quinta-feira, 4 de abril de 2013

Período Composto por Subordinação


Período composto por subordinação, como o próprio nome indica, constitui-se de orações sintaticamente dependentes entre si, subdivididas em substantivas, adjetivas e adverbiais.

Período composto por subordinação é caracterizado por orações dependentes entre si
Período composto por subordinação é caracterizado por orações dependentes entre si
Período composto por subordinação... Ao falarmos sobre esse assunto, a primeira noção que necessariamente deve nos ocorrer é a de que se se trata de um período composto é porque há mais de uma oração e, consequentemente, se está relacionado à subordinação é porque existe uma relação de dependência entre as orações que o compõem.
Tal dependência é manifestada pela função sintática que um determinado termo de uma oração exerce sobre a outra. Assim, ao analisarmos o enunciado que segue, teremos condições de compreender na prática o que a afirmativa nos revela. Assim, vejamos:
 
Quis que as encomendas fossem entregues pessoalmente.
Constata-se que a segunda oração carrega em si um termo sintático referente à outra (que no caso é a primeira), ou seja, o termo em destaque representa o objeto direto do verbo querer, haja vista que “quem quer, quer algo”. Dessa forma, por demarcar essa dependência com a primeira oração, ela é denominada de subordinada.
Tendo em vista a função que exercem, as orações subordinadas se classificam em subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais. Vejamo-las, de modo particular:
Orações subordinadas substantivas
Exercem as funções próprias de um substantivo. Perceba:
Esperamos a sua volta. Temos que “volta”, nesse caso, representa o núcleo do objeto direto referente ao verbo “esperar”. Este pode ser substituído por uma oração com função sintática equivalente, ora manifestada por:
 
Esperamos que você volte. (a sua volta)
O termo em destaque caracteriza uma oração subordinativa substantiva. 
De acordo com a classificação, as substantivas se subdividem em: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas, podendo também ser conectivas, justapostas ou reduzidas.
As conectivas são aquelas introduzidas pelas conjunções “que” e “se”:
 
Não sabemos se ele voltará em breve.
 

Falam que os preços serão novamente reajustados. 
Justapostas – Introduzidas pelos advérbios ou pronomes interrogativos (quando, quem, como, quando, entre outros):
 
Não vimos quem invadiu a pista contrária.
 

Não sei onde podemos encontrá-la novamente.
Reduzidas – Aquelas que não são introduzidas por conectivo, e o verbo sempre assume uma forma nominal (gerúndio, particípio e infinitivo):
 
Supomos ser ele o autor do atentado. (percebe-se que o verbo “ser” assume a sua forma original – infinitivo)
 

Orações subordinadas subjetivas
Atuam como sujeito do verbo da oração principal:
 
É essencial que você compareça à reunião.
                   Or. subord. substantiva subjetiva

 

Objetivas diretas
São aquelas que exercem a função de objeto direto em relação ao verbo da oração anterior (principal):
 
Queremos que você seja nosso parceiro.
                     Or. subord. substantiva objetiva direta

 

Objetivas indiretas
Atuam como objeto indireto, complementando o verbo da oração anterior:
 
Lembre-se de que precisamos voltar cedo.
                  Or. subord. substantiva objetiva indireta

 

Completivas nominais
Exercem a função de complemento nominal de um nome da oração anterior:
 
Tenho a impressão de estar sempre em dúvida em relação a algo.
                                Or. subord. Substantiva completiva nominal

 

Apositivas
Atuam como aposto de um termo da oração principal:
Só me resta uma alternativa: revelar todo o segredo.
                                               Or. subord. substantiva apositiva

Predicativas
Atuam como predicativo do sujeito da oração principal:
A verdade é que ele não se mostra mais interessado em continuar.
                     Or. subord. substantiva predicativa

 

Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas desempenham a função própria de um adjetivo (adjunto adnominal e aposto explicativo, em algumas circunstâncias). Pelo fato de acrescentarem ao substantivo, ou ao pronome de outra oração, uma ideia mais importante ou menos importante, classificam-se como restritivas e explicativas. Tais orações são sempre representadas por pronomes relativos, ora demarcados por “que, o qual, a qual, cujo, cujos, os quais, as quais”, etc.
 

Adjetivas restritivas
São aquelas que restringem o sentido do termo anterior, individualizando-o:
A garota que passava naquele momento socorreu-me.
Temos que o termo em destaque representa a oração subordinada adjetiva restritiva, por fazer referência àquela garota em especial – a que passava naquele momento.    
 

Adjetivas explicativas
Assim se caracterizam pelo fato de realçarem ou ampliarem dados referentes a um termo anterior – significativamente expresso:
Rio de Janeiro, que é considerada a cidade maravilhosa, oferece distintas atrações turísticas.
Contatamos que o termo demarcado entre vírgulas representa a oração subordinada adverbial explicativa.
Voltando à questão das orações subordinadas adjetivas, elas também aparecem na forma reduzida, bastando para isso eliminar o pronome relativo e empregar o verbo no particípio, gerúndio e, raras as vezes, no infinitivo. Vejamos alguns exemplos:
Visitei os primos que chegaram da Europa. Visitei os primos chegados da Europa.   (Or. subord. adjetiva reduzida de particípio)
Nesta classe há alunos que se esforçam bastante. Nesta classe há alunos se esforçando bastante.  (Or. subord. adjetiva reduzida de gerúndio)
 

Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Assim como ocorre com os adjuntos adverbiais, uma vez que sua classificação se dá por meio da circunstância que exprimem, ocorre também com as subordinadas adverbiais, que se classificam em nove grupos, estudados a seguir:
 
Causais
Exprimem a causa, o motivo do fato expresso na oração principal. Geralmente são introduzidas pelas conjunções: como, já que, porque, visto que, uma vez que, entre outras:
Como estava chovendo bastante, desistimos do passeio.
Or. subord. adverbial causal

 
Comparativas
Estabelecem uma comparação, seja esta de igualdade, inferioridade ou superioridade, em relação ao termo expresso na oração principal. São introduzidas pelas seguintes conjunções: assim como, tal qual, tão ou tanto como, mais que ou do que, como, etc.:
Tal qual um anjo, dormia tranquilamente.
Or. subord. adverbial comparativa

 
Concessivas
São caracterizadas pela quebra de expectativa, pela ideia de contraste, obstáculo, em relação ao termo expresso na oração principal. Tais orações geralmente são introduzidas pelas conjunções: ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que, embora, entre outras:
Embora tivesse se esforçado bastante, não obteve bom resultado.
Or. subord. adverbial concessiva

 
Conformativas
Indicam a circunstância de conformidade, isto é, revelam o caminho a ser adotado para a execução do que se declara na oração anterior. As conjunções que as introduzem são demarcadas por: como, conforme, segundo, consoante:
Conforme o professor solicitou, fizemos a pesquisa.
Or. subord. adverbial conformativa

 
Consecutivas
Revelam a consequência do fato expresso na oração principal, ora introduzida pelas conjunções: de forma que, de modo que, sem que, tão, tanto, tamanho, de sorte que, etc.:
O temporal foi tamanho, que toda a cidade ficou destruída.
                                        Or. subord. adverbial consecutiva

Condicionais
Expressam uma condição para a realização do fato expresso na oração principal, introduzidas pelas conjunções: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a menos que, entre outras:
Poderá até não comparecer à reunião, desde que apresente justificativas.
                                                        Or. subord. adverbial condicional

Finais
Exprimem a intenção, a finalidade do que se declara na oração principal. Tais orações são integradas pelas conjunções: para que, a fim de que, por que e que:
A fim de que pudessem chegar a um consenso, resolveram conversar.
Or. subord. adverbial final

 

Temporais
Expressam a ideia de tempo, fazendo referência a fatos simultâneos, anteriores ou posteriores, expressos na oração principal. São introduzidas pelas conjunções: assim que, sempre que, cada vez que, agora que, quando, enquanto, logo que, depois que, etc.:
Assim que você saiu, eles chegaram do passeio.
Or. subord. adverbial temporal

Tais quais as substantivas e as adjetivas, as subordinadas adverbiais também podem aparecer sob a forma reduzida, ou seja, desprovidas do conectivo (conjunção), apresentando o verbo numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo ou particípio:
Praticando bons atos, será respeitado por todos.
Or. subord. adverbial condicional reduzida de gerúndio (desde que pratique bons atos...) 

Aplaudida por todos, constatou a grandeza de seu trabalho.
Or. subord. adverbial causal reduzida de particípio (Constatou a grandeza de seu trabalho, uma vez que foi aplaudida por todos)
Ao receber a visita de alguns amigos, viu o quanto era querida por todos.
Or. subord. adverbial temporal reduzida de infinitivo (Quando recebeu a visita de alguns amigos, viu o quanto era querida por todos)
 

Orações intercaladas ou interferentes
Assim se caracterizam por se mostrarem independentes da estrutura sintática do período. Utilizadas na intenção de inserir uma observação, ressalva, opinião ou advertência do emissor, são sempre isoladas por vírgulas, travessão ou parênteses:
Vamos comemorar, disse um dos colegas, esta data muito importante para todos.
O termo ora expresso entre vírgulas (como também poderia estar entre parênteses ou travessão) representa a modalidade em questão.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

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