Criminalidade
Casos de roubos no local aumentaram 23% em fevereiro; grupo de crianças entre 9 e 14 anos foi detido duas vezes e liberado em seguida
Os adolescentes usam armas de brinquedo envolvidas com fita isolante
(Thinkstock )
Além de identificar os menores, a polícia afirma ter feito 21 prisões em flagrante entre janeiro e março – todas na Almirante Delamare. Na semana passada, dois homens que foram presos se passavam por policiais civis. "É um local com iluminação precária, lombadas e semáforos em locais inadequados, ou seja, um ambiente propício a criminosos", afirma o secretário municipal de Segurança de São Caetano do Sul, tenente-coronel José Quesada Farina. "Colocamos viaturas da Guarda Civil Metropolitana no fim da avenida. Mas é mais para dar uma assistência, porque não é do lado de São Caetano que os crimes acontecem."
O grupo de cinco garotos já foi detido duas vezes somente na semana passada e liberado em seguida. Em uma delas, havia roubado uma mala com 15 000 dólares, devolvida ao dono. Eles usam uma pistola de brinquedo, envolvida com fita isolante. Segundo a polícia, os garotos são moradores do bairro de Heliópolis, cortado pela Avenida Almirante Delamare. A maioria é conhecida na favela – algumas das mães dos meninos trabalham como empregadas em entidades públicas do bairro.
"Pela lei, eles não podem ser presos, e sim encaminhados ao Conselho Tutelar e depois devolvidos às mães. Então nós pegamos um grupo na terça-feira e na quinta-feira eles estão na rua de novo", explica o capitão Vila Real, comandante da 1ª Companhia do Policiamento de Heliópolis.
A maioria dos boletins de ocorrência de roubo, segundo o delegado do 95º Distrito Policial, Valdecir Alves dos Reis, é de casos envolvendo moradores de São Caetano – a Almirante Delamare é praticamente a única rota para quem mora em São Caetano e trabalha em São Paulo. "Já fizemos o reforço de policiamento no local e destacamos viaturas para fazer uma ronda constante na Delamare. Eles assaltam mais quando há trânsito e carros parados no semáforo. Para os bandidos fica fácil fugir para dentro da favela, já que a avenida fica às margens de Heliópolis", explica o delegado.
Sobre a gangue de meninos, Reis diz que a polícia age dentro do possível. "Você coloca policiamento em um lugar, eles vão para o outro. Os menores, você pega, e logo eles voltam a cometer crimes novamente."
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que "o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) vem empreendendo esforços visando à redução dos índices de criminalidade em geral". A secretaria estadual diz ainda que "a Polícia Militar tem feito o possível para garantir a segurança na região".
(VEJA Com Estadão Conteúdo)
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