quinta-feira, 4 de abril de 2013

Bolsistas de pós-graduação terão reajuste de 10%

Ensino superior

Tarja Universidades

Novos valores passam a valer a partir de 1º de julho

Mulher em laboratório
(Getty Images/Pixland)
As bolsas pagas pelo governo federal a estudantes de pós-graduação stricto sensu sofrerão um reajuste de 10% a partir de 1º de julho. Os valores estavam congelados havia quatro anos. Os mestrandos passarão a receber 1.320 reais mensais e os doutorandos, 1.980 reais.
Em janeiro de 2013 também deve ocorrer uma correção para repor a inflação. Ainda não está definido se será considerado todo o período sem reajuste ou apenas o ano de 2012. O aumento foi anunciado nesta sexta-feira pelos presidentes da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agências de fomento à pesquisa do governo vinculadas, respectivamente, aos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
(Com Agência Estado)

Filme Ó paí, Ó


Valor de bolsas de pós-graduação cai 55% em 18 anos

Brasil


Pesquisadores recebem hoje menos da metade do que ganhavam em 1994. Bolsas tiveram reajustes, mas sem levar em conta inflação

Bolsa para doutorado não chega a 2.000 reais
Bolsa para doutorado não chega a 2.000 reais (Thinkstock)
Um pesquisador brasileiro de mestrado e doutorado recebe atualmente uma bolsa de estudos que não chega nem à metade, em valores corrigidos, do valor pago em 1994, ano em que o Plano Real foi lançado. Em valores nominais, os benefícios dos pesquisadores tiveram aumento, mas, quando a inflação do período é descontada, a diferença vem à tona. O cálculo foi realizado pela Associação de Pós-graduandos de Engenharia Elétrica da Universidade de Campinas (Unicamp), a Apogeeu.


Pelos gráficos criados pela associação, as bolsas de doutorado em 1994 tinham um valor equivalente a 4.400 reais. No mestrado, esse valor era de 2.900 reais. Atualmente, as bolsas de mestrado e doutorado dos órgãos federais de fomento estão fixadas bem abaixo disso: em 1.320 e 1.980 reais, respectivamente. A diferença é de cerca de 55%.
Para que as bolsas não sofressem os efeitos da inflação, seria necessário que os reajustes ao longo do período fossem cerca de 60% maiores. Contudo, o reajuste dessas bolsas nunca foi sistemático. Entre 1994 e 2003, os valores ficaram estagnados, depois foram registrados aumentos em 2004, 2006 e 2008. Após quatro anos congeladas, as bolsas receberam um novo reajuste neste ano: 10%.
O Brasil formou 47.000 mestres e doutores em 2009, totalizando 176.000 titulados no país. Isso corresponde a 0,07% da população brasileira. Para alcançar as proporções dos países desenvolvidos seria necessário, no mínimo, multiplicar esse número por cinco, segundo a própria Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
(VEJA Com Agência Estado)

MEC reajusta bolsas de pós-graduação em 10%

Pesquisa


Benefícios ainda são bem menores do que os pagos há 20 anos

Pesquisa científica com ratos
Bolsas para pesquisadores sofreram reajuste de cerca de 10% (Thinkstock)
O Ministério da Educação (MEC) reajustou em cerca de 10% as bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado pagas a pesquisadores pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). A portaria, publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, informa que os novos valores estão em vigor desde o dia 1º de abril.


Com o reajuste, as bolsas de mestrado passaram de 1.320 reais para 1.500 reais e as de doutorado, de 1.980 reais para 2.200 reais. Já pesquisadores do nível de pós-doutorado tiveram a bolsa reajustada de 3.700 reais para 4.100 reais.

Em nota divulgada na última quinta-feira, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que o reajuste faz parte de uma política para aumento do número de mestres e doutores na educação superior. "É fundamental para estimular jovens talentos", afirmou.
Um estudo de 2012 da Associação de Pós-graduandos de Engenharia Elétrica da Universidade de Campinas (Unicamp), contudo, apontou que os valores das bolsas de estudo não chegam à metade dos pagos em 1994. Isso porque os benefícios sofreram reajustes que não levaram em conta os efeitos da inflação. Para corrigir a distorção, seria necessário um aumento de 60% nos valores pagos aos pesquisadores.

Baixos níveis de melatonina, o 'hormônio do sono', elevam o risco de diabetes tipo 2

Sono


Nova pesquisa observou que pessoas que têm a doença apresentam, durante a noite, menores quantidades do hormônio - e concluiu que baixa produção de melatonina nesse período pode dobrar as chances da condição

cerebro arte
Baixos níveis de melatonina, hormônio produzido no cérebro e que ajuda na qualidade do sono, podem levar ao diabetes tipo 2, afirma pesquisa (iStockphoto)
Uma pesquisa feita no Hospital Brigham and Women, que pertence à Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que a secreção menor de melatonina, hormônio produzido pelo cérebro que favorece o sono, está vinculada a um risco maior de diabetes tipo 2 em adultos. Segundo os autores do estudo, essa é a primeira vez em que a produção do hormônio é associada à doença. A conclusão foi publicada nesta terça-feira no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA).

Saiba mais

MELATONINAA melatonina, produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, é fundamental para regular o nosso relógio biológico e, assim, regular sono, fome e diversas funções no organismo. Em países como os Estados Unidos e os da Europa, ela é amplamente comercializada como uma vitamina e, em lugares como Argentina e Chile, como remédio. No Brasil, porém, ela não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido por estar "em desacordo com a legislação vigente". Não houve um novo pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa do uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la para uso próprio.
DIABETES TIPO 2Enquanto a diabetes tipo 1 ocorre pela falta da produção de insulina, na do tipo 2 a insulina continua a ser produzida normalmente, mas o organismo desenvolve resistência ao hormônio. É causada por uma mistura de fatores genéticos e pelo estilo de vida: 80% a 90% das pessoas que têm o tipo 2 da diabetes são obesas.
Diversos estudos já relacionaram distúrbios do sono a problemas de saúde, incluindo maiores riscos de depressão, obesidade e diabetes. Porém, são poucos aqueles que conseguiram explicar de que forma isso acontece — a maioria apenas identificou uma maior prevalência dessas condições em pessoas que dormem mal.
Essa nova pesquisa selecionou 370 mulheres que desenvolveram diabetes tipo 2 no período de 2000 a 2012 e outras 370 voluntárias livres da doença. A equipe analisou os níveis de melatonina das participantes e relacionou essas informações com a prevalência do diabetes tipo 2. A melatonina é produzida durante o sono e, por isso, seus maiores níveis no corpo ocorrem durante a noite. O hormônio é fundamental para regular o relógio biológico de uma pessoa e, por consequência, o sono, a fome e diversas funções do organismo.
Após avaliar todas as participantes, os pesquisadores descobriram que as mulheres diabéticas tinham menores níveis de melatonina durante a noite em comparação com o grupo sadio. Segundo os autores do estudo, quantidades baixas do hormônio à noite dobram o risco de desenvolver diabetes em comparação com níveis elevados. "Além disso, mesmo entre pessoas livres de diabetes, baixos níveis noturnos de melatonina estão relacionados a um aumento da resistência à insulina", escreveram os autores no artigo.


Esse vínculo foi confirmado mesmo após os autores levarem em consideração outros fatores que favorecem o diabetes, como obesidade, histórico familiar, dieta alimentar, prática de exercícios físicos e tabagismo.
"Espero que este estudo leve a outras pesquisas para examinar os efeitos da secreção de melatonina sobre o organismo e o papel desse hormônio no metabolismo da glicose e no risco de diabetes", diz Ciaran McMullan, que coordenou a pesquisa. "Mais estudos são necessários para determinar se, aumentando os níveis de melatonina, é possível elevar a sensibilidade à insulina e reduzir a incidência do diabetes tipo 2", escreveram os autores.

Crianças fazem arrastões na ligação de SP com São Caetano

Criminalidade


Casos de roubos no local aumentaram 23% em fevereiro; grupo de crianças entre 9 e 14 anos foi detido duas vezes e liberado em seguida

Revólver
Os adolescentes usam armas de brinquedo envolvidas com fita isolante (Thinkstock )
Uma gangue formada por crianças e adolescentes de 9 a 14 anos tem assustado quem passa pela Avenida Almirante Delamare, que liga a Zona Sul de São Paulo a São Caetano, no ABC paulista. O local é responsável pela alta no número de roubos registrados na região, que subiu 23% em fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 174 ocorrências – mais de cinco por dia na área do 95º Distrito Policial.
Além de identificar os menores, a polícia afirma ter feito 21 prisões em flagrante entre janeiro e março – todas na Almirante Delamare. Na semana passada, dois homens que foram presos se passavam por policiais civis. "É um local com iluminação precária, lombadas e semáforos em locais inadequados, ou seja, um ambiente propício a criminosos", afirma o secretário municipal de Segurança de São Caetano do Sul, tenente-coronel José Quesada Farina. "Colocamos viaturas da Guarda Civil Metropolitana no fim da avenida. Mas é mais para dar uma assistência, porque não é do lado de São Caetano que os crimes acontecem."
O grupo de cinco garotos já foi detido duas vezes somente na semana passada e liberado em seguida. Em uma delas, havia roubado uma mala com 15 000 dólares, devolvida ao dono. Eles usam uma pistola de brinquedo, envolvida com fita isolante. Segundo a polícia, os garotos são moradores do bairro de Heliópolis, cortado pela Avenida Almirante Delamare. A maioria é conhecida na favela – algumas das mães dos meninos trabalham como empregadas em entidades públicas do bairro.

"Pela lei, eles não podem ser presos, e sim encaminhados ao Conselho Tutelar e depois devolvidos às mães. Então nós pegamos um grupo na terça-feira e na quinta-feira eles estão na rua de novo", explica o capitão Vila Real, comandante da 1ª Companhia do Policiamento de Heliópolis.
A maioria dos boletins de ocorrência de roubo, segundo o delegado do 95º Distrito Policial, Valdecir Alves dos Reis, é de casos envolvendo moradores de São Caetano – a Almirante Delamare é praticamente a única rota para quem mora em São Caetano e trabalha em São Paulo. "Já fizemos o reforço de policiamento no local e destacamos viaturas para fazer uma ronda constante na Delamare. Eles assaltam mais quando há trânsito e carros parados no semáforo. Para os bandidos fica fácil fugir para dentro da favela, já que a avenida fica às margens de Heliópolis", explica o delegado.
Sobre a gangue de meninos, Reis diz que a polícia age dentro do possível. "Você coloca policiamento em um lugar, eles vão para o outro. Os menores, você pega, e logo eles voltam a cometer crimes novamente."
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que "o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) vem empreendendo esforços visando à redução dos índices de criminalidade em geral". A secretaria estadual diz ainda que "a Polícia Militar tem feito o possível para garantir a segurança na região".

(VEJA Com Estadão Conteúdo)

Testemunha ajuda a frustrar roubo de carga

São Paulo


Ela seguiu o veículo alvo do roubo e passou informações por telefone para a Polícia Militar, que ainda conseguiu libertar vítima de cativeiro

Congestionamento na marginal Tietê na região do Anhembi
Caminhão foi roubado na Marginal Tietê na noite desta quarta-feira (Paduardo/Futura Press)
O telefonema de uma testemunha ajudou a polícia a recuperar um caminhão de carga que havia sido roubado e também a libertar o motorista, levado para um cativeiro pelos ladrões. O caso ocorreu na noite de quarta-feira na Marginal do  Tietê. Os ladrões renderam o motorista do caminhão Joel Máximo, de 41 anos, e levaram o veículo, que transportava carga com valor estimado em 340 000 reais.
Ao presenciar a ação dos bandidos, a testemunha não apenas ligou para a polícia, mas seguiu o caminhão passando informações sobre seu trajeto. Esse monitoramento permitiu aos policiais do 1º Batalhão de Policiamento de Choque recuperar o caminhão na Marginal do Pinheiros, próximo ao Jockey Club de São Paulo. Os bandidos, no entanto, fugiram do local levando Joel Máximo.
A libertação da vítima que estava com os ladrões foi possível graças a outra ligação, só que agora dos próprios criminosos. Os policiais já estavam dentro do caminhão roubado quando o celular de Francisco de Oliveira, de 33 anos, detido dirigindo o veículo roubado, tocou. Foi então que a polícia negociou a libertação da vítima, deixada pelos criminosos na cidade de Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo.

O assaltante que dirigia o caminhão foi preso em flagrante e levado ao Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), que investigará o caso. A quadrilha tinha ao menos mais três pessoas, mas nenhum dos outros integrantes foi preso até agora.
Em 2012, foram registrados 7.342 roubos a carga no estado de São Paulo. Só na capital foram 4.353 crimes deste tipo, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "A solução só ocorreu porque uma pessoa colaborou com a Polícia Militar. Se não fosse a ligação, ainda teríamos em cativeiro um cidadão de bem e as peças não seriam recuperadas", disse o tenente Bruno de Oliveira à Rádio CBN.
Zona Sul – Um policial militar à paisana baleou três homens que assaltavam uma mulher parada em um semáforo, no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, na noite desta quarta-feira. Um dos suspeitos morreu na hora e os dois comparsas foram levados ao Pronto-Socorro do Campo Limpo.
Os suspeitos abordaram uma mulher que estava em um Ford Fox, no semáforo entre a Avenida Comendador Sant'Anna e a Avenida Ellis Maas, por volta das 21h. O policial estava dentro do carro anterior e tentou prendê-los.
Segundo a PM, um dos assaltantes puxou o gatilho de um revólver calibre 38, mas os disparos falharam. Os três participantes do assalto foram atingidos. A vítima e o PM não se feriram. O revólver foi o único objeto apreendido. A polícia não informou o nome dos suspeitos e ainda não há informações sobre o estado de saúde dos dois baleados. O caso foi registrado no 47º DP (Capão Redondo).

(VEJA Com Estadão Conteúdo)

Filme O chamado


Dilma Rousseff prepara sua quinta estatal, a 'Hidrobrás'

Máquina pública

Dilma Rousseff prepara sua quinta estatal, a 'Hidrobrás'

Se levada adiante, presidente vai igualar, em três anos, número de empresas públicas criadas por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, em oito anos

Presidente Dilma Roussef discursa durante encontro com o primeiro ministro espanho Mariano Rajoy no palácio Moncloa em Madri
A presidente Dilma Rousseff (Emilio Naranjo/EFE)
O governo Dilma Rousseff prepara a criação de mais uma estatal, com a missão de cuidar dos portos fluviais, hidrovias e eclusas do país. A notícia, publicada no jornal O Estado de S.Paulo desta quinta-feira, vem à tona na mesma semana em que a presidente publicou a lei que cria seu 39º ministério. Se levada adiante, a nova empresa pública será a quinta de Dilma em menos de três anos de governo - seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, também criou cinco, mas em oito anos.


Dilma  já incorporou à administração federal a Infraero Serviços, a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa e a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, além da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística (EPL), esta última para planejar e articular ações na área de Transportes. As companhias se somam a dois ministérios - a Secretaria de Aviação Civil e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa -, adicionados por Dilma às 37 pastas herdadas de Lula.
Projeto dos ministérios do Planejamento e dos Transportes prevê a formação da nova estatal, que assumirá as funções, nessa área, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). De acordo com o jornal, caberá a ela projetar, construir, operar, manter e restaurar a estrutura de navegação em rios, hoje muito abaixo de suas possibilidades e do potencial do país.
'Hidrobrás' - Ainda em gestação, a "Hidrobrás" teria dupla vinculação, reportando-se tanto ao Ministério dos Transportes quanto à Secretaria de Portos da Presidência (SEP), responsável hoje pelos terminais marítimos. A principal justificativa para a criação é que, sob o guarda-chuva do Dnit, os portos fluviais e hidrovias ficam em segundo plano, pois a autarquia concentra suas atividades na gestão da imensa malha rodoviária.

"Países com as dimensões do Brasil não têm órgãos multimodais (para gestão de mais de um tipo de transporte), como o Dnit", disse autoridade do governo envolvida no projeto, ouvida pelo Estado de S.Paulo, acrescentando que o Brasil não usa um terço de sua capacidade hidroviária. "Para você potencializar isso, precisa de alguma especialização", afirmou.
O ex-ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que ontem transferiu o cargo ao ex-senador César Borges (PR-BA), diz que o objetivo do governo é tirar a estatal do papel este ano. "Estamos trabalhando com uma reestruturação onde se considera uma empresa para cuidar de portos fluviais e a manutenção das vias navegáveis", afirmou, sem dar mais detalhes.

Segundo Passos, a continuidade dependerá do novo titular da pasta. A criação da estatal deve ser discutida nesta quinta-feira em reunião de Borges com a cúpula do Dnit. Por ora, o ex-senador não está a par da estrutura que terá de administrar. Só na quarta-feira, após sua posse no Planalto, soube o número de diretorias do Dnit. "Quantas são? Três?", perguntou ao diretor-geral do Dnit, general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, sendo informado de que elas são sete.

subordinação e coordenação

Período composto por subordinação e coordenação 

 

 

Video 

 

 

 

 

VIDEO 3 - Orações subordinadas substantivas


Video 2 Período composto por subordinação e coordenação


Período Composto por Subordinação


Período composto por subordinação, como o próprio nome indica, constitui-se de orações sintaticamente dependentes entre si, subdivididas em substantivas, adjetivas e adverbiais.

Período composto por subordinação é caracterizado por orações dependentes entre si
Período composto por subordinação é caracterizado por orações dependentes entre si
Período composto por subordinação... Ao falarmos sobre esse assunto, a primeira noção que necessariamente deve nos ocorrer é a de que se se trata de um período composto é porque há mais de uma oração e, consequentemente, se está relacionado à subordinação é porque existe uma relação de dependência entre as orações que o compõem.
Tal dependência é manifestada pela função sintática que um determinado termo de uma oração exerce sobre a outra. Assim, ao analisarmos o enunciado que segue, teremos condições de compreender na prática o que a afirmativa nos revela. Assim, vejamos:
 
Quis que as encomendas fossem entregues pessoalmente.
Constata-se que a segunda oração carrega em si um termo sintático referente à outra (que no caso é a primeira), ou seja, o termo em destaque representa o objeto direto do verbo querer, haja vista que “quem quer, quer algo”. Dessa forma, por demarcar essa dependência com a primeira oração, ela é denominada de subordinada.
Tendo em vista a função que exercem, as orações subordinadas se classificam em subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais. Vejamo-las, de modo particular:
Orações subordinadas substantivas
Exercem as funções próprias de um substantivo. Perceba:
Esperamos a sua volta. Temos que “volta”, nesse caso, representa o núcleo do objeto direto referente ao verbo “esperar”. Este pode ser substituído por uma oração com função sintática equivalente, ora manifestada por:
 
Esperamos que você volte. (a sua volta)
O termo em destaque caracteriza uma oração subordinativa substantiva. 
De acordo com a classificação, as substantivas se subdividem em: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas, podendo também ser conectivas, justapostas ou reduzidas.
As conectivas são aquelas introduzidas pelas conjunções “que” e “se”:
 
Não sabemos se ele voltará em breve.
 

Falam que os preços serão novamente reajustados. 
Justapostas – Introduzidas pelos advérbios ou pronomes interrogativos (quando, quem, como, quando, entre outros):
 
Não vimos quem invadiu a pista contrária.
 

Não sei onde podemos encontrá-la novamente.
Reduzidas – Aquelas que não são introduzidas por conectivo, e o verbo sempre assume uma forma nominal (gerúndio, particípio e infinitivo):
 
Supomos ser ele o autor do atentado. (percebe-se que o verbo “ser” assume a sua forma original – infinitivo)
 

Orações subordinadas subjetivas
Atuam como sujeito do verbo da oração principal:
 
É essencial que você compareça à reunião.
                   Or. subord. substantiva subjetiva

 

Objetivas diretas
São aquelas que exercem a função de objeto direto em relação ao verbo da oração anterior (principal):
 
Queremos que você seja nosso parceiro.
                     Or. subord. substantiva objetiva direta

 

Objetivas indiretas
Atuam como objeto indireto, complementando o verbo da oração anterior:
 
Lembre-se de que precisamos voltar cedo.
                  Or. subord. substantiva objetiva indireta

 

Completivas nominais
Exercem a função de complemento nominal de um nome da oração anterior:
 
Tenho a impressão de estar sempre em dúvida em relação a algo.
                                Or. subord. Substantiva completiva nominal

 

Apositivas
Atuam como aposto de um termo da oração principal:
Só me resta uma alternativa: revelar todo o segredo.
                                               Or. subord. substantiva apositiva

Predicativas
Atuam como predicativo do sujeito da oração principal:
A verdade é que ele não se mostra mais interessado em continuar.
                     Or. subord. substantiva predicativa

 

Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas desempenham a função própria de um adjetivo (adjunto adnominal e aposto explicativo, em algumas circunstâncias). Pelo fato de acrescentarem ao substantivo, ou ao pronome de outra oração, uma ideia mais importante ou menos importante, classificam-se como restritivas e explicativas. Tais orações são sempre representadas por pronomes relativos, ora demarcados por “que, o qual, a qual, cujo, cujos, os quais, as quais”, etc.
 

Adjetivas restritivas
São aquelas que restringem o sentido do termo anterior, individualizando-o:
A garota que passava naquele momento socorreu-me.
Temos que o termo em destaque representa a oração subordinada adjetiva restritiva, por fazer referência àquela garota em especial – a que passava naquele momento.    
 

Adjetivas explicativas
Assim se caracterizam pelo fato de realçarem ou ampliarem dados referentes a um termo anterior – significativamente expresso:
Rio de Janeiro, que é considerada a cidade maravilhosa, oferece distintas atrações turísticas.
Contatamos que o termo demarcado entre vírgulas representa a oração subordinada adverbial explicativa.
Voltando à questão das orações subordinadas adjetivas, elas também aparecem na forma reduzida, bastando para isso eliminar o pronome relativo e empregar o verbo no particípio, gerúndio e, raras as vezes, no infinitivo. Vejamos alguns exemplos:
Visitei os primos que chegaram da Europa. Visitei os primos chegados da Europa.   (Or. subord. adjetiva reduzida de particípio)
Nesta classe há alunos que se esforçam bastante. Nesta classe há alunos se esforçando bastante.  (Or. subord. adjetiva reduzida de gerúndio)
 

Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Assim como ocorre com os adjuntos adverbiais, uma vez que sua classificação se dá por meio da circunstância que exprimem, ocorre também com as subordinadas adverbiais, que se classificam em nove grupos, estudados a seguir:
 
Causais
Exprimem a causa, o motivo do fato expresso na oração principal. Geralmente são introduzidas pelas conjunções: como, já que, porque, visto que, uma vez que, entre outras:
Como estava chovendo bastante, desistimos do passeio.
Or. subord. adverbial causal

 
Comparativas
Estabelecem uma comparação, seja esta de igualdade, inferioridade ou superioridade, em relação ao termo expresso na oração principal. São introduzidas pelas seguintes conjunções: assim como, tal qual, tão ou tanto como, mais que ou do que, como, etc.:
Tal qual um anjo, dormia tranquilamente.
Or. subord. adverbial comparativa

 
Concessivas
São caracterizadas pela quebra de expectativa, pela ideia de contraste, obstáculo, em relação ao termo expresso na oração principal. Tais orações geralmente são introduzidas pelas conjunções: ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que, embora, entre outras:
Embora tivesse se esforçado bastante, não obteve bom resultado.
Or. subord. adverbial concessiva

 
Conformativas
Indicam a circunstância de conformidade, isto é, revelam o caminho a ser adotado para a execução do que se declara na oração anterior. As conjunções que as introduzem são demarcadas por: como, conforme, segundo, consoante:
Conforme o professor solicitou, fizemos a pesquisa.
Or. subord. adverbial conformativa

 
Consecutivas
Revelam a consequência do fato expresso na oração principal, ora introduzida pelas conjunções: de forma que, de modo que, sem que, tão, tanto, tamanho, de sorte que, etc.:
O temporal foi tamanho, que toda a cidade ficou destruída.
                                        Or. subord. adverbial consecutiva

Condicionais
Expressam uma condição para a realização do fato expresso na oração principal, introduzidas pelas conjunções: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a menos que, entre outras:
Poderá até não comparecer à reunião, desde que apresente justificativas.
                                                        Or. subord. adverbial condicional

Finais
Exprimem a intenção, a finalidade do que se declara na oração principal. Tais orações são integradas pelas conjunções: para que, a fim de que, por que e que:
A fim de que pudessem chegar a um consenso, resolveram conversar.
Or. subord. adverbial final

 

Temporais
Expressam a ideia de tempo, fazendo referência a fatos simultâneos, anteriores ou posteriores, expressos na oração principal. São introduzidas pelas conjunções: assim que, sempre que, cada vez que, agora que, quando, enquanto, logo que, depois que, etc.:
Assim que você saiu, eles chegaram do passeio.
Or. subord. adverbial temporal

Tais quais as substantivas e as adjetivas, as subordinadas adverbiais também podem aparecer sob a forma reduzida, ou seja, desprovidas do conectivo (conjunção), apresentando o verbo numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo ou particípio:
Praticando bons atos, será respeitado por todos.
Or. subord. adverbial condicional reduzida de gerúndio (desde que pratique bons atos...) 

Aplaudida por todos, constatou a grandeza de seu trabalho.
Or. subord. adverbial causal reduzida de particípio (Constatou a grandeza de seu trabalho, uma vez que foi aplaudida por todos)
Ao receber a visita de alguns amigos, viu o quanto era querida por todos.
Or. subord. adverbial temporal reduzida de infinitivo (Quando recebeu a visita de alguns amigos, viu o quanto era querida por todos)
 

Orações intercaladas ou interferentes
Assim se caracterizam por se mostrarem independentes da estrutura sintática do período. Utilizadas na intenção de inserir uma observação, ressalva, opinião ou advertência do emissor, são sempre isoladas por vírgulas, travessão ou parênteses:
Vamos comemorar, disse um dos colegas, esta data muito importante para todos.
O termo ora expresso entre vírgulas (como também poderia estar entre parênteses ou travessão) representa a modalidade em questão.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Período Composto por Coordenação


O período composto por coordenação é formado por orações que não estabelecem nenhuma dependência sintática entre si.


O período composto por coordenação se constitui de orações independentes entre si
O período composto por coordenação se constitui de orações independentes entre si
Período composto por coordenação... Antes de enfatizarmos suas características, analisemos primeiramente o exemplo:
“Deram o braço e desceram a rua”.  (Machado de Assis)
Analisando-o, constatamos que existem dois verbos: dar (deram) e descer (desceram). Logo, trata-se de um período, dada a presença de mais de um verbo. Prosseguindo com nosso raciocínio, ocupemo-nos agora em desmembrar as orações que integram esse período:
Deram o braço / Desceram a rua.   
Outro aspecto que também se faz presente é que ambas as orações são independentes, ou seja, uma não depende da outra, em se tratando de termos sintáticos, para serem dotadas de sentido. Eis aí a razão principal de serem conceituadas como orações coordenadas. Elas, por sua vez, podem aparecer sem a presença de um conectivo (conjunção), como podem também ser ligadas por ele, assim como nos mostra o exemplo original, ou seja: “Deram o braço e desceram a rua”. 
Quando se evidenciam sem a presença do conectivo, são denominadas assindéticas (o prefixo “-a” denota ausência de algo). E quando apresentam conectivo, denominam-se sindéticas. Sendo assim, de acordo com o sentido (significado) demarcado por esse elemento que as liga (conectivo), recebem classificações distintas, como veremos

Orações coordenadas aditivas
As orações coordenadas aditivas, como bem nos retrata o conceito, estão relacionadas à ideia de soma, adição. Assim sendo, são representadas pelas conjunções “e”, “nem”, “mas também”:
Ela nem estuda nem trabalha.
O garoto é educado e inteligente.
Não só é inteligente, mas também educado.
 

Coordenadas adversativas
Elas, por sua vez, revelam fatos ou conceitos que se antepõem ao que se declara na coordenada anterior, estabelecendo, assim, uma ideia de oposição, contraste. Geralmente são introduzidas pelas conjunções “mas”, “porém”, “todavia”, “entretanto”, “contudo”, “no entanto”:
Ele se esforçou bastante, contudo não obteve bom resultado.
Ela se mostra uma pessoa gentil, todavia não demonstra ser confiável.
Tratava-se de um local muito aconchegante, no entanto não fomos bem recebidos. 
 

Coordenadas alternativas
O termo “alternativas” se relaciona à ideia de alternância. Portanto, afirmamos que as coordenadas alternativas exprimem fatos ou conceitos que se alternam ou que se excluem mutuamente. As conjunções que as representam são demarcadas por “ou... ou”, “ora... ora”, “já... já”... “quer... quer”:
Ou você trabalha, ou procure outro lugar para se hospedar.
Quer você queira, quer não, iremos visitá-lo.
Ora se mostrava calmo, ora agitado.
 

Coordenadas explicativas
As orações coordenadas explicativas conferem à justificativa a explicação referente a uma ordem, sugestão ou suposição. Geralmente são introduzidas pelas conjunções “que”, “porque”, “porquanto”, “pois”:
Respeite-o, pois se trata de uma pessoa mais velha.
Não pude comparecer à reunião porque tinha um compromisso inadiável.
“Não fujas, que eu te sigo...” (Menotti Del Picchia)
 


Coordenadas conclusivas
De forma literal, as conclusivas estão relacionadas à ideia de conclusão. Dessa forma, afirmamos que elas exprimem uma conclusão lógica obtida em relação aos fatos expressos na coordenada anterior. São introduzidas pelas conjunções “logo”, “portanto”, “por conseguinte”, “por isso”, “pois”:
Obteve bom desempenho no teste, logo demonstrou ser capacitado.
Hoje está bastante quente, portanto iremos ao clube.
Não valorizava a companhia de sua amada, por isso hoje está sozinho.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

O destino dos doze corintianos presos na Bolívia

Futebol

O destino dos doze corintianos presos na Bolívia

Prisão preventiva pode se estender por até três anos pelas leis bolivianas; outros 88 brasileiros estão em situação similar no país vizinho

Laryssa Borges, de Brasília
Tiago dos Santos Ferreira e Raphael Castilho de Araújo no Centro Penitenciário São Pedro, em Oruro
Tiago dos Santos Ferreira e Raphael Castilho de Araújo no Centro Penitenciário São Pedro, em Oruro - Reprodução
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, vai nesta quinta-feira ao Senado apresentar explicações sobre um tema que tem tirado o sono da diplomacia brasileira: a permanência de doze torcedores do Corinthians presos há 42 dias na cidade boliviana de Oruro, a 230 km de La Paz, acusados de participação na morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador em um jogo da Copa Libertadores da América. O Itamaraty enfrenta forte pressão tanto de parlamentares quanto fora do Congresso para negociar a libertação do grupo, submetido às leis rígidas sobre prisão preventiva no país vizinho.
Nesta quinta, mais do que falar das queixas de maus tratos na carceragem de Oruro, Patriota terá a oportunidade de esclarecer que os corintianos estão enredados pelo arcaico sistema judicial da Bolívia, um país tão bem tratado pelo governo brasileiro nos últimos anos. O longo tempo de prisão preventiva não é uma novidade em território boliviano: outros 88 brasileiros estão presos na cidade de Santa Cruz de La Sierra em situação similar.
A legislação do país vizinho estabelece a marca de impressionantes três anos como prazo máximo para prisões preventivas, limite que nem sempre é respeitado: pelo menos dez brasileiros estão encarcerados na Bolívia há mais tempo do que isso. Em novembro do ano passado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos recebeu o alarmante diagnóstico de que o sistema prisional boliviano é um dos mais retrógrados da América Latina. O uso indiscriminado da prisão preventiva pelo Judiciário da Bolívia chegou a tal ponto que atualmente 84% da população carcerária do país é formada por detentos nesta condição.
Depois de constatar altos índices de insegurança dos cidadãos bolivianos entre os anos de 2005 e 2010, o governo decidiu promover reformas judiciais, endurecendo as penas e limitando os casos em que acusados poderiam responder aos processos em liberdade. A consequência imediata foi o crescimento exponencial dos índices de prisões cautelares. Em dezembro de 2011, depois de apenas um ano de vigência das regras mais rígidas de liberação de presos, a população carcerária na Bolívia aumentou 22% em relação a 2010.


Um estudo elaborado por entidades como a Due Process of Law Foundation e o Instituto de Estudos Legais e Sociais do Uruguai e enviado a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, afirma que o cenário boliviano provoca “violações de direitos humanos às pessoas privadas de liberdade” e agrava as “desumanas condições de detenção e os índices de violência carcerária”.
O código penal da Bolívia é claro na determinação da prisão preventiva a estrangeiros. Sem trabalho, família ou residência fixa em território boliviano e a partir de um documentado histórico de fugas pela fronteira com o Brasil, a regra é que todos os suspeitos, de traficantes de drogas a acusados de homicídios, sejam levados imediatamente para a cadeia. De acordo com diplomatas que acompanham o caso dos torcedores corintianos, a Justiça boliviana é implacável com suspeitos que não tenham familiares ou vínculos de trabalho no país.
“Será que três anos é um tempo razoável para que a pessoa tenha de esperar uma possível condenação? A partir do momento em que passa três anos em uma prisão, a pessoa está condenada antes mesmo da sua defesa”, avalia a professora de Direito Internacional da Universidade de Brasília (UnB), Inez Lopes. “Se a prisão preventiva chega a dois, três anos, na verdade já está se cumprindo pena antes da condenação”, diz.

“É extremamente exagerado esse período de até três anos para uma prisão preventiva, principalmente se compararmos com a nossa lei”, completa o advogado Octávio Aronis, especialista em Direito Penal e Direito Internacional. No Brasil, a regra costurada a partir da jurisprudência é a de que o prazo de prisão processual durante a instrução não pode ultrapassar 81 dias, embora a realidade carcerária nacional seja repleta de exemplos de desrespeito às normas.

Carceragem – Os 12 torcedores corintianos, ligados às torcidas Pavilhão Nove e Gaviões da Fiel, estão presos desde o dia 20 de fevereiro. Na carceragem, dois calabouços são destino certo para os mais rebeldes. As condições locais reproduzem as mazelas da superlotação: 1.500 homens e mulheres, condenados ou não, disputam cada palmo do presídio construído para abrigar apenas 200 deles. Em celas comuns, até para dormir os recém-chegados têm de pagar uma taxa: 200 bolivianos, ou pouco mais de 55 reais, são repassados aos “chefes da cela”.
Pelo Código de Procedimento Penal da Bolívia, as pessoas detidas preventivamente devem ser levadas a estabelecimentos especiais diferentes dos utilizados por presos já condenados ou devem, pelo menos, ser mantidas em celas diferentes dos detentos já julgados. A lei é ignorada cotidianamente pelo Judiciário boliviano. Com o caso dos torcedores corintianos não será diferente.
Corrupção – Os torcedores brasileiros já foram indiciados por homicídio, mas as audiências de instrução do processo tramitam morosamente na promotoria local. Eles ainda não deram sua versão oficial sobre o episódio que levou à morte de Kevin e, quando tiverem de comparecer ao Palácio da Justiça para depoimentos, vão se deparar com a absurda situação de ter de pagar propina a cada etapa do processo judicial. O peculiar método de trabalho do Judiciário boliviano, revelado por diplomatas e parlamentares brasileiros ao site de VEJA, prevê que os corintianos possam ter de arcar, por exemplo, com uma taxa de 800 a 1 000 dólares em propina para a contratação de um advogado que tente obter uma sentença mais ágil.
Os preços são negociáveis, mas a tabela do mercado paralelo de favores judiciais também fixa pagamento de 60 a 100 dólares para movimentos e notificações nos processos, taxas para escolta policial, propina para utilizar o carro da polícia para comparecer a um depoimento e até o desembolso de cerca de 100 dólares para que o acusado possa ir à audiência de seu próprio processo. Se, por qualquer razão, as audiências forem canceladas, a propina obviamente não é reembolsada. Sem comprovantes oficiais da despesa, os corintianos tampouco podem pedir ressarcimento ao serviço consular.


A diplomacia brasileira já bateu de frente com a corrupção institucionalizada no Judiciário boliviano, mas as autoridades locais se eximem de responsabilidade. “O caso dos torcedores corintianos é extremamente complicado. O sistema prisional é o caos e a justiça não garante mecanismos de defesa”, diz o deputado Walter Feldman (PSDB-SP), que visitou os corintianos em uma rodada de negociações na Bolívia. “Os presos estão em condição degradante. Se depender da justiça de Oruro, o caso fica mais complicado”, afirma o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que foi à Bolívia para acompanhar o caso.
Além do possível risco de prisão preventiva abusiva e de extorsão generalizada em cada movimentação processual, a promotora Abigail Saba, responsável pela investigação em Oruro, também tem papel de protagonista no destino dos doze torcedores brasileiros. Até agora, o governo boliviano sequer requisitou formalmente o depoimento em que um corintiano menor de idade confessa ter disparado o sinalizador que matou Kevin Espada. Saba ignorou um protocolo diplomático no pedido que encaminhou para ter acesso ao conteúdo do depoimento do menor e fez um pedido fora dos padrões internacionais. O Ministério de Relações Exteriores brasileiro teme que, nos moldes da solicitação da promotora, a prova possa ser declarada nula pelo juiz do caso.
Abigail Saba, que suspeita que o menor assumiu a culpa para livrar um adulto de punição, até agora também não providenciou uma perícia nos vídeos que registram o momento exato em que o sinalizador é disparado no jogo entre Corinthians e San José. Desde o dia 12 de março ela tem em suas mãos dois DVDs com o depoimento do menor, análises do perito Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), feitas em imagens do dia do acidente e outros vídeos informais de um jornalista que cobria o jogo. Mas até o momento nada foi feito com a documentação.
O motivo do novo entrave burocrático é prosaico: a empresa responsável pelas perícias locais rescindiu o contrato em 31 de dezembro por falta de pagamento. Com vídeos e documentos por ora sem serventia, a defesa dos torcedores brasileiros acredita que a promotora possa alegar que a ausência de perícia desqualifica a prova mais evidente de uma possível inocência dos corintianos.
Indenização – Depois de encontros com autoridades diplomáticas e representantes do governo boliviano, interlocutores que acompanham o caso dos corintianos, diante das sucessivas provas de morosidade e burocracia, chegaram à conclusão de que apenas uma negociação de caráter mais político poderia agilizar pelo menos a concessão de liberdade provisória aos torcedores. Nas negociações pela libertação dos brasileiros, surgiu a proposta de que o pagamento de uma pesada indenização à família de Kevin, independentemente da conclusão do processo judicial, poderia sinalizar boa vontade da torcida do Corinthians e ajudar na flexibilização da prisão preventiva.
A hipótese de indenização antecipada esbarra, porém, na velha engrenagem de corrupção. Os advogados que defendem os corintianos acreditam que, diante do cenário consolidado de cobrança de propina para cada movimentação processual, o pagamento à família do menino morto acabaria inflacionado e não ajudaria na libertação dos torcedores. Nos corredores da promotoria de Oruro, autoridades chegaram a estimar ser necessária uma indenização de 5 milhões de reais, mais do que o dobro da provável bilheteria do jogo entre Brasil e Bolívia, que foi agendado para 6 de abril e terá parte da renda revertida para a família do menino.
Questão política – Entre 21 de fevereiro, um dia após a prisão dos doze corintianos, e o dia 26 de março, foram enviados vinte diplomatas e agentes consulares brasileiros a Oruro para acompanhar o caso. No último dia 24, o próprio embaixador Marcel Biato foi à cidade onde os torcedores estão presos. O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou a conversar com o presidente boliviano, Evo Morales, sobre o futuro dos corintianos, e nos últimos dias o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiano Talavera, foi convocado ao Itamaraty para explicar a situação dos brasileiros.
Sem soluções a curto prazo, autoridades que acompanham o impasse atribuem a demora na libertação dos torcedores a um episódio muito mais complicado: o asilo concedido pela embaixada brasileira em La Paz ao senador oposicionista Roger Pinto Molina. Molina está na embaixada do Brasil desde maio de 2012 após alegar ser perseguido pelo governo. Parte da família do parlamentar conseguiu fugir para o estado do Acre. Oficialmente, o governo de Evo Morales afirma a autoridades brasileiras não poder interferir no Poder Judiciário em favor dos corintianos, mas o fantasma do mal resolvido asilo a Molina paira sobre as negociações envolvendo os torcedores.

Enquanto se desenrolam as negociações sobre relaxamento de prisão ou sobre como lidar com os futuros pedidos de propina, Joselita Maria Neves, mãe de Fábio Neves Domingos, presidente da torcida organizada Pavilhão Nove e um dos doze presos na Bolívia, acompanha com apreensão o futuro incerto do filho. Fábio tem sofrido com as condições precárias de higiene na penitenciária, ainda não conseguiu se adaptar aos efeitos da altitude na Bolívia e tem tido crises frequentes de bronquite alérgica. “Falo todos os dias com o Fábio. Ele fala como um filho fala para mãe: 'está tudo bem'. Mas eu sei que não está tudo bem. O Fábio é quem sustenta a casa, aluguel, compras, tudo. Agora, sem ele, só Deus sabe. Não está fácil”, diz.
(Com reportagem de Marcela Mattos e Jean-Philip Struck)

Buscador chinês Baidu desenvolve rival do Google Glass

Mercado

Buscador chinês Baidu desenvolve rival do Google Glass

Concorrente do gigante de buscas trabalha em protótipo chamado Baidu Eye

Sergey Brin, CEO do Google, apresenta o novo Google Glasses
Sergey Brin, um dos fundadores do Google, testa novo Google Glass (Stephen Lam/Reuters)
O Baidu, serviço de buscas mais popular da China, está desenvolvendo um par de óculos conectado à internet similar ao Glass, projeto do Google, informou a imprensa chinesa nesta quarta-feira. O produto foi batizado Baidu Eye e não há previsão de lançamento do dispositivo no mercado.


O gadget possui tela de LCD, sistema de reconhecimento de imagem controlado por voz, além de um sensor que permite aos usuários acionar ferramentas do óculos por meio de fala. Todas as tecnologias usadas no protótipo já foram adotadas no Google Glass.
O Baidu Eye também oferece recursos de busca na web, ligações e reconhecimento de gestos para ações como tirar e enviar uma fotografia. Assim como o Glass, o par de óculos funcionará a partir de uma plataforma aberta a desenvolvedores.
De acordo com as especulações, o dispositivo rodará um processador fabricado pela Qualcomm e terá autonomia de 12 horas.

Fundação Mozilla e Samsung vão lançar novo navegador

Internet

Fundação Mozilla e Samsung vão lançar novo navegador

Servo deve apresentar melhor integração com processadores modernos

Mozilla: fundação quer criar concorrente para sistemas como iOS, Chrome OS e Android
Mozilla: fundação quer criar um novo navegador (Reprodução)
A Fundação Mozilla e a sul-coreana Samsung anunciaram nesta quarta-feira uma parceria para o desenvolvimento de um novo navegador, o Servo. De acordo com Brendan Eich, CTO da Mozilla, a intenção das empresas é criar um programa capaz de fazer um melhor uso dos processadores atuais, mais potentes, e que utilizam diversos núcleos para facilitar a execução de aplicativos complexos. “Precisamos nos preparar para tirar vantagem da arquitetura computacional do futuro”, afirmou o executivo.


Eich adiantou que o projeto utilizará a linguagem de programação Rust – que é visualmente similar à linguagem C. “A Rust está em desenvolvimento há anos, e podemos afirmar que ela está bem estável”, disse. "A linguagem deve preencher vários nichos ocupados hoje pela C++, mas de forma mais eficiente e com maior controle sobre o hardware.”

Para alcançar o sucesso, as empresas decidiram investir na integração total do Servo com o hardware de dispositivos como smartphones e computadores pessoais – algo que melhoraria a experiência dos usuários que rodam aplicações e jogos a partir da internet. Ainda não há previsão para o lançamento do navegador. A Fundação Mozilla é a grande responsável pelo Firefox, que hoje disputa espaço como o Chrome, do Google, e o Internet Explorer, da Microsoft.

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Telefone celular completa 40 anos de vida VEJA

Mobilidade

Telefone celular completa 40 anos de vida

Primeiro aparelho, da Motorola, pesava mais de um quilo. Sua bateria só tinha autonomia para 20 minutos de funcionamento

Modelos antigos de celulares
Modelos antigos de celulares (Alessandro Bianchi/Reuters)
O telefone celular completa nesta quarta-feira quatro décadas. A primeira ligação a partir de um aparelho de comunicação por ondas eletromagnéticas foi realizada pelo engenheiro Martin Cooper, no dia 3 de abril de 1973, em Nova York. Na ocasião, Cooper ligou para seu principal rival, o também engenheiro Joel Engel, líder da equipe de pesquisas da empresa Bell Labs.
O aparelho usado por Cooper no teste foi um protótipo do que viria a ser o Motorola DynaTAC. Hoje, o aparelho custaria o equivalente a 8.000 dólares — uma fortuna, comparado ao preço do iPhone 5, da Apple, encontrado no mercado americano por pouco mais de 600 dólares.
Os telefones antigos eram pouco discretos ou ergonômicos. O modelo da Motorola pesava mais de um quilo e sua bateria não durava mais do que 20 minutos. No Brasil, os primeiros celulares chegaram ao país na década de 1980. Os dispositivos só ganharam popularidade dez anos depois.

Negócios VEJA

Eike Batista vai faturar R$ 40 mi com concessão da Marina da Glória

Valor é quatro vezes maior que o faturamento atual e deve ser atingido após reforma feita por companhia controlada pelo empresário

Marina da Glória no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro
Revitalização da marina deve ser concluída em 2015 e será feita por empresa de Eike (Genilson Araújo/Agência O Globo)
O empresário Eike Batista pretende multiplicar por quatro o faturamento da Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O seu projeto de reforma prevê arrecadação, por ano, de até R$ 40 milhões com a locação da área para eventos, além de cobrança pelo uso de novas lojas, pelas vagas para barcos e do estacionamento, que será ampliado de 200 para 600 vagas. A cifra foi revelada na última terça-feira pelo representante da concessionária REX, Marco Adnet, em audiência pública realizada na Câmara Municipal do Rio para debater o projeto para a marina, no Parque do Flamengo.
"Com o novo projeto, esperamos sair de um faturamento que gira entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões para algo na ordem de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões", disse Adnet. O projeto final de revitalização depende de aprovação do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Adnet disse esperar uma decisão até o fim deste mês. A obra, segundo ele, precisa ser iniciada neste ano para ficar pronta até dezembro de 2015, quando o local deverá ser usado para a realização de um teste para a Olimpíada de 2016. "Nossa intenção é começar em agosto de 2013 para entregar até agosto de 2015, no máximo setembro", afirmou. O processo de licenciamento ambiental, em geral demorado, só começará após a aprovação do Iphan.
O representante do grupo de Eike acrescentou que negocia interferências no projeto desde 2010 e que agora o Iphan tem em mãos todos os elementos para a decisão final. "Com a aprovação neste mês, acredito que até junho os órgãos municipais possam liberar suas licenças. Restará ainda a validação do Ministério Público e do juízo, ao qual impetramos recurso, para a liberação das obras. São prazos otimistas, mas possíveis", disse. Único representante da prefeitura na audiência, o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, defendeu o projeto de Eike. "Preliminarmente, tem qualidades arquitetônicas que trazem melhorias em relação à situação que temos hoje", afirmou Fajardo.
Críticas - O vereador Paulo Messina (PV) afirmou que as contrapartidas oferecidas pela empresa, entre elas a recuperação da área de piqueniques e do bosque, são obrigações. Segundo ele, o projeto servirá apenas para dar lucro à REX, braço imobiliário de Eike. "Não sei o que estão propondo de benefício para a população", disse Messina. Adnet rebateu e afirmou que a exploração de eventos e de espaços comerciais está prevista na concessão. O vereador Eliomar Coelho (PSOL) criticou o fato de usuários da Marina da Glória não terem sido ouvidos na audiência e questionou a criação de mais 400 vagas sem estudo de impacto no trânsito. "O projeto precisa de viabilidade técnica e econômica, mas acima de tudo social. A área é pública", afirmou Coelho.
Para Fajardo, há "preconceito" contra a empresa de Eike. "Feliz é a cidade que tem grandes empresários. A Lota Macedo, que criou o Aterro, é filha de um grande empresário da época. O que tem de ser levado em consideração é o ponto de vista técnico, que o projeto se adeque bem à área." José Marcondes, da associação de moradores da Glória, apoiou a proposta e foi vaiado por ocupantes da galeria. Um representante dos hotéis Windsor elogiou o projeto, dizendo que a localização "é perfeita" para um centro de convenções.
Hoje, a REX é obrigada a destinar 8% do lucro com a marina para a prefeitura. Segundo Adnet, está em discussão mudança na fórmula. "A remuneração ocorreria por porcentual do faturamento, e não mais do lucro", afirmou ele.

Fábrica que produz Ades em MG continuará suspensa, diz Anvisa

Consumo VEJA

Fábrica que produz Ades em MG continuará suspensa, diz Anvisa

Lotes da bebida iniciados pelas letras AG foram contaminados com soda cáustica no mês passado

Fachada da Unilever Ipojuca
Por contaminação, a Unilever poderá pagar uma multa de até 6 milhões de reais
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter suspensa a fabricação, distribuição, comercialização e o consumo de lotes das bebidas com soja da marca Ades iniciados com as letras "AG". Em meados de março, a Unilever, detentora da marca, anunciou que tais lotes continham uma solução líquida de limpeza no lugar da bebida, que depois foi reconhecida como soda cáustica. Tais lotes foram produzidos na fábrica de Pouso Alegre (MG) e foram distribuídos em varejistas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Depois da descoberta, a Unilever anunciou o recall de todos os produtos pertencentes aos lotes e afirmou que o problema já havia sido resolvido. No entanto, após inspeção realizada pela Vigilância Sanitária na fábrica onde ocorreu o problema, a Anvisa decidiu manter a suspensão. Para a agência, a Unilever precisa esclarecer algumas informações para que o relatório de inspeção sanitária possa ser concluído.
De acordo com nota divulgada pela Anvisa, os lotes só poderão ser liberados após o monitoramento dos produtos contaminados e a contratação de um supervisor, uma vez que 50 dos 96 produtos contaminados continuam no mercado. Além disso, todos os operadores de máquinas da fábrica deverão passar por treinamento e os aparelhos deverão ter manutenção preventiva a cada três meses.
"A Anvisa aguarda que a empresa cumpra com todas as exigências expostas pelas autoridades sanitárias de Minas Gerais para que a agência possa avaliar, novamente, o caso. Enquanto a agência não tiver informações sobre a segurança dos produtos, por precaução e para proteger a saúde da população brasileira, os mesmos continuarão suspensos", afirmou a Anvisa, em nota.
Devido à falha, a Unilever poderá receber multa de até 6 milhões de reais, caso as investigações sobre o ocorrido comprovem que a contaminação decorreu de negligência grave ou que a companhia tenha violado normas do Código de Defesa do Consumidor.


(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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Chuvas torrenciais deixam dezenas de mortos na Argentina

América Latina

VEJA

Chuvas torrenciais deixam dezenas de mortos na Argentina

Autoridades de La Plata - cerca de 60 quilômetros ao sul da cidade de Buenos Aires - consideram este um desastre climático único na história da cidade

Homem usa prancha para tentar se locomover em avenida alagada. Cinco pessoas morreram como consequência da forte chuva que atingiu Buenos Aires no início da madrugada desta terça-feira (2)
Homem usa prancha para tentar se locomover em avenida alagada. Ao menos cinco pessoas morreram como consequência da forte chuva que atingiu Buenos Aires no início da madrugada desta terça-feira (2) - Fernando Sturla/AFP
Dezenas de pessoas morreram na Argentina depois das chuvas torrenciais que deixaram centenas de desabrigados nos últimos dias. O temporal atingiu a capital Buenos Aires e depois se deslocou para o sul, chegando a La Plata, onde caíram 400 milímetros de água em duas horas.
Segundo a imprensa argentina, só em La Plata, localizada cerca de 60 quilômetros ao sul da cidade de Buenos Aires, o número de mortos já chega a 40. "É um desastre climático único na história de La Plata", disse a repórteres o ministro da Justiça e Segurança do distrito, Ricardo Casal. Mais de 2.000 pessoas tiveram de ser evacuadas e metade da cidade ficou inundada.Homem sobe em carro em área inundada em La Plata, na Argentina
“Agora vamos encontrando com a pior situação”, disse, pela manhã, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que não descartou a possibilidade de aumento no número de mortos. Há mais de 2.200 desabrigados e muitas pessoas aguardam resgate nas lajes de suas casas e em cima de carros. “Nunca vi coisa igual. Esta situação não tem precedentes”, acrescentou Scioli. Ele explicou que um grande volume de chuva caiu em poucas horas, e não houve tempo para os moradores escaparem.
Em La Plata, muitas pessoas tiveram de passar horas sobre os telhados de suas casas à espera de resgate, conforme a água arrastava todos os veículos em seu caminho. "A tarefa mais difícil foi à noite, quando a água atingiu níveis muito elevados na madrugada e não havia possibilidade de sobrevoar ou oferecer auxílio aéreo", explicou Casal, acrescentando que havia cerca de 1.500 desabrigados.
Em Buenos Aires, as chuvas deixaram pelo menos seis mortos. A inundação de ruas e casas atingiu com maior força os bairros da zona norte da capital, onde tem crescido nos últimos dez anos a construção de edifícios, sem a realização de obras de infraestrutura hídrica, segundo entidades ambientalistas.

Obama promete abrir mão de parte de seu salário anual

Estados UnidosVEJA

Obama promete abrir mão de parte de seu salário anual

Jornal 'The New York Times' publicou que presidente devolverá 5% de seu salário anual de 400.000 dólares em solidariedade a funcionários públicos atingidos por cortes de despesas

O presidente dos EUA, Barack Obama, durante entrevista à televisão israelense
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante entrevista à televisão israelense (Reprodução)
O presidente americano Barack Obama vai abrir mão de 5% do seu salário em solidariedade aos funcionários públicos que devem ficar alguns dias sem trabalhar e sem receber, em decorrência do corte de gastos que entrou em vigor no mês passado. Como o salário anual de Obama é de 400.000 dólares, ele deverá devolver 20.000 dólares (cerca de 40.300 reais) ao Departamento do Tesouro americano, informou jornal The New York Times, citando um funcionário da Casa Branca, que não foi identificado.

O desconto tem caráter retroativo a 1º de março, quando os cortes entraram em vigor, e será aplicado até o final do ano fiscal, em setembro. O "sequestro orçamentário" prevê cortes automáticos de gastos no montante de 85 bilhões de dólares de custos ao governo.
Para evitar a interrupção de serviços públicos, centenas de milhares de funcionários dos setores atingidos pelos cortes automáticos deverão ter folgas forçadas e não remuneradas durante vários dias por mês, dependendo do serviço que prestarem. A Casa Branca também reduziu compras de equipamentos e suprimentos e diminuiu o número de integrantes das delegações em viagens.
Com o anúncio, Obama se junta ao secretário de Defesa, Chuck Hagel, que anunciou na terça-feira que devolveria parte de seu salário anual ao governo, em razão dos cortes no Pentágono.
(Com agência Reuters)

Venezuela: oposição acusa governistas de violar processo eleitoral

América Latina

Venezuela: oposição acusa governistas de violar processo eleitoral

Chefe de campanha de Maduro classifica denúncia de "calúnia" e diz que opositores planejam abandonar disputa, 

Nicolás Maduro e Henrique Capriles, candidatos à presidência na Venezuela
Nicolás Maduro e Enrique Capriles, candidatos à presidência na Venezuela - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
A oposição venezuelana acusou o partido governista de ter acesso privilegiado às urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições presidenciais do próximo dia 14. O secretário da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática, Ramón Guillermo Aveledo, disse nesta quarta-feira que um técnico do PSUV, partido de Nicolás Maduro, tem um código de acesso aos equipamentos.
“Essa chave não pode estar nas mãos de organizações políticas e era completamente anormal que estivesse em mãos de um técnico do PSUV. O partido oficial violou áreas técnicas que são exclusivas do CNE e da empresa que coordena as máquinas”, disse Aveledo, ao explicar que o técnico ativou o sistema no último sábado, durante auditorias realizadas no Conselho Nacional Eleitoral.
O secretário disse que o acesso não coloca em risco o sistema de votação nem o sigilo do voto, que têm chaves de acesso de alta segurança. Ressaltou ainda que o risco é limitado, “a menos que ocorra uma sabotagem, por isso estamos denunciando”.



De acordo com Aveledo, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, admitiu a irregularidade e assegurou que uma investigação será aberta para "determinar os responsáveis”. O representante da oposição solicitou a troca dos códigos e a aplicação de sanções administrativas aos culpados.

O chefe do comando de campanha “Hugo Chávez”, Jorge Rodríguez, classificou a denúncia de “calúnia” e disse que a acusação é parte de uma estratégia da oposição para desconhecer os resultados e abandonar as eleições. “Vocês não acreditam na democracia, só na desestabilização. Não sejam covardes, vamos nos medir com votos”.
Leia mais: 

Disputa - As eleições presidenciais na Venezuela serão realizadas no dia 14 de abril. Nesta terça-feira, a campanha eleitoral teve início oficialmente, apesar de os candidatos já estarem em busca de votos desde a morte de Hugo Chávez, anunciada no dia 5 de março. O início da campanha oficial foi marcado pela insistência de Maduro em invocar o fantasma de Chávez. Ao discursar em Sabaneta, no estado de Barinas, terra natal do coronel, Maduro disse que Chávez apareceu para ele na forma de um "passarinho"  enquanto rezava em uma pequena capela da cidade. “Eu o senti ali como se tivesse nos dando uma benção, dizendo: ‘hoje começa a batalha. Vamos para a vitória, você tem a nossa benção’. Eu senti isso em minha alma”.
Nesta quarta, foi a vez do candidato opositor Henrique Capriles fazer um comício na terra de Chávez. Ele se referiu às denúncias feitas por seu comando eleitoral dizendo que elas devem “significar para o povo de Barinas e para todos os venezuelanos mais força para lutar e derrotar este governo com votos”.

Polícia vai barrar falsos estudantes no Rock in Rio

Música

Polícia vai barrar falsos estudantes no Rock in Rio

Compra de meia entrada só será possível com apresentação de comprovante

O público no último dia do Rock in Rio, em 02/10/2011
O público no último dia do Rock in Rio, em 02/10/2011 (Ricardo Fujii/Grudaemmim)
A organização do Rock in Rio 2013 firmou um convênio com a Polícia Civil para fechar o cerco em torno de quem compra meia-entrada de forma fraudulenta. A compra de ingressos para o festival - que começam a ser vendidos às 10h desta quinta-feira - será fiscalizada por meio das informações fornecidas pelos usuários.
Segundo o delegado Fernando Albuquerque, titular da Delegacia de Defraudações, o objetivo é alertar os "falsos estudantes" que eles podem responder por tentativa de estelionato, além de terem os ingressos invalidados. "No primeiro lote de ingressos da pré-venda já foram identificados indícios de fraude", informou a organização do evento, que entregou à polícia toda a base de dados dos compradores do Rock in Rio Card.
A partir da efetivação da compra do ingresso, será feito ainda um levantamento prévio em instituições de ensino, para comparar as informações. Caso seja comprovada a fraude, os suspeitos serão chamados a prestar esclarecimentos na delegacia. Ainda será exigida a apresentação da carteira de estudante na entrada do Rock in Rio, em cada dia de shows.
Vendas - O ingresso integral custa 260 reais, e a meia-entrada, 130 reais. Não é cobrada taxa de conveniência. A venda pela internet terá início às 10h desta quinta-feira, pelos sites www.rockinrio.com e www.ingresso.com. Cada pessoa tem o direito de adquirir até quatro entradas por dia de festival, mas só uma delas poderá ser meia.
Estudantes de ensino fundamental, médio ou superior, da rede pública ou particular, devem apresentar como comprovante documento de identificação estudantil (carteira de estudante ou comprovante de matrícula) expedido pelo estabelecimento de ensino e/ou pela associação estudantil e/ou agremiação estudantil, além de um documento de identidade com foto. Boleto bancário ou comprovante de mensalidade não são aceitos.
O festival acontece entre 13 e 22 de setembro no Rio de Janeiro. Entre as atrações já confirmadas estão a cantora Beyoncé, os músicos Justin TimberlakeBon JoviBruce Springsteen e John Mayer, e as bandas Florence and the Machine, 30 Seconds to MarsSlayerAlice in Chains, MuseMetallica e Iron Maiden, entre outros.