Barack  Obama ao jornal The New York Times. Segundo a fonte, cuja identidade não foi revelada, a Casa Branca está preocupada com o que virá pela frente, mas não com o que o governante norte-coreano ameaça fazer.
Os norte-coreanos elevaram ainda mais o tom das provocações nos últimos dois dias por causa dos exercícios militares realizados pelos Estados Unidos e Coreia do Sul em região fronteiriça, inclusive com uso dos bombardeiros americanos B-52, de capacidade nuclear. Na sexta-feira, Kim Jong-un ordenou que as plataformas de mísseis entrassem em estado de alerta e que os foguetes fossem posicionados contra alvos dos Estados Unidos na Coreia do Sul e no Pacífico. O disparo de míssies, como ameaça a Coreia do Norte, é considerado improvável pelas próprias consequências que isso teria para o país comunista. Mas ataques cibernéticos como o que atingiu bancos e TVs da Coreia do Sul na semana passada, e que ainda não foi totalmente esclarecido, estão no foco das atenções americanas.
Protesto – Na tarde de sexta-feira, dezenas de milhares de militares e civis norte-coreanos marcharam no centro de Pyongyang em uma demonstração de apoio ao governo, afirmou a imprensa estatal. A magnitude da manifestação não pode ser confirmada por meios independentes, já que a censura no país é generalizada. O ato teria sido realizado na praça Kim Il-sung, e o ditador Kim Jong-un não estava presente.
Sob as imagens gigantes do pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il, e de seu avô, Kim Il-sung, civis e soldados juraram obediência ao presidente. "A declaração foi um ultimato do Exército coreano contra os imperialistas americanos", declarou um porta-voz no início da manifestação. "Vamos pegar em armas e bombas por nosso respeitado líder Kim Jong-un."
Desde o início de março, quando a ONU adotou sanções contra a Coreia do Norte por causa da realização de um novo teste nuclear no mês anterior, o governo norte-coreano vem aumentando sua retórica belicista. Embora especialistas duvidem que o país tenha capacidade para atingir a área continental dos EUA, afirmam que bases no Japão e na ilha americana de Guam estão no alcance das armas convencionais de Pyongyang. Washington afirma que tem total condição de proteger seu território e o de seus aliados.

Coreia do Norte ameaça fechar complexo industrial binacional com o Sul

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Coreia do Norte ameaça fechar complexo industrial binacional com o Sul

Localizado em território norte-coreano e a cerca de 10 quilômetros da fronteira, o complexo foi criado como um símbolo da cooperação entre os dois países

Soldados norte-coreanos compareceram à praça Kim Il Sung, no centro de Pyongyang, nesta sexta-feira (14), para comemorar sucesso do lançamento do foguete Unha-3
Soldados norte-coreanos compareceram à praça Kim Il Sung, no centro de Pyongyang, nesta sexta-feira (14), para comemorar sucesso do lançamento do foguete Unha-3 - Ng Han Guan/AP
A Coreia do Norte ameaçou neste sábado fechar um complexo industrial binacional com a Coreia do Sul situado na localidade de Kaesong, informou a agência oficial norte-coreana KCNA. O ato é um novo passo de Pyongyang na escalada de tensões entre os dois países. "Fecharemos o complexo industrial se a Coreia do Sul insistir em prejudicar nossa dignidade", disse o governo em uma nota reproduzida pela KCNA.
O complexo industrial binacional de Kaesong, situado em território norte-coreano e a cerca de 10 quilômetros da fronteira, foi criado em 2004 como um símbolo da cooperação entre os dois países. Desde então, constitui uma importante fonte de renda para a Coreia do Norte.
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No entanto, a Coreia do Sul já expressou sua preocupação sobre o funcionamento do complexo depois que a Coreia do Norte anunciou a intenção de cortar uma linha telefônica de uso militar utilizada para controlar o trânsito de pessoas na região. Esta linha era utilizada para que as autoridades do Sul pudessem comunicar ao Norte os nomes dos trabalhadores que cruzam a fronteira para trabalhar no complexo industrial.
Mundo — O Ministério das Relações Exteriores da França expressou neste sábado sua 'preocupação' pela decisão da Coreia do Norte de se declarar em estado de guerra com o Sul e pediu ao regime de Pyongyang que evite uma "nova provocação". O país solicitou também ao país comunista que "cumpra suas obrigações internacionais, principalmente as referentes às resoluções pertinentes das Nações Unidas, e retome rapidamente o caminho do diálogo". "A França está profundamente preocupada pela situação na península coreana', disse nessa breve nota um porta-voz ministerial.
A Rússia também manifestou sua preocupação com o clima político da região. O país fez neste sábado um apelo à contenção e para se agir com responsabilidade perante a nova escalada de tensão provocada pela declaração de "estado de guerra", e está disposta a atacar interesses dos Estados Unidos e Coreia do Sul. "Acreditamos que todas as partes agirão com a máxima responsabilidade e que ninguém cruzará o ponto de não retorno", declarou o embaixador para missões especiais do Ministério de Relações Exteriores russo, Grigori Logvinov.
(Com agência Efe e France-Presse)

Minas Gerais vive epidemia de dengue: 31 mortes

Minas Gerais vive epidemia de dengue: 31 mortes

Mineiros registraram 37.821 casos. Litoral paulista também tem situação de crise

O mosquito <i>Aedes aegypti </i>, que se desenvolve em água parada, é o responsável por transmitir a dengue
O mosquito Aedes aegypti , que se desenvolve em água parada, é o responsável por transmitir a dengue (AFP)
Minas Gerais vive uma epidemia de dengue. A doença causou 31 mortes e atingiu 37.821 pessoas nos três primeiros meses de 2013. A situação deve se agravar nos próximos dias porque boa parte das 148.351 notificações de suspeita da doença recebidas este ano pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) ainda está sob investigação.
Os números de casos confirmados e mortes causadas pela dengue em Minas Gerais superam os registrados em 2011 e 2012. O problema, segundo a SES, é agravado pela incidência do tipo 4 do vírus, que não circulava no estado há mais de 20 anos, o que faz com que pessoas mais jovens não tenham imunidade contra a doença.
Para receber pacientes com suspeita de dengue, a prefeitura de Belo Horizonte determinou que os catorze postos de saúde da capital funcionem durante todo o feriado da Semana Santa. Em balanço divulgado na última quarta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a cidade tem 5.760 casos confirmados da doença, sendo que duas pessoas morreram.
A secretaria informou também que foi descartada a suspeita de uma gestante de 26 anos ter sido vítima de dengue hemorrágica. A mulher, que estava grávida de oito meses, morreu na última terça-feira. A suspeita é que ela tivesse sido mais uma vítima da dengue. De acordo com a secretaria, a investigação epidemiológica confirmou que ela era portadora de corioaminionite (infecção que ocorre no período entre a expulsão da placenta à volta às condições anteriores à gravidez) e foi vítima de um choque séptico. O feto também não resistiu.
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Baixada santista — Depois de Santos e de Praia Grande, Cubatão acaba de decretar epidemia de dengue no município. Na última segunda-feira, a cidade atingiu o número de 262 casos da doença. Unidades básicas de saúde e prontos-socorros do litoral paulista vêm apresentando aumento considerável de atendimento de pacientes, todos com suspeita de dengue. Na semana passada, Santos confirmou o quadro epidêmico, com a ocorrência de 2.359 casos. Em apenas uma semana, houve um aumento de 97% de casos, somente em Santos, fato que preocupa as autoridades sanitárias.
Em Praia Grande, foram confirmados 859 doentes. No total, houve o registro de 4.168 casos da doença, em toda a região, que deve apresentar um crescimento da dengue nos próximos dias, tendo em vista o elevado número de pessoas que aguardam o resultado dos exames de sangue para confirmação do diagnóstico. No ranking da doença, São Vicente aparece em quarto lugar, com 277 casos, seguido por Guarujá, com 264. Até cidades menores, como Bertioga e Peruíbe, vêm se preocupando com o avanço da doença, após o registro de 86 e 35 casos, respectivamente.
Segundo informou a Prefeitura de Cubatão, o alerta foi feito na segunda-feira porque, de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, a epidemia só pode ser considerada a partir da ocorrência de 300 casos para cada 100.000 habitantes. Bastariam 241 confirmações para que a cidade decretasse a epidemia.
A situação, entretanto, é mais crítica em Santos, que decretou alerta máximo contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Mutirões semanais estão sendo desencadeados em diversos bairros, enquanto os agentes fazem operação pente-fino para eliminar os focos do inseto nos imóveis abandonados. Até força policial foi solicitada pela coordenadoria do programa de combate ao Aedes, na semana passada, a fim de entrar em um imóvel abandonado no bairro do Boqueirão, considerado área nobre da cidade. No local, abandonado há mais de dois anos, inúmeros focos do mosquito foram localizados. Dezenas de moradores dos prédios vizinhos contraíram a doença e vinham denunciando o possível foco na vizinhança, quando a Secretaria da Saúde solicitou apoio policial e contratou um chaveiro para entrar no imóvel.
Antes de chegar a esta situação, a prefeitura já havia encaminhado inúmeras intimações ao proprietário, que não respondeu à demanda. No ano passado, foram feitas 124 intimações, sendo aplicadas 21 multas. Só neste ano, em menos de três meses, já foram encaminhadas 69 intimações e aplicadas sete multas contra os responsáveis pela proliferação dos focos do mosquito.

Páscoa sem culpa: por que o chocolate faz bem à saúde

Alimentação

Páscoa sem culpa: por que o chocolate faz bem à saúde

Em excesso, engorda e faz mal à saúde. Na quantia adequada, o chocolate faz bem para o coração e o cérebro e até ajuda a emagrecer

Vivian Carrer Elias
Ovo de Páscoa
Páscoa: Exagerar no chocolate faz mal à saúde e não deve ser um hábito, mas consumi-lo em quantidades moderadas pode até fazer bem à saúde (Pedro Rubens)
Apesar de ser calórico e conter gordura e açúcar, os vilões de qualquer dieta, o que faz do chocolate uma ameaça à saúde não é o doce em si, mas a sua ingestão em excesso. Por isso, mesmo durante a Páscoa é preciso maneirar para aproveitar os vários efeitos benéficos do alimento. Em quantidades pequenas, ele não faz mal, não engorda e, melhor ainda, pode até ser bom à saúde. A confirmação disso está nos resultados de muitas pesquisas científicas que concluíram que o chocolate, especialmente o amargo, pode evitar doenças cardíacas, beneficiar a cognição e até ajudar a emagrecer.
Os grandes responsáveis por fazer com que o chocolate seja saudável são os flavonoides, compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias encontrados no cacau. Por esse motivo, quanto mais amargo é o chocolate – ou quanto maior for o teor de cacau dele – melhor para a saúde. "Os antioxidantes protegem as células dos radicais livres produzidos em excesso. Essa proteção reduz o risco de problemas cardiovasculares e desacelera o envelhecimento", afirma Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein. "Nenhum estudo mostrou efeitos benéficos à saúde com o consumo de chocolate branco, apenas com os tipos mais amargos."
Segundo o médico, consumir 13 gramas de chocolate amargo por dia — mais ou menos dois quadradinhos de uma barra de chocolate — já é suficiente para obter os benefícios antioxidantes dos flavonoides. "Comer muito menos do que isso não adianta, mas é preciso tomar cuidado com o excesso para não engordar, uma vez que, em média, o chocolate possui seis calorias por grama", afirma. "A dica é comer chocolate com moderação e, em momentos como a Páscoa, se divertir e consumir um pouco mais, mas não tornar o exagero parte da sua rotina."

Três motivos pelos quais você deve comer chocolate

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Protege o coração

Entre as pesquisas que apontam para efeitos positivos do consumo do chocolate, as mais numerosas são, de longe, aquelas que associam o alimento a benefícios ao coração. Segundo um estudo publicado no ano passado no British Medical Journal (BMJ), por exemplo, é possível diminuir o risco de eventos cardiovasculares comendo chocolate amargo (com pelo menos 60% de cacau) todos os dias. Outro trabalho, feito na Universidade de Cambridge e divulgado em 2011, mediu o quão benéfico o chocolate pode ser ao coração: segundo o estudo, o consumo sem excessos do alimento diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC).
Parte da redução das chances de doenças cardíacas proporcionada pelo chocolate pode ser explicada pelo fato de ele, antes disso, evitar o surgimento de fatores de risco ao coração, como hipertensão ou colesterol alto. De acordo com pesquisa australiana publicada em 2010 no periódico BMC Medicine, por exemplo, o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.
 
 

Bósnia: 'monstro de Grbavica' é condenado à pena máxima

Justiça       VEJA

Bósnia: 'monstro de Grbavica' é condenado à pena máxima

Ele é o 1º acusado de crimes de guerra condenado a 45 anos de prisão no país

Veselin Vlahovic, o "monstro de Grbavica"
Veselin Vlahovic, o "monstro de Grbavica" (Reuters)
Um tribunal bósnio condenou nesta sexta-feira a 45 anos de prisão Veselin Vlahovic, o "monstro de Grbavica", um ex-membro das forças paralimitares sérvias na Bósnia durante a guerra de 1992-95. Vhahovic, vestido com uma camisa azul, ouviu impassível o veredito - tornando-se o primeiro acusado de crimes de guerra condenado à pena máxima na Bósnia.
"No âmbito de uma repressão sistemática contra a população não sérvia, o acusado participou da expulsão de suas vítimas, cometeu crimes, torturou, estuprou e prendeu suas vítimas. Ele foi considerado culpado por crimes contra a humanidade, e este tribunal o condena a 45 anos de prisão", disse o juiz Zoran Bozic. O réu se declarava inocente.


Vlahovic, de 43 anos, foi condenado por crimes cometidos entre maio e julho de 1992, durante os primeiros meses da guerra, em três bairros de Sarajevo (Grbavica, Vraca e Kovacici), controlados na época pelas forças servo-bósnias. "Ele matou 31 pessoas, outras 14 continuam desaparecidas, e estuprou 13 mulheres", declarou o promotor Behaija Krnjic durante o julgamento.
A promotoria pediu 45 anos de prisão para Vlahovic, embora considere que essa pena é "insuficiente para mitigar o sofrimento das famílias das vítimas e dos sobreviventes". No julgamento, insultou uma jornalista que durante a guerra escreveu artigos sobre seus crimes e que testemunhou contra ele durante o julgamento.


Segundo a promotoria, ele também enviou uma carta à família de uma das vítimas para tentar intimidá-la. Os promotores convocaram um total de 112 testemunhas durante o julgamento, entre elas várias mulheres que afirmaram, a portas fechadas, que haviam sido estupradas por Vlahovic. Uma das mulheres teria sido estuprada "em estado avançado de gestação".
Apelidado de "o monstro de Grbavica", Vlahovic foi detido em março de 2010 na Espanha no âmbito de uma investigação policial sobre uma rede que se dedicava a roubar em residências e foi extraditado à Bósnia em agosto do mesmo ano. A guerra da Bósnia deixou cerca de 100.000 mortos e dois milhões de refugiados e deslocados em um país que conta atualmente com 3,8 milhões de habitantes.
(Com agência France-Presse)

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Facebook faz mistério sobre lançamento com Android

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Facebook faz mistério sobre lançamento com Android

Rede social pode lançar versão personalizada de sistema operacional do Google, mas boatos sobre smartphone próprio voltam a ganhar força

Facebook envia convite a jornalistas
Facebook prepara novidade com sistema operacional Android, do Google. Seria um smartphone? (Divulgação)
O Facebook iniciou a distribuição de convites a jornalistas anunciando um evento na próxima quinta-feira, em seu QG na Califórnia, nos Estados Unidos. O que vai ser revelado lá é mantido sob sigilo absoluto. A única informação conhecida é a apresentação de algum recurso relativo ao Android, sistema operacional do Google. "Venha ver nossa nova casa no Android", diz o convite.
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De acordo com informações do site especializado em tecnologia Techcrunch, a companhia de Mark Zuckerberg planeja lançar uma versão modificada do software do Google, aplicando a ele funcionalidades nativas da rede social na tela inicial, como o Messenger — aplicativo que, na última semana, ganhou o recurso de realizar chamadas telefônicas gratuitas via Wi-Fi ou 3G (pacote de dados). A plataforma deve ser apresentada em um smartphone fabricado pela empresa taiwanesa HTC.
A fabricante, aliás, foi escolhida pelo Facebook em 2011 para desenvolver um projeto secreto de hardware, o que aumentou rumores sobre a criação de um smartphone próprio, com a marca Facebook. Vale lembrar que, em setembro passado, Mark Zuckerberg, foi enfático ao negar boatos de que a empresa trabalhasse nesse sentido. "Não faz o menor sentido", disse Zuckerberg. "Nosso objetivo é tornar o ambiente acessível ao maior número possível de dispositivos de diferentes marcas. Com um smartphone próprio, chegaríamos no máximo a 10 milhões ou 15 milhões de pessoas, o que é muito pouco diante do nosso potencial."

Arquivos do Dops sobre a ditadura serão liberados na internet na segunda-feira

Atualizado: 29/03/2013 06:00 | Por Edison Veiga, estadao.com.br

Arquivos do Dops sobre a ditadura serão liberados na internet na segunda-feira

Órgão era uma das principais centrais da repressão militar e foi palco de torturas e mortes



Arquivos do Dops sobre a ditadura serão liberados na internet na segunda-feira
"Antigo prédio do Dops em São Paulo"
SÃO PAULO - O Arquivo Público do Estado de São Paulo deixará disponível online, a partir da semana que vem, 274.105 fichas e 12.874 prontuários produzidos pelo Departamento de Ordem Política e Social, o Dops-SP (1923- 1983). O material, que equivale a cerca de 10% de todo o acervo, poderá ser acessado no site www.arquivoestado.sp.gov.br.
O Dops paulista foi uma das principais centrais da repressão da ditadura militar (1964-1985), de onde o governo controlava e reprimia movimentos políticos contrários ao regime. O local foi palco de torturas e mortes.
"É apenas o começo. Continuamos o trabalho de digitalização e, nos próximos anos, iremos disponibilizar todo o material", afirma o coordenador Carlos Bacellar. A divulgação oficial acontecerá em evento na segunda-feira no Arquivo Público do Estado de São Paulo, com a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB), palestra e mesa-redonda com especialistas.
O material publicado online facilita o acesso do cidadão à documentação do Estado – das fichas publicadas, boa parte é nominal, ou seja, fichas pessoais –, e ao mesmo tempo abre uma fonte de pesquisa a estudiosos, jornalistas e público em geral. Até agora, era preciso ir pessoalmente ao Arquivo do Estado, no centro paulistano, para consultar esses documentos. Entre os milhares de fichados, há muitas personalidades.
Acesse os livros com os registros de entrada e saída do departamento.
Volume 2 - 1º de fevereiro a 21 de março de 1972- http://migre.me/dTDiv
Volume 3 - 26 de outubro de 1973 a 22 de fevereiro de 1974 - http://migre.me/dTDj9
Volume 4 - 28 de fevereiro a 19 de junho de 1974 - http://migre.me/dTDjQ
Volume 5 - 25 de abril a 14 de junho de 1976 - http://migre.me/dTDkh
A digitalização e publicação do acervo do Dops foi uma decisão administrativa do Arquivo do Estado dentro do espírito da Lei Federal nº 12.527 – a Lei de Acesso à Informação –, e do Decreto Estadual nº 58.052, que a regulamenta. Guardiã do acervo do Dops – acessível fisicamente desde 1994 –, a instituição acredita que a internet é uma ferramenta para democratizar as informações. "O pesquisador não precisa se preocupar com horários de funcionamento ou mesmo se deslocar", comenta o coordenador. "Facilita muito o processo."
A Lei de Acesso à Informação removeu alguns dos principais obstáculos à consulta livre do Fundo Deops pela Internet. Logo no início do seu capítulo IV, que trata das restrições do acesso, ela estabelece que "as informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso".
Sem obstáculos legais, a digitalização e publicação deste material foi possível graças a verbas provenientes de editais da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), do Projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e da Casa Civil da Presidência da República (projeto Memórias

Lindbergh vê 'sinal claro' de Lula em apoiar sua candidatura ao governo do Rio

Atualizado: 27/03/2013 16:29 | Por Wilson Tosta, estadao.com.br

Lindbergh vê 'sinal claro' de Lula em apoiar sua candidatura ao governo do Rio

Segundo ele, ex-presidente disse que 'todo mundo tem direito a se candidatar'



RIO - Pré-candidato do PT ao governo fluminense, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comemorou nesta quarta-feira, 27 o que interpretou como sinal "claro" de apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua candidatura ao Palácio Guanabara, mesmo paralela à do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A aliança com Pezão tem sido exigida pelo grupo do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), que ameaça não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff se não tiver apoio do PT local.
Em entrevista publicada nesta quarta no jornal "Valor Econômico", Lula afirmou que "o projeto principal é garantir a reeleição de Dilma", mas o petista não interpretou essa declaração como um possível obstáculo à sua postulação.
"Lula foi muito claro", afirmou. "Vai haver (no Rio) três ou quatro candidaturas, a minha forte, a de Pezão também. O que eu acho muito bom." Para Lindbergh, Lula "foi muito elegante", ao reconhecer que "todo mundo tem direito a se candidatar". Na entrevista, o ex-presidente disse que Lindbergh pode ser candidato a governador do Rio de Janeiro "sem causar problema".
O senador reconheceu que a relação com o bloco de Cabral "está ruim", depois da divulgação, pela revista "Época", de reportagem sobre investigação por suposto desvio de dinheiro da prefeitura de Nova Iguaçu que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Lindbergh. Segundo a publicação, a fonte das informações foi o PMDB. "Mas quero dizer que Lula deixou claro a minha candidatura", reforçou. Ele lembrou que, no primeiro turno de 2002, Lula concorreu à Presidência com dois candidatos a governador do Rio: Vladimir Palmeira (PT) e Marcelo Crivella (PRB). Lindbergh avalia em vários Estados a presidente Dilma terá mais de um palanque em 2014.
"Aqui no Rio, talvez sejam três palanques, se o PR apoiar a presidente Dilma e lançar (Anthony) Garotinho", destacou.
Para Lindbergh, o PMDB do Rio, sob comando de Cabral, tem um projeto de poder até 2026, elegendo Pezão para governar quatro anos e o hoje prefeito Eduardo Paes como governador mais oito - o PT, assim, ficaria à margem, sendo apenas um coadjuvante. "Não dá para pedir isso à gente", afirmou o senador.
Conflito. O ambiente de confronto entre PT e PMDB continua, apesar das negativas de Cabral e do presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, de vinculação com a divulgação do dossiê. Petistas ligados a Lindbergh, porém, avaliam ter identificado o Palácio Guanabara como fonte dos documentos. Os dois lados assumiram postura mais cautelosa nos últimos dias, evitando declarações mais duras.

Juros, energia e comida serão tripé do projeto reeleitoral de Dilma em 2014

Atualizado: 29/03/2013 22:00 | Por Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo, estadao.com.br

Juros, energia e comida serão tripé do projeto reeleitoral de Dilma em 2014

Medidas de impacto anunciadas pelo governo vão embalar programa partidário do PT, a ser exibido em rede nacional de TV, no dia 9 de maio



Juros, energia e comida serão tripé do projeto reeleitoral de Dilma em 2014
"AE"
A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, no ano que vem, será ancorada por um tripé de apelo popular, "traduzido" pelo Palácio do Planalto como "energia/comida/juros". A um ano e meio da disputa, o marketing eleitoral dita a agenda da presidente e vai embalar o programa do PT, a ser exibido em rede nacional de TV no dia 9 de maio.
Cortes de impostos, queda dos juros e redução da conta de luz terão destaque no cardápio petista para o segundo mandato de Dilma, se tudo correr como o script previsto pelo Planalto. A estratégia é mostrar que a desoneração dos produtos da cesta básica, a tesourada nos juros, hoje em 7,25% ao ano, e a diminuição do preço da energia elétrica fazem parte de um pacote para promover a distribuição de renda e transformar o Brasil em um país de classe média.
Dilma avalia que já tem marcas próprias de governo para exibir na propaganda eleitoral, além dos projetos herdados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela tem conversado com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sobre a evolução do modelo que, a seu ver, criou um mercado de massas a partir de um "ciclo virtuoso", com aumento dos investimentos, do emprego e do crédito.
"Esse tripé dará as condições para a consolidação da imagem de Dilma e a manutenção da vantagem dela na eleição de 2014", afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT.
A última pesquisa Ibope, feita em parceria com o Estado, confirmou o resultado de sondagens encomendadas pelo marqueteiro João Santana, consultor de Dilma, e reforçou a estratégia presidencial. Realizado entre os dias 14 e 18 deste mês, o levantamento indicou que as aparições de Dilma na TV, anunciando cortes de impostos e tarifas, renderam a ela nove pontos a mais desde novembro.
Se as eleições fossem hoje, a presidente venceria no primeiro turno. Na pesquisa Ibope, ela tem 76% de potencial de voto, o que representa um eleitorado três vezes maior do que a soma de todos os seus adversários.
"O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não conseguiu dividir a base aliada e está piscando para a oposição", ironizou o secretário-geral do PT, numa referência ao possível rival de Dilma, em 2014. "Eu não vou entrar nesse rame-rame eleitoral agora", garantiu Campos. "Cada um tem o seu relógio."
Em conversas reservadas, o governador tem dito não confiar que o PT apoie uma candidatura sua em 2018, caso ele desista da empreitada presidencial do ano que vem. Para Campos, apesar da alta popularidade de Dilma, o que pode atrapalhar a reeleição é justamente a economia.
Transportes. Com previsão de cenário mais otimista no segundo semestre, a equipe econômica prepara novo pacote de desonerações para conter a inflação, desta vez com foco no transporte público. As medidas incluem o corte do PIS e da Cofins sobre o óleo diesel e, apesar de terem impacto municipal, estão na lista das "bondades" que o Planalto quer faturar na campanha.
A expectativa é que a diminuição desses tributos evite a alta das tarifas de ônibus em capitais como São Paulo e Rio. "Técnicos da Fazenda já avaliam que o reajuste da passagem de ônibus incide mais sobre a inflação do que o aumento da gasolina. Logo, o que se discute é a ideia de aumentar a gasolina e mandar o dinheiro para o transporte público, como forma de subsídio cruzado", disse o secretário dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto.
O governo corre para que o anúncio da desoneração do PIS e da Cofins seja feito no Dia do Trabalho, quando Dilma usará o tradicional pronunciamento de 1.º de Maio para comemorar a aprovação da proposta de emenda à Constituição que amplia direitos das empregadas domésticas.
No quesito transporte, o PT também aposta na modernização da infraestrutura, com obras em rodovias, ferrovias e aeroportos, para "vender" a imagem de Dilma como boa gestora, apesar das dificuldades para os projetos saírem do papel.
O programa nacional do PT, em 9 de maio, e as inserções comerciais na TV, alguns dias antes, vão representar, na prática, a largada da corrida pela reeleição no horário político.
Não foi à toa que Santana produziu o slogan "O fim da miséria é só um começo", usado pela presidente em fevereiro, quando ela anunciou que 22 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza. A ideia é mostrar, na campanha, que as principais ações de Dilma agem como alavanca para o crescimento e para o ingresso do Brasil no seleto mundo dos países desenvolvidos. "Com a economia andando bem, tchau para o gaiteiro", resumiu o senador Delcídio Amaral (MS), pré-candidato do PT ao governo do Mato Grosso do Sul.
Traição. A preocupação política do Planalto, agora, reside na montagem dos palanques para Dilma. Por enquanto, a meta do PMDB é lançar candidatos próprios em pelo menos 20 dos 26 Estados, além do Distrito Federal. Em muitos deles, como o Rio, o PT e o PMDB estão em pé de guerra e há outras praças onde as desavenças prosperam - caso do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.
"Seria muita traição, depois de tudo o que Lula e Dilma fizeram por Sérgio Cabral e Eduardo Paes (governador e prefeito do Rio, respectivamente), o PMDB do Rio condicionar o apoio à presidente à retirada da minha candidatura", reagiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Pré-candidato do PT ao governo fluminense, Lindbergh foi acusado, em reportagem da revista Época, de envolvimento em corrupção quando era prefeito de Nova Iguaçu. O material foi obtido com o PMDB. Cabral tenta emplacar a candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e quer a desistência de Lindbergh, que nega com veemência a veracidade das denúncias. "O PMDB me jogou na oposição. Por que Geddel (Vieira Lima) pode ser candidato do PMDB na Bahia e eu não posso concorrer pelo PT no Rio?"
Para o senador Valdir Raupp (RO), presidente do PMDB, a pergunta deve ser feita no sentido inverso. "Por que o PMDB tem de apoiar o governo em todos os Estados e o PT não pode abrir mão de nada?", devolveu Raupp. No Planalto, o comentário é que, resolvidas essas pendências do PT com os aliados, "o resto vem por gravidade".

Feliciano causa debandada de servidores da Comissão de Direitos Humanos

Atualizado: 28/03/2013 19:05 | Por EDUARDO BRESCIANI E VANNILDO MENDES, estadao.com.br

Feliciano causa debandada de servidores da Comissão de Direitos Humanos

Dos 19 funcionários que trabalhavam no colegiado da Câmara, somente dois ficaram



Feliciano causa debandada de servidores da Comissão de Direitos Humanos
"Sete funcionários deixaram os cargos por diferenças ideológicas com Feliciano"
BRASÍLIA - A permanência do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na Comissão de Direitos Humanos e Minorias provocou uma debandada de servidores. Dos 19 funcionários que trabalhavam no colegiado, somente dois ficaram. Alguns foram dispensados, outros pediram para sair. As mudanças podem provocam um prejuízo de perda de "memória" do trabalho na comissão. Exercendo a presidência sob protestos, Feliciano será levado ao Conselho de Ética pelo PPS pela suspeita de uso de recursos da Casa em proveito próprio.
A assessoria do deputado do PSC afirmou que o processo de substituições é "natural". Diz que alguns dos servidores pediram desligamento ao longo do mês e outros foram dispensados para que o deputado pudesse formar sua própria equipe. Dos 17 funcionários que saíram, 12 são efetivos da Casa e estão sendo realocados em outras atividades. Os dois servidores que ficaram pediram ao parlamentar para continuar.
Servidores que atuaram na comissão contam que sete deles deixaram os cargos por diferenças ideológicas assim que Feliciano foi eleito. Outros continuaram na expectativa de uma renúncia do pastor, o que teria levado alguns aliados de Feliciano a tomá-los por "espiões".
Ex-presidente da comissão, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) relata que uma consequência da debandada é a perda da "memória" do trabalho realizado. "Esse é mais um capítulo dessa tragédia que se abateu sobre a comissão. As pessoas que estavam ali eram pessoas que estavam há muito tempo e tinham todo o conhecimento do que já foi feito", disse. Para ele, o PSC, que não teria parlamentares ligados à causa, também não possui servidores com o perfil necessário para o trabalho. A assessoria de Feliciano sustenta que foi feita uma transição para se absorver o máximo possível de informações dos funcionários que deixaram os cargos.
Conselho de Ética. Na tentativa de retirar Feliciano do comando da comissão, uma vez que ele se recusa a renunciar, o PPS decidiu entrar na próxima terça-feira, 2, com processo por quebra de decoro parlamentar contra o pastor no Conselho de Ética da Casa. O colegiado tem a possibilidade de decidir por um afastamento de Feliciano da função.
"Precisamos acabar de vez com a situação vexatória vivida na a Câmara desde a eleição do pastor para presidir o colegiado", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
Para o PPS, além das acusações de racismo e homofobia, o pastor precisa explicar denúncias de uso irregular de verbas de sua cota na Câmara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro público escritórios de advocacia que lhe defendem em processos de interesse pessoal. O pastor nega irregularidade. O deputado do PPS defendeu ainda como outra alternativa uma renúncia coletiva dos integrantes da comissão de Direitos Humanos, mas a ideia deve ser descartada pelos líderes porque a maioria do colegiado é composta por apoiadores do pastor.
Feliciano respondeu republicando nas redes sociais um vídeo que veio a público no ano passado em que Jordy estaria pedindo a uma namorada para realizar um aborto. Na ocasião, o deputado do PPS diz que apenas estava demonstrando cuidado com a gravidez, fruto de um relacionamento fortuito.
Ignorando os protestos e as pressões por sua saída, Feliciano segue tentando promover uma agenda na comissão. Sua assessoria divulgou que o parlamentar, acompanhado de outros colegas, irá à Bolívia no dia 9 de abril para tratar da situação dos 12 torcedores corintianos presos devido à morte de um garoto durante um jogo da Copa Libertadores, em Oruro. O pastor pretende ainda manter a agenda de audiências públicas no colegiado.

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