segunda-feira, 25 de março de 2013

Ao lado de Campos, Dilma cobra compromisso de coalizão

Atualizado: 25/03/2013 14:35 | Por Bruno Boghossian, estadao.com.br

Ao lado de Campos, Dilma cobra compromisso de coalizão

Presidente participou de evento com governador de PE, que se movimenta para fortalecer possível candidatura de oposição em 2014



Ao lado de Eduardo Campos em Pernambuco, Dilma cobra compromisso de coalizão (Presidência da República)
SERRA TALHADA, Pernambuco - Ao lado do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta segunda-feira, 25, a formação de uma coalizão política para dar continuidade a projetos desenvolvidos nos últimos dez anos pelo governo federal. No momento em que Campos se movimenta para fortalecer uma possível candidatura de oposição a Dilma em 2014, a presidente pediu que seus parceiros estejam "comprometidos" com os rumos de sua administração.
"O Brasil vai continuar numa trajetória de estabilidade e controle da inflação, mas de crescimento. Vamos provar que o País só será forte e desenvolvido se tivermos a determinação e a coragem de continuar por esse caminho, de construir democraticamente uma colaizão para dirigir esse País. Nenhuma força política sozinha é capaz de fazer esse caminho. Precisamos de parceiros e que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho", afirmou Dilma, nesta segunda-feira, 25, após inaugurar o trecho de um sistema de abastecimento de água em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco.
A presidente fez um discurso longo, de 50 minutos, em que fez alguns elogios ao governador pernambucano, mas destacou com frequência maior o papel do governo federal no desenvolvimento do Nordeste. Citou diversas vezes o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contando com aplausos do público a cada menção, e anunciou novos investimentos que serão feitos em sua gestão.
"Eu estou fazendo aqui em Pernambuco a mesma coisa que o Lula sempre faz. Ele vinha, conversava com o Eduardo e trazia sempre obras e benefícios. Nós estamos vendo uma mudança acelerada na região. Pernambuco é um novo Pernambuco. O governador tem um grande papel nisso, sem dúvida, e o governo federal, tanto com Lula quanto minha gestão, também tem. Todos os investimentos que fizemos em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e feitos pelas nossas estatais, chega a um voluma extraordinário de R$ 60 bilhões", disse a presidente.
Dilma e sua equipe anunciaram novos investimentos de R$ 3,1 bilhões no Estado, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ministra Miriam Belchior (Planejamento) disseque esse montante demonstra que a parceria entre o governo federal e o governo do Estado "continua cada vez mais forte".
Eduardo Campos fez um discurso cauteloso. Agradeceu à presidente pelas parcerias e afirmou ser "um amigo de grandes jornadas". Disse oferecer "acolhimento", "respeito" e "fraternidade" à presidente, e declarou que ela é bem-vinda em seu Estado. "Aqui a senhora tem um governador, mas também tem um companheiro, e tem um amigo de grandes jornadas".
O governador pernambucano reconheceu, no entanto, avanços anteriores aos governos de Lula e Dilma. Em um discurso semelhante àquele que tem apresentado a empresários em viagens pelo Brasil, disse que o País alcançou a consolidação da democracia e a estabilização da economia em períodos anteriores, sob líderes como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - adversário dos petistas.
"Nesses últimos 30 anos, construímos uma democracia, construímos fundamentos macroeconômicos importanters para um País da dimensão do Brasil e, nos últimos 10 anos, sob a liderança do presidente Lula, vimos essas condições permitirem chegarmos com o governo aonde o governo não chegava antes", disse Campos.
Ao falar sobre a política local e nacional, defendeu que é necessário "debater" para construir consensos e declarou que "a luta do povo é uma luta muito mais larga que as ambições pessoais".
Obras. Em Serra Talhada, Dilma inaugurou a primeira etapa do sistema de fornecimento de água da Adutora do Pajeú, que deve atender a 400 mil pessoas de Pernambuco e Paraíba, segundo o Ministério da Integração Nacional. O projeto capta água do Rio São Francisco para garantir o abastecimento a moradores e produtores agrícolas da região mesmo em épocas de estiagem.
Foi a primeira vez que os dois dividiram um palanque desde que o governador intensificou suas movimentações para fortalecer uma possível candidatura contra a reeleição de Dilma, em 2014.
Na cerimônia, também foram entregues 22 retroescavadeiras a prefeituras de Pernambuco. As máquinas serão usadas para abrir estradas vicinais e açudes, com o objetivo de beneficiar a produção da agricultura familiar e o transporte de mercadorias da região. O custo das retroescavadeiras foi de R$ 3,3 milhões, investidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrícola.
Já o Ministério da Educação anunciou a entrega de 50 ônibus escolares para municípios do Estado, como parte do programa Caminho da Escola.
A presidente e o governador tinham um almoço marcado para o início da tarde em Recife, além de outra cerimônia oficial na capital pernambucana. Os eventos foram desmarcados, pois Dilma agendou presença em uma missa em homenagem às vítimas dos deslizamentos de terra em Petrópolis (RJ). Ela deixaria Pernambuco rumo ao Rio. Às 23h, tem um voo marcado para Durban, na África do Sul, onde participa da cúpula dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Falha de segurança faz Apple interromper serviço de recuperação de senha

Segurança          VEJA

Falha de segurança faz Apple interromper serviço de recuperação de senha

Empresa solucionou vulnerabilidade que permitia a qualquer um acessar contas alheias

Loja da Apple na China
Serviço ficou inacessível durante cerca de cinco horas, até que técnicos da companhia resolvessem o problema (David Gray/Reuters)
Durante a noite de sexta-feira, usuários que precisaram recuperar sua senha para acessar a conta da Apple não puderam fazê-lo. Segundo o site do jornal britânico Financial Times, a interrupção aconteceu para que a empresa corrigisse uma falha que permitia acessar conta alheias no iTunes, onde podem ser comprados vídeos, músicas e aplicativos e onde muitos usuários registram informações de seu cartão de crédito.
O serviço iForgot permite que os usuários da Apple troquem sua senha quando se esqueceram dela. A falha franqueava a troca a qualquer pessoa que tivesse o e-mail e a data de nascimento do usuário original – informações que podem ser facilmente encontradas na internet. A companhia não revelou por quanto tempo a vulnerabilidade esteve presente antes de ser descoberta.
O serviço ficou fora do ar por cerca de cinco horas. Durante esse tempo, usuários que esqueceram sua senha não puderam recuperá-la. Os outros consumidores não enfrentaram nenhum tipo de problema. 

Maioria da população mundial consome sódio em excesso

Nutrição       VEJA

Maioria da população mundial consome sódio em excesso

Levantamento global mostrou que 75% das pessoas no mundo ingerem o dobro da quantidade diária de sódio recomendada por órgãos de saúde. Consumo está ligado a hipertensão e mortes por problemas cardiovasculares

40% do sal de cozinha é composto por sódio: No mundo, a maioria das pessoas estrapola as recomendações para consumo diário da substância
40% do sal de cozinha é composto por sódio: No mundo, a maioria das pessoas estrapola as recomendações para consumo diário da substância (Thinkstock)
Três em cada quatro adultos no mundo consomem cerca do dobro da quantidade diária de sódio recomendada pelos órgãos de saúde. Essa é a conclusão de um estudo apresentado nesta quinta-feira no encontro anual da Associação Americana do Coração, em Nova Orleans, Estados Unidos. Ainda segundo a pesquisa, o consumo excessivo de sal contribuiu para 2,3 milhões de mortes no mundo em 2010.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que não sejam consumidos mais do que dois gramas de sódio por dia — o que equivale a cinco gramas de sal (40% do sal é composto por sódio). Segundo essa nova pesquisa, a média de consumo de sódio entre adultos no mundo em 2010 foi de aproximadamente quatro gramas. As principais fontes de sódio são sal de cozinha, alimentos congelados e molhos ou temperos prontos.
O estudo levou em consideração 247 levantamentos sobre nutrição que fizeram parte do Global Burden of Diseases 2010 (Carga de Saúde Global 2010), pesquisa que avaliou as doenças e mortes em todo o mundo ao longo de 20 anos. Segundo o novo trabalho, os habitantes de 187 países, que representam 99% da população mundial, excedem as recomendações da OMS sobre ingestão diária de sódio.
Leia também: Medidas de restrição ao sal poderiam reduzir em até 3% as mortes por doenças cardiovasculares
Prejuízos — Os autores da pesquisa explicam que esses dados são preocupantes pois o sal em excesso é responsável por causar uma série de problemas, como a hipertensão — que, hoje, é o maior fator de risco à saúde no mundo, de acordo com o Global Burden of Diseases. Além disso, a pressão alta pode desencadear doenças cardiovasculares, as principais causas de morte ao redor do mundo.
O mesmo levantamento indicou que o consumo excessivo de sal está relacionado a 2,3 milhões de mortes que ocorreram ao redor do mundo em 2010 em decorrência de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e outras doenças associadas a esses problemas. Esse número representa 15% de todos os óbitos por essas causas.
Saman Fahimi, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard e autor do estudo, espera que esses dados possam incentivar os governos nacionais a tomar medidas que reduzam a ingestão de sal entre a população. No Brasil, por exemplo, um programa do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação, estabelecido em 2011, estipulou a redução de sódio de produtos processados no país de forma gradual. Até o final do ano passado, foram anunciadas reduções para 13 classes de alimentos, entre eles o pão francês e a maionese. A meta é retirar até 20 mil toneladas de sódio até 2020.
O consumo de sódio do brasileiro não foge da média global. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, consome-se cerca de 12 gramas de sal por dia — aproximadamente 4,8 gramas de sódio e mais do que o dobro do recomendado pela OMS. Uma pesquisa feita em 2012 pela Anvisa identificou um alto teor de sódio em grande parte dos alimentos vendidos no Brasil. O queijo parmesão ralado foi o campeão em teor de sódio — cada 100 gramas do produto tem, em média, 1.981 gramas de sódio, praticamente a quantidade máxima recomendada para o dia todo.

Os campeões de sódio

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Queijo parmesão

O queijo parmesão ralado apresentou uma média de 1.981 miligramas de sódio por 100 gramas de alimento. Já o queijo em pedaços teve uma média de 1.402 miligramas de sódio por 100 gramas de alimento. A pesquisa da Anvisa chegou a encontrar produtos com 3.052 miligramas de sódio em 100 gramas do queijo.

Nutrição infantil

Dificuldades alimentares na infância podem levar a problemas psicológicos

Ser forçado a comer de maneira coerciva pelos pais pode afetar o desenvolvimento psicológico e facilitar casos de depressão e até delinquência

Aretha Yarak
Usar força ou coerção para obrigar a criança a comer pode causar problemas psicológicos no futuro
Usar força ou coerção para obrigar a criança a comer pode causar problemas psicológicos no futuro (Thinkstock)
Mais da metade das mães brasileiras acredita que o filho não come bem. Em um levantamento feito com 947 mães brasileiras de crianças entre 3 e 10 anos, descobriu-se que 51% delas diziam ter filhos com dificuldades alimentares. Essa dificuldade da criança para se alimentar pode estar relacionada a alguma condição médica ou a problemas comportamentais. Em ambos os casos, há riscos de déficit nutricional que, em casos severos, podem prejudicar o desenvolvimento na infância. Quando o problema é comportamental, no entanto, os riscos podem ser ainda mais amplos. Pesquisas internacionais demonstram que crianças que são forçadas a comer, que são extremamente seletivas ou que desenvolvem um sentimento de medo em relação à alimentação, têm mais chances de apresentar problemas psicológicos, como depressão e delinquência, quando chegam à adolescência.
A situação é agravada por um problema estrutural na medicina: nenhum pediatra sai da faculdade com o treinamento necessário para reconhecer essas dificuldades, muito menos para orientar os pais. Das mães ouvidas no levantamento brasileiro, 70% procuraram um pediatra para resolver o problema, mas apenas 11% disseram ter obtido uma orientação satisfatória. "O pediatra não recebeu, dentro da faculdade e da residência, um treinamento adequado para diagnosticar e tratar esse tipo de problema", diz Mauro Fisberg,  pediatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e um dos responsáveis pelo levantamento. Os números brasileiros não são uma exclusividade. Segundo os especialistas, os resultados encontrados aqui refletem uma tendência mundial.
Por isso é importante saber o que fazer com filhos que relutam em comer. As dificuldades alimentares da infância costumam ter início na fase em que a criança tem contato com alimentos pastosos — por volta dos seis meses, quando as papinhas são introduzidas na dieta. Entre dois e três anos, a criança enfrenta também uma oscilação natural de apetite. A reação dos pais a esse comportamento de rejeição ao alimento pode ser fundamental na maneira como ela passará a enxergar o ato de se alimentar. "Não adianta colocar uma pressão enorme nas costas da mãe dizendo que a criança precisa comer mais. Isso pode ter resultados piores do que uma deficiência nutricional", diz Benny Kerzner, gastroenterologista pediátrico do Children’s National Medical Center, em Washington, nos Estados Unidos. Responsável pela implementação da Divisão de Gastroenterologia e Nutrição do Centro, Kerzner viaja pelo mundo dando treinamento em nutrição infantil, e falou ao site de VEJA durante sua passagem pelo Brasil.
De acordo com Kerzner, nos casos mais conhecidos (e dominados) pela medicina, o problema alimentar da criança pode ter raízes orgânicas, como a disfagia (problemas de deglutição) ou mesmo uma deficiência cardíaca. Quando causas fisiológicas são descartadas, é preciso investigar a sério as questões comportamentais. "Quando a mãe diz que há um problema, o pediatra tem que encarar que há, de fato, um problema", diz Kerzner.

Dificuldades cognitivas — Crianças com dificuldades alimentares são divididas, normalmente, em quatro grupos: apetite reduzido, alta seletividade, interferência na alimentação pelo choro e sensação de medo durante a alimentação. "Em alguns casos, no entanto, a dificuldade alimentar nada mais é do que uma percepção errônea dos pais", diz Mauro Fisberg. Como o caso, por exemplo, de crianças de compleição pequena que comem pouco: com frequência elas comem pouco justamente por serem pequenas, não o contrário.
Há também o outro lado. Na classificação desenvolvida por Kerzner, e seguida por muitos pediatras atentos ao problema, há quatro perfis de pais. O primeiro, chamado responsável, é aquele que consegue entender corretamente a mensagem da criança e responder de acordo. Na sequência, vêm o indulgente, o negligente e o coercivo. Cada um desses três últimos perfis pode levar a diferentes problemas de nutrição. "Quando se é coercivo, por exemplo, reforça-se o medo, e a criança pode parar de comer de uma vez", diz. Para o médico, para que os pais consigam ser bem orientados, é preciso que os pediatras tenham formação adequada para conseguir identificar as dificuldades da criança, o perfil dos pais e, assim, decidir a melhor abordagem terapêutica.
As dificuldades alimentares da criança podem estar associadas a problemas no desenvolvimento infantil, como alterações no crescimento, dificuldades cognitivas e alterações imunológicas. Além dos problemas orgânicos, há ainda o risco de que a criança se torne um adulto com maior propensão a desenvolver problemas psicológicos, como a depressão. Em um estudo publicado no Pediatrics, periódico da Academia Americana de Pediatria, a psiquiatra infantil Irene Chatoor descobriu que crianças com uma condição chamada de anorexia infantil — termo usado para crianças extremamente elétricas, magras, que "não têm tempo para comer" — tinham taxas menores de desenvolvimento mental.
Os resultados do estudo demonstraram que crianças do grupo controle, consideradas saudáveis quanto à alimentação, tinham o maior Índice de Desenvolvimento Mental: 110. Já aquelas com anorexia infantil tinham índice 99, e as altamente seletivas tinham 96. Em outra pesquisa, as crianças altamente seletivas foram também mais propensas a desenvolver depressão e até casos de delinquência na juventude — quando comparadas ao grupo controle. "Esse comportamento não está associado ao que é ingerido ou não pela criança, mas à maneira como a alimentação foi feita, se ela foi coerciva ou não", diz Kerzner.
Não se sabe se crianças que são forçadas a comer podem vir a desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar quando adultas. Segundo os especialistas, a percepção clínica que se tem é que sim, mas não há ainda pesquisas científicas que comprovem isso — os dados prolongados sobre o assunto estão apenas começando a aparecer. "Estamos acompanhando crianças com anorexia infantil e demonstramos que a maioria evolui bem afinal, mas há um pequeno grupo no qual é muito difícil reverter o quadro", diz Benny Kerzner. Com base nos dados ainda preliminares do levantamento, os especialistas acreditam que as crianças que conseguem ter uma vida alimentar saudável são aquelas cujos pais foram capazes de mudar a maneira como a alimentação acontece.

De acordo com o especialista, algumas evidências científicas apontam para diferenças em respostas neurológicas no comportamento das crianças que são alimentadas de maneira coerciva. "Elas são intrinsecamente mais alertas, o organismo delas está muito mais no modo fuga e alerta do que no modo de relaxamento", diz Kerzner. Uma maneira simples de driblar as dificuldades alimentares é os pais darem o exemplo. Em outras palavras, o que os pais comem ou deixam de comer, e sua atitude à mesa, acabam tendo reflexo direto nas escolhas da criança. "Nessa idade, os filhos copiam os pais", diz Fisberg.

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Coreia do Sul agora liga EUA e Europa a ciberataques

Ásia          VEJA

Coreia do Sul agora liga EUA e Europa a ciberataques

Seul afirma ter encontrado endereços de internet americanos e de três países europeus durante sua investigação; origem apontada antes era a China

Funcionários da Agência de Segurança da Internet da Coreia do Sul trabalham para identificar hackers
Funcionários da Agência de Segurança da Internet da Coreia do Sul trabalham para identificar hackers (Jung Yeon-je/AFP)
A polícia da Coreia do Sul divulgou nesta segunda-feira que encontrou endereços de internet (IPs) dos Estados Unidos e de três países europeus durante a investigação para encontrar os responsáveis pelos ataques cibernéticos sofridos por bancos e emissoras de TV do país na semana passada. O governo sul-coreano inicialmente apontou que o ciberataque havia partido de um endereço na China, embora não descartasse que a vizinha e rival Coreia do Norte fosse a responsável, mas admitiu na sexta-feira ter confundido o número de IP.
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Desta vez, as autoridades policiais sul-coreanas se limitaram a dizer que os endereços de protocolos da internet dos EUA e de três países da Europa geraram códigos maliciosos que levaram ao blecaute generalizado dos computadores dos bancos Nonghyup, Shinhan e Jeju e das emissoras de televisão KBS, YTN e MBC. A polícia solicitou que os governos dos quatro países – os três europeus que não foram identificados – cooperem com a investigação, informou a agência sul-coreana Yonhap.
Erro – Após o incidente da quarta-feira passada, o organismo de controle de comunicações de Seul atribuiu inicialmente o ataque a um endereço de IP chinês, o que alimentou especulações sobre o envolvimento da Coreia do Norte, de quem a Coreia do Sul vem recebendo diversas ameaças retóricas e provocações nas últimas semanas. No entanto, na sexta-feira a Comissão de Comunicações sul-coreana reconheceu que cometeu um erro ao confundir o suposto IP chinês com um endereço local utilizado pelo banco Nonghyup.
Após cinco dias do ataque cibernético, ainda havia seqüelas na instituição financeira, que se encontra em processo de normalização de seu sistema. O Shinhan e o Jeju já recuperaram completamente suas redes. As três emissoras de televisão afetadas conseguiram avanços significativos nos trabalhos de restabelecimento e acham que ao longo do dia de hoje poderão concluir a reparação dos sistemas.
Em ocasiões anteriores a Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de realizar diversos ciberataques contra vários organismos públicos e privados, por isso que desde o princípio o país vizinho era considerado o principal suspeito.
(Com agência EFE)

'NYT' afirma que CIA ajuda rebeldes sírios a adquirir armas

Guerra na Síria       VEJA

'NYT' afirma que CIA ajuda rebeldes sírios a adquirir armas

Jornal cita dados de tráfego aéreo, além de entrevistas com oficiais e rebeldes

Rebeldes enfrentam forças do regime, na cidade síria de Alepo
Rebeldes enfrentam forças do regime, na cidade síria de Alepo (AFP)
Alguns países árabes e a Turquia, apoiados pela CIA (inteligência americana), aumentaram de forma considerável a ajuda militar aos rebeldes sírios nos últimos meses, afirmou o jornal The New York Times nesta segunda-feira, citando dados de tráfego aéreo, além de entrevistas com funcionários anônimos e comandantes rebeldes.
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Segundo o NYT, a ponte aérea entre os países aumentou, e inclui mais de 160 voos de carga com aeronaves de tipo militar da Jordânia, Arábia Saudita e Catar, que pousam no aeroporto de Esenboga, perto de Ancara, e em outros terminais aéreos turcos e jordanianos. Agentes da CIA ajudariam os governos árabes a adquirir as armas, incluindo uma grande compra na Croácia, além de investigar comandantes e grupos rebeldes para determinar quem deve receber os armamentos.
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A Turquia também supervisiona boa parte do programa, monitorando os caminhões que transportam a carga por seu território. "Uma estimativa conservadora da carga destes aviões seria de 3.500 toneladas de equipamento militar", declarou ao NYT Hugh Griffiths, do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri). "A intensidade e a frequência destes voos sugerem uma operação logística militar clandestina bem planejada e coordenada", completou.
(Com agência France-Presse)

Otan transfere controle total de prisão para governo afegão

Diplomacia       VEJA

Otan transfere controle total de prisão para governo afegão

Esta é parte importante do processo de transição da segurança às forças locais

Trinta e quatro mil soldados americanos deixarão o Afeganistão este ano
Trinta e quatro mil soldados americanos deixarão o Afeganistão este ano (Romeo Gacad / AFP)
A missão da Otan no Afeganistão (Isaf) entregou nesta segunda-feira às autoridades afegãs, após vários atrasos, o controle total da prisão de Bagram, que fica próxima a uma base militar dos Estados Unidos localizada em Cabul. "A transferência do centro de detenção é parte importante do processo de transição da segurança às forças afegãs", afirmou o principal responsável da missão da Otan e das tropas americanas no Afeganistão, o general Joseph Dunford.
A entrega foi feita em uma cerimônia simbólica na qual o ministro afegão de Defesa, Bismila Mohamadi, e Dunford assinaram um memorando de entendimento pelo qual se garante "o tratamento justo e humano dos detidos". Situada a cerca de 60 quilômetros ao norte de Cabul, na província de Parwan, a casa de detenção abriga muitos líderes da insurgência talibã e foi utilizado como a maior e mais importante prisão dos EUA no Afeganistão.
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Em setembro de 2012, a Isaf entregou parte do controle de Bagram, incluídos 3.000 reclusos, às autoridades afegãs, embora 600 prisioneiros, os mais perigosos, continuaram sob tutela de militares americanos, segundo a imprensa local. A cerimônia de hoje deveria ter sido realizada no início do mês, durante a visita ao Afeganistão do recém-nomeado secretário de Defesa de EUA, Chuck Hagel, mas por motivos não revelados a transferência foi adiada.
Mal-estar - A imprensa local divulgou, nesta segunda, que o recente anúncio do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, de que libertaria os presos "inocentes" de Bagram, causou mal-estar em Washington e pode ter sido um dos motivos do adiamento. A prisão de Bagram foi objeto de várias controvérsias desde a invasão do Afeganistão, em 2001, em uma missão liderada pelas forças americanas.
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Organizações defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional (AI), denunciaram com frequência que os Estados Unidos prenderam no local centenas de pessoas, entre elas menores de idade, sem acesso a advogados nem a um julgamento. O presidente Karzai criticou em várias ocasiões a existência da prisão como uma violação da soberania do Afeganistão.
Nesta segunda, o secretário de Estado americano, John Kerry, fez uma visita surpresa ao Afeganistão para conversar com Karzai. Eles devem discutir uma série de questões, incluindo a reconciliação afegã, a transferência da responsabilidade da segurança para as forças afegãs com a retirada da maioria das tropas estrangeiras do país, e as eleições no Afeganistão, segundo uma autoridade americana não identificada.
(Com agências EFE e Reuters)

Ensino de música eleva desempenho escolar, diz estudo

Ensino de música eleva desempenho escolar, diz estudo 

VEJA

Pesquisa pioneira conduzida pela Unifesp analisa comportamento de estudantes com idades entre 8 e 10 anos

Nathalia Goulart
Aulas de música podem melhorar rendimento em matemática, português e leitura
Aulas de música podem melhorar rendimento em matemática, português e leitura (Thinkstock)
Um estudo recente conduzido pelo departamento de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Instituto ABCD, que ajuda na identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem, encontrou evidências de que o ensino de música tem efeito positivo no desempenho acadêmico de crianças e adolescentes, além de melhorar suas habilidades de leitura. A pesquisa é a primeira no mundo a mensurar esse impacto. Os resultados serão publicados neste mês no periódico científico PLoS One.
De acordo com o pesquisador Hugo Cogo Moreira, pós-doutorando da Unifesp e autor da pesquisa, as investigações sobre o tema realizadas até hoje se restringem a teorias que explicam por que a música afeta o desenvolvimento intelectual de crianças em idade escolar. "Nunca, porém, essas teorias foram testadas dentro da sala de aula. Por isso, tudo o que tínhamos até agora era puramente teórico. Essa falta de evidências me levou a encabeçar o primeiro estudo clínico sobre o assunto."
Para a pesquisa, Moreira selecionou dez escolas da rede pública de São Paulo. Em cada uma delas, participaram do experimento 27 estudantes com idades entre 8 e 10 anos que comprovadamente apresentavam dificuldades de leitura. As instituições foram então separadas em dois grupos: o primeiro, chamado intervenção, recebeu aulas de música três vezes por semana durante cinco meses; o segundo, chamado controle, não recebeu nenhum tipo de atenção especial. A função do segundo grupo é servir de base para comparação.
Nas escolas do primeiro grupo, as aulas foram ministradas por dois professores. A preocupação era garantir que as lições não seriam interrompidas – quando um professor faltava, havia outro profissional de plantão. Os docentes também foram avaliados a cada 15 dias pela equipe da Unifesp para garantir que as aulas seguiam os mesmos padrões em todas as escolas, evitando assim que um determinado grupo de alunos fosse privilegiado ou prejudicado involuntariamente. Em sala, as crianças foram estimuladas a compor, cantar, improvisar e fazer exercícios rítmicos utilizando uma flauta doce barroca, principal instrumento usado na pesquisa.
Ao fim da investigação, foram feitas duas análises dos dados. Na primeira, as crianças que tiveram aulas de música foram comparadas àquelas que estavam nas escolas-intervenção mas que não compareceram a nenhuma aula. Os alunos que assistiram a todas as aulas foram capazes de ler corretamente, em média, 14 palavras a mais por minuto, demostrando maior fluência. Além disso, foi constatado que, a cada bimestre, a nota final na disciplina de português dessas mesmas crianças aumentou em média 0,77 ponto, o que significa mais de 3 pontos ao fim de um ano letivo. Em matemática, o crescimento registrado foi um pouco inferior, mas igualmente significativo: 0,49 ponto a cada bimestre, ou 1,9 ponto ao fim do ano.
Na segunda análise conduzida por Moreira, o estudo comparou as crianças das escolas-intervenção com as das unidades-controle. Os resultados foram menos expressivos do que os da primeira análise, mas apontaram igualmente para uma melhora no desempenho acadêmico. As notas de matemática e de português subiram, respectivamente, 0,25 e 0,21 ponto por bimestre, ou 1 e 0,8 ponto até o fim do ano letivo. Houve melhora também no tocante à leitura: as crianças do primeiro grupo leram corretamente 2,5 palavras a mais por minuto. "Por se tratar de um estudo pioneiro, ele não é conclusivo em relação ao impacto real das aulas de música, mas certamente oferece indícios fortes o suficiente para que novas pesquisas investiguem a fundo o tema", diz o pesquisador.
De acordo com a lei nº 11.769, todas as escolas públicas e privadas do Brasil devem incluir o ensino de música em sua grade curricular. A lei não precisa, contudo, se as aulas devem ser dadas em todas as séries ou como devem ser incluídas na rotina escolar. Também não há informação sobre a carga horária mínima.
Apesar das evidências de que o conteúdo musical pode ter um impacto positivo no desempenho acadêmico dos alunos, os especialistas alertam: antes de inchar o currículo acadêmico com novas disciplinas, é preciso garantir que o aprendizado das disciplinas essenciais – o que ainda não acontece no Brasil.

Filme


Technos compra Dumont Saab por R$ 182 milhões

Negócios         VEJA

Technos compra Dumont Saab por R$ 182 milhões

Acordo, que ainda precisa passar pela aprovação dos acionistas da Technos, prevê a compra de 100% do capital votante e 95,84% do capital social da Dumont

Relógios Dumont
Technos anunciou compra por R$ 182,1 milhões do grupo Dumont Saab (foto) (Divulgação)
A Technos, uma das líderes do mercado brasileiro de relógios, anunciou nesta segunda-feira a compra, por 182,1 milhões de reais, do grupo Dumont Saab, que detém as marcas de relógios Armani, Diesel, DKNY, Michael Kors, Burberry, Marc Jacobs e Adidas no Brasil. A operação, que prevê a compra de 100% do capital votante e 95,84% do capital social da Dumont Saab, foi realizada por meio da Technos Amazônia Indústria e Comércio.

Sediada em Manaus (AM), a Dumont Saab foi fundada em 1970 e é uma das líderes do mercado relojoeiro no Brasil. A aquisição ainda será votada em Assembleia de Acionistas da Technos.
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O Grupo Technos detém as marcas Technos, Mariner, Touch, Euro e Allora e é representante exclusiva dos relógios da Mormaii, Seiko e Timex no Brasil. Segundo o fato relevante, por meio da aquisição da Dumont, a companhia aumenta seu portfólio para 19 marcas, sete próprias e 12 licenciadas. "Com isso, passa a ser líder em cada uma das categorias mais relevantes do setor no Brasil - Clássico, Esporte e Moda", afirma a Technos, no fato relevante.

De acordo com o comunicado, além da integração das marcas próprias Dumont e Condor, o Grupo Technos ganha uma representatividade maior no segmento moda por meio da parceria com o Grupo Fossil, mantida pela Dumont. "Com essa aliança estratégica, a Technos passa a distribuir no Brasil algumas das mais desejadas marcas internacionais de relógios, incluindo a Fossil, Michael Kors, Empório Armani, Armani Exchange, Diesel e Marc Jacobs", diz a companhia.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

Terremotos deram origem a mais de 80% dos depósitos de ouro do planeta

Geologia           VEJA

Terremotos deram origem a mais de 80% dos depósitos de ouro do planeta

Rápida despressurização em falhas geológicas provoca o acúmulo do metal

Ouro
Ouro: de acordo com pesquisadores, falhas geológicas ativas podem produzir 100 toneladas do metal em menos de 100.000 anos (Thinkstock)
Mais de 80% dos depósitos de ouro do mundo se formaram a partir de terremotos. Um estudo desenvolvido por pesquisadores australianos mostra que o precioso metal se forma em virtude da despressurização rápida de fluidos ricos em minerais presentes no interior da crosta terrestre, provocada pelos abalos sísmicos. A pesquisa foi publicada neste domingo, na revista Nature Geoscience.

Conheça a pesquisa

TÍTULO ORIGINAL: Flash vaporization during earthquakes evidenced by gold deposits
ONDE FOI DIVULGADA: revista Nature Geoscience
QUEM FEZ: Dion K. Weatherley e Richard W. Henley
INSTITUIÇÃO: Universidade de Queensland, Austrália
RESULTADO: A ampla despressurização causada por terremotos faz com que fluidos ricos em minerais 'presos' nas cavidades de falhas geológicas, no interior da crosta terrestre, vaporizem-se instantaneamente, formando um vapor de baixa densidade. Dessa forma, eles deixam as partículas minerais para trás, que se acumulam ao longo dos anos e dos diversos abalos sísmicos.
Em profundidades que variam de 5 a 30 quilômetros, fluidos com diversas substâncias dissolvidas, como ouro e minerais, presentes nas cavidades de falhas geológicas da crosta terrestre são submetidos a temperatura e pressão elevadas. Terremotos nessas regiões podem causar uma queda de pressão tão grande que faz com que esses líquidos se vaporizem instantaneamente.
Queda de pressão – De acordo com os pesquisadores, a pressão pode cair de 3.000 vezes a pressão atmosférica para uma pressão quase idêntica à da superfície da Terra, o que faz com que o fluido passe por um processo de "vaporização instantânea”. A despressurização faz com que os fluidos sofram uma expansão de até 130.000 vezes seu tamanho, formando um vapor de baixa densidade.
Quando isso ocorre, os resíduos sólidos presentes no fluido, como o ouro, ficam para trás, acumulando-se ao longo do tempo. Mais tarde, a entrada de novos fluidos nas cavidades pode dissolver alguns dos minerais deixados para trás, mas aqueles menos solúveis, como o ouro, vão se acumulando cada vez mais à medida que novos terremotos ocorrem.
Os autores do estudo estimam que falhas geológicas ativas podem produzir 100 toneladas de ouro em menos de 100.000 anos.
A ideia com que depósitos de ouro se formam a partir de fluidos ricos em minerais em falhas nas rochas abaixo do solo já era conhecida dos geólogos, mas a maneira como o ouro se acumula não estava clara, pois não se supunha que as mudanças de pressão desencadeadas por terremotos fossem tão grandes quanto as estimadas no estudo.

Biblioteca com mais de 50 mil livros sobre o Brasil abre ao público

Cultura         VEJA

Biblioteca com mais de 50 mil livros sobre o Brasil abre ao público

Prevista para ser inaugurada no sábado (23), a Biblioteca Brasiliana abriga a fantástica coleção particular do empresário José Mindlin
14.mar.2013 por Carolina Giovanelli
Em seus últimos tempos de vida, o empresário paulistano José Mindlin, falecido em 2010, aos 95 anos de idade, foi aos poucos perdendo a visão. A enfermidade acabou por privá-lo de desfrutar seu maior prazer: ler livros. Para quem devorava até 1.500 páginas por mês, frequentemente sentado em sua poltrona marrom, com um pedaço de marzipã ou chocolate ao lado, a situação parecia desesperadora. Ele deu um jeito, entretanto, de contornar o problema. Chamou amigos e parentes para que lhe contassem as histórias em voz alta. A paixão por livros, principalmente os raros, veio da juventude: aos 13 anos, Mindlin adquiriu, por pura curiosidade, seu primeiro exemplar antigo, Discurso sobre a História Universal, de Jacob Benigno Bossuet, editado em 1740. Na jornada das letras que iniciava ali e seria alimentada pelas oito décadas seguintes, o fã ardoroso de Machado de Assis e Marcel Proust garimpou em sebos do mundo inteiro, trombando pelo caminho com pérolas únicas, em línguas como russo, latim e alemão, que ele, entre outras, dominava. Em sua tranquila residência na Rua Princesa Isabel, no Brooklin, os volumes foram tomando a sala e os quartos, até se estender para dois anexos próximos. O empresário formou, assim, a mais importante biblioteca particular do país. “Quem não lê não sabe o que está perdendo”, dizia.

Guita e Mindlin, numa foto de 1989: acervo formado na casa do Brooklin
Guita e Mindlin, numa foto de 1989: acervo formado na casa do Brooklin
(Foto: Bia Parreiras)
+ Conheça alguns volumes raros da coleção brasiliana
+ Bibliotecas estrangeiras: o exemplo que vem de fora
+ Confira algumas dedicatórias encontradas em livros de José Mindlin
Parte do tesouro, que era antes restrito à consulta de pesquisadores que visitavam sua residência da Zona Sul, será agora disponibilizada ao público. No sábado (23) acontecerá a festa de abertura da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, instalada na Cidade Universitária. O espaço começa com suas atividades normais já no dia 25. “A inauguração é de enorme importância para a cidade e torna mais direta a consulta desse acervo tão bem selecionado”, diz Samuel Titan Jr., professor da USP e coordenador executivo do Instituto Moreira Salles. O projeto ganhou vida graças a um desejo antigo de Mindlin, que não viveu para ver seu sonho realizado. Como grande incentivador da leitura, o filho de judeus russos resolveu doar, em 1999, sua inestimável coleção brasiliana, com livros, mapas e manuscritos ligados à cultura nacional. Foi firme ao recusar propostas de renomadas instituições estrangeiras que pretendiam adquiri-la, a exemplo das americanas Stanford e Ucla, pois queria que o espólio permanecesse no país. Escolheu a Universidade de São Paulo, onde, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, se formara na década de 30 e conhecera a então caloura Guita Kauffmann, com quem foi casado por quase setenta anos e teve quatro filhos: a antropóloga Betty, a artista gráfica Diana, o administrador de empresas Sérgio e a cantora Sonia. Eles herdaram o restante dos volumes, que não pertencem à coleção brasiliana. Trata-se de uma estimativa de pelo menos 20.000 exemplares — entre eles, a primeira edição de Os Lusíadas, de 1572 —, que serão doados, vendidos ou divididos de acordo com o interesse dos familiares.

A curadora Cristina Antunes: anjo da guarda da coleção
A curadora Cristina Antunes: anjo da guarda da coleção
(Foto: Lucas Lima)
Em um incomum gesto de generosidade, Mindlin criou uma biblioteca pública de peso. Surpreendentemente, enfrentou, para isso, um processo lento e burocrático. De início, pensou em criar uma fundação privada que serviria como receptora dos livros. Descobriu, entretanto, que para fazer a transação precisaria pagar um imposto altíssimo. A saída foi criar na própria USP um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, que receberia diretamente a benfeitoria e, em contrapartida, deveria construir o prédio e gerir a biblioteca. Os 39.000 títulos e 55.000 volumes, avaliados por especialistas em cerca de 100 milhões de reais, ficarão em estantes num prédio de cinco pavimentos e 6 500 metros quadrados. O edifício faz parte de um portentoso complexo de 20.950 metros quadrados que deve receber no segundo semestre o Instituto de Estudos Brasileiros (que conta com 580.000 itens, também da cultura nacional), o Sistema Integrado de Bibliotecas e uma biblioteca central de obras raras e especiais, todos ligados à universidade.

Pedro Puntoni, coordenador-geral da biblioteca: 4 000 títulos digitalizados
Pedro Puntoni, coordenador-geral da biblioteca: 4 000 títulos digitalizados
(Foto: Mario Rodrigues)
O projeto, que conta com café, livraria da Edusp, laboratório de restauração, auditório para 300 pessoas e salas de exposições, possui um dispositivo contra cupins, instalação de iluminação regulável e controle de temperatura. Tudo para a preservação adequada do papel. “A questão mais séria para o doutor José era a acomodação das obras, pois ele queria que isso fosse feito com o mesmo cuidado que ele tinha”, conta a curadora Cristina Antunes, há mais de trinta anos uma espécie de anjo da guarda do tesouro literário, cujas páginas conhece como a palma de sua mão.
É ela quem coordenará a consulta das cópias mais frágeis e raras. Nesses casos, haverá uma triagem, com a análise da razão pela qual o interessado precisa dessa obra especificamente para seu estudo. Após receber sinal verde, o pesquisador poderá apreciar o livro desejado na presença de uma bibliotecária em uma sala especial, onde há câmeras em cima de cada uma das mesas. Para folheá-lo, não se pode ter nenhuma bebida, comida, caneta ou mochila por perto. No que se refere a outros tomos, será possível acessá-los a partir de iPads que chegarão no segundo semestre. Já foram digitalizados 4.000 títulos. O objetivo é que todos estejam em breve disponíveis no tablet. “Queremos que esse espaço seja um centro de estudos, e não apenas um museu, um depósito para a conservação da coleção”, afirma Pedro Puntoni, coordenador-geral da biblioteca. “Mindlin sempre almejou a democratização do acesso. Se as pessoas não estiverem lendo, nada disso fará sentido.”
O conhecimento do empresário levou-o a ser secretário estadual de Cultura, nos anos 70, e membro da Academia Brasileira de Letras. Além do olhar atento do bibliófilo e de seu carinho pelas páginas, outro fator importante na conservação dos livros, alguns da época do Descobrimento, foi o trabalho de Guita, falecida em 2006. Também leitora voraz, ela se transformou em uma referência em restauro de papel, inspirada pela paixão do marido, e fundou a Associação Brasileira de Encadernação e Restauro.

Os netos Rodrigo e Lucia com Eduardo de Almeida: eles foram os arquitetos responsáveis pelo projeto e ela lançará um livro com dedicatórias das obras do avô
Os netos Rodrigo e Lucia com Eduardo de Almeida: eles foram os arquitetos responsáveis pelo projeto e ela lançará um livro com dedicatórias das obras do avô
(Foto: Mário Rodrigues)
Ao formar coleção tão única, Mindlin protagonizou histórias curiosas em suas buscas incansáveis. E eram tantas que renderam até duas obras próprias, Uma Vida entre Livros, lançada em 1997, e Memórias Esparsas de uma Biblioteca, de 2004. “Ele era bastante persistente na procura”, conta a curadora Cristina. “Tinha uma vida muito intensa, mas vivia alegre. Em décadas de trabalho, eu o vi de mau humor apenas duas vezes.” Dono da Metal Leve, empresa de autopeças que fundou em 1950, aproveitava as viagens de negócios para visitar sebos. Antes de desembarcar no destino, checava o endereço de livreiros de exemplares raros na lista telefônica. Entre suas estratégias para barganha, colocava o livro que realmente lhe interessava no meio de outros escolhidos aleatoriamente, entregava-o ao vendedor, que nem sempre sabia da importância da obra, e o somava aos demais. Poucas vezes deixava passar a oportunidade de uma boa compra. Em uma ocasião, preferiu abrir mão de um exemplar de Jean Christophe, de Romain Rolland. Arrependido, voltou à loja dias depois, mas o volume já havia sido vendido. Para sua sorte, veio a descobrir pouco tempo depois que a própria Guita, a quem mencionara a tentação, tinha adquirido a preciosidade para dar de presente em seu aniversário.
Nos anos 40, Mindlin fundou uma livraria de publicações raras no centro de São Paulo, batizada de Parthenon. Visitou a Europa por três meses e trouxe de navio 3 000 exemplares. Toda vez que negociava algum deles, no entanto, dizia o seguinte ao comprador: “Se pensar em revender este livro, não deixe de falar comigo”. Depois de cinco anos, quando saiu da sociedade da loja, conseguiu recuperar quase tudo. Muitos amigos, escritores e intelectuais, recheavam sua coleção com presentes. Entre eles estavam Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Rubens Borba de Moraes, que lhe deixou em testamento toda a sua biblioteca brasiliana particular, muito rica, cuja disposição espacial foi reproduzida fielmente na casa da família no Brooklin — e também na USP. A paixão pelos livros era tanta que Mindlin chegou a comemorar um aniversário de Trionfi, Sonetti e Canzoni, publicação de 1488 de Francesco Petrarca, um dos mais antigos do acervo. Houve bolo e parabéns.
Seu legado, construído durante a vida, ganha assim, finalmente, uma nova casa, à altura da importância da coleção e de seu formador. A neta Lucia Loeb mantém a memória do avô viva com o lançamento, previsto para o fim do mês, de um livro, batizado de Para a Tão Falada Biblioteca José e Guita Mindlin, recheado de 125 dedicatórias encontradas nas páginas do acervo. “Quis homenageá-lo”, diz. Seu irmão, Rodrigo, cuidou do projeto arquitetônico do edifício junto de Eduardo de Almeida, arquiteto e amigo de longa data do avô. Ambos aceitaram a tarefa a pedido do próprio Mindlin. O bibliófilo não pôde, contudo, apreciar o resultado de seus esforços. Segundo Rodrigo, talvez tenha sido melhor assim. “Acho que ele já sabia que não iria ver o local pronto”, acredita. “Nunca conseguiria ficar com a casa vazia, longe dos livros que tanto amava.”
A nova atração do câmpus
Alguns dos números e características do projeto
■ A estrutura de 20 950 metrosquadrados contará com a Biblioteca Guita e José Mindlin, o Instituto de Estudos Brasileiros, o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP e uma biblioteca central de obras raras e especiais da universidade
■ Sua construção levou seis anose custou 127 milhões de reais, captados via Lei Rouanet, por meio de doações e por investimento da reitoria
■ Em cinco pavimentos, a Biblioteca Mindlin, de 6 500 metros quadrados, abrigará 39 000 títulos e 55 000 volumes
■ A coleção é avaliada em100 milhões de reais
■ Conta com dispositivo de acesso por biometria e sistema de câmeras e sensores. Dispõe ainda de controle de temperatura e iluminação pensados para preservar os livros, além de base contra cupins

SP: assassinatos crescem 15% no primeiro bimestre

SP: assassinatos crescem 15% no primeiro bimestre

VEJA

Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública, foram registradas 787 mortes intencionais no estado, contra 684 do mesmo período de 2012

Revólver
A taxa de homicídio por 100.000 habitantes em 2012 ficou em 11,47 (Thinkstock)
O número de homicídios dolosos (com intenção) no estado de São Paulo aumentou 15,06% no primeiro bimestre de 2013, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo as estatísticas da criminalidade divulgadas nesta segunda-feira pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram registradas 787 mortes intencionais entre janeiro e fevereiro. Nesses mesmos meses de 2012, foram 684 ocorrências.
Do total registrado no bimestre, foram 416 homicídios dolosos em janeiro e 371 em fevereiro. Esses números eram, no ano passado, 356 e 328, respectivamente. A taxa de homicídio por 100.000 habitantes, calculada com base no último ano (março de 2012 a fevereiro de 2013), ficou em 11,47. Entre 2011 e 2012, o índice era de 10,02.
Apesar do crescimento bimestral, se comparado o número de homicídios dolosos de fevereiro deste ano com o mês anterior, houve queda de 64 casos. O número de homicídio doloso por acidente de trânsito também apresentou queda de cinco para três casos, enquanto as tentativas de homicídio reduziram de 539 para 496. As ocorrências de estupro caíram de 1.138 em janeiro para 1.057 em fevereiro deste ano.

Leia também: Violência em SP: as percepções e a realidade
Os dados da secretaria também revelam queda em alguns crimes contra o patrimônio em São Paulo. Houve, por exemplo, redução de 11,43% em roubos a banco no bimestre. Enquanto foram contabilizados 35 boletins de ocorrências para o crime em janeiro e fevereiro de 2012, a SSP registrou 31 ocorrências no primeiro bimestre deste ano. Na análise dos últimos doze meses, a queda do número de roubos a banco foi de 11,38%.
No caso de roubo de veículos, houve aumento das ocorrências no bimestre. Foram 14.627 casos nos dois primeiros meses de 2013, contra 13.546 em igual período do ano passado – um acréscimo de 7,4% no bimestre. O aumento foi puxado por janeiro, uma vez que houve leve redução entre fevereiro de 2012 (7.177 casos) e o mesmo período de 2013 (6.994 casos).
Capital – Na cidade de São Paulo, os casos de vítimas de latrocínios (roubo seguido de morte) dobraram no primeiro bimestre de 2013. Foram registradas trinta vítimas de latrocínio em janeiro e fevereiro, sendo quinze em cada mês. O número é o dobro dos quinze mortos em latrocínios computados no primeiro bimestre do ano passado – sete em janeiro e oito em fevereiro.
As estatísticas de fevereiro mostram que as ocorrências de homicídios dolosos também aumentaram na capital: foram 187 no primeiro bimestre de 2013, contra 158 em igual período de 2012 – aumento de 15,5%. Também houve crescimento dos casos de estupro na cidade. Nos dois primeiros meses deste ano, foram 556 ocorrências, contra 431 contabilizadas no mesmo período do ano passado – aumento foi de 22,5%.
(Com Estadão Conteúdo)

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Estação Ciência vai ganhar anexo de vidro e reforma

Atualizado: 25/03/2013 02:06 | Por BÁRBARA FERREIRA , JULIANA DEODORO, estadao.com.br

Estação Ciência vai ganhar anexo de vidro e reforma

Museu passará a ser uma 'vitrine da USP' para a sociedade, com espaço para cada unidade da universidade expor suas pesquisas



Estação Ciência vai ganhar anexo de vidro e reforma  (Estadão)
Pela primeira vez desde que foi criada, há 25 anos, a Estação Ciência passa por uma grande reforma. O museu, que pertence à Universidade de São Paulo (USP), já está fechado para obras e deve reabrir daqui a dois anos.
A reforma vai transformar o espaço em uma "vitrine da USP" e aproximar a universidade da comunidade. A proposta é apresentar as tecnologias desenvolvidas pelos alunos e pesquisadores às mais de 300 mil pessoas que visitam o espaço a cada ano e oferecer espaço para que cada curso possa expor suas pesquisas científicas.
"O objetivo é a interação. Esse é um espaço da USP, mas está um pouco tímido ultimamente", afirma o diretor da Estação Ciência, José Antonio Visintin. "Meu sonho é que fique pronto em dois anos, mas a gente não pode prever a data exata."
Localizados na Rua Guaicurus, 1.394, na Lapa, zona oeste, os galpões da Estação Ciência vão receber um anexo de vidro, onde funcionará a entrada dos visitantes, além de dois elevadores em cada lateral do prédio. Como o edifício é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), as torres e o desenho arquitetônico não vão ser alterados. Serão trocados o telhado, o madeiramento e as redes elétrica e hidráulica.
Os trilhos da antiga Estação Ferroviária da Lapa (Fepasa), que desde o início do século 20 estão embaixo dos galpões, serão recuperados e darão espaço a uma exposição sobre a história da ferrovia. "Quero conversar com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e colocar vagões de verdade lá, porque foi um local importante para a cidade", afirma Visintin.
O anfiteatro da Estação Ciência também será reformado e terá capacidade para 250 pessoas. Lá, serão exibidos eventos culturais gratuitos para a população. "A ideia é que tenha atividade todos os dias e as pessoas possam assistir a peças de teatro, por exemplo, no horário de almoço", explica o diretor.
Enquanto o museu estiver fechado, as exposições itinerantes serão exibidas em presídios do Estado de São Paulo. A primeira já aconteceu na Penitenciária de Parelheiros, no fim de 2012. Outras 26 devem receber as mostras nos próximos dois anos.
Desafios. Para o professor Leandro Tessler, especialista em qualidade de ensino e pesquisa, a principal dificuldade do projeto será adaptar a linguagem das produções científicas ao público infanto-juvenil. "Não é óbvio em nenhum lugar do mundo traduzir o que é feito na academia para a linguagem do público e que as crianças saiam com a sensação de que entenderam o experimento. Eu quero muito ver isso acontecer", afirma.
Tessler aponta a aproximação da USP com a sociedade como a mudança mais significativa na nova Estação Ciência. "As pessoas estão curiosas para saber o que acontece na universidade e ela está respondendo a isso."
Para Roberto Leal Lobo e Silva Filho, reitor da USP na época em que a Estação Ciência passou a pertencer à universidade (antes era do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o museu merecia essa reforma há anos. "Era mesmo a hora de mudar e de avançar."

Vai ao exterior? Já vale check-in pelo celular

Atualizado: 25/03/2013 02:05 | Por NATALY COSTA, estadao.com.br

Vai ao exterior? Já vale check-in pelo celular

Antes restrito a voos domésticos, serviço começará a ser oferecido hoje pela TAM em Cumbica



Uma facilidade que já existe para passageiros de voos domésticos será estendida aos de voos internacionais: o check-in pelo celular. A partir de hoje, passageiros da TAM que embarcarem no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, para qualquer destino internacional menos os Estados Unidos já poderão entrar no avião sem papel, apenas com o celular - e o passaporte - em mãos. Hoje, no Brasil, nenhuma companhia que opera voos para fora do País oferece o serviço.
Vai ao exterior? Já vale check-in pelo celular  (Estadão)
O procedimento é o mesmo de fazer o check-in online, pelo site da TAM, que pode ser acessado tanto do computador quanto do tablet ou do smartphone. Uma vez feito o check-in, o passageiro solicita o envio de um código bidimensional para o celular, por SMS ou e-mail. Esse código passa a ser o cartão de embarque e basta ser mostrado ao funcionário na hora de embarcar.
O check-in pode ser feito de 3 dias a 2 horas antes do embarque - o que tira a necessidade de chegar com tanta antecedência ao aeroporto. Por enquanto, estará disponível em voos de Guarulhos para Frankfurt, Paris, Londres, Milão, Madri, Cidade do México, Lima, Buenos Aires, Santiago, Montevidéu e Caracas.
Segurança. Por exigência das autoridades americanas - que solicitam que as empresas sabatinem o passageiro no check-in, perguntando sobre itens levados na mala, por exemplo -, os voos para cidades americanas ficam de fora.
Segundo a TAM, o fato de o passageiro não precisar se apresentar no check-in não acarretará problemas de segurança - o passaporte será checado depois, pela Polícia Federal e por um agente da companhia, antes do embarque no avião.
Para quem viaja com mala, a companhia promete oferecer uma fila exclusiva para despacho de bagagens - o que já é praxe em voos domésticos. "Quanto mais as empresas melhorarem a experiência do passageiro, oferecendo rapidez e comodidade, melhor", afirma o diretor da Associação do Transporte Aéreo Internacional (Iata, na sigla em inglês) no Brasil, Carlos Ebner.
O sistema de cartão de embarque eletrônico não é suficiente - é preciso que a administradora do aeroporto tenha um leitor compatível com smartphones. Por isso, o projeto piloto dessa tecnologia é sempre em aeroportos grandes, como Cumbica.
Hoje, apenas 13 aeroportos pequenos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) exigem o cartão de embarque no papel, como o de São José dos Campos (SP) e o de Corumbá (MS).

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Acordo com PSC pode trocar pastor Feliciano por deputada

Atualizado: 25/03/2013 10:04 | Por João Bosco Rabello, estadao.com.br

Acordo com PSC pode trocar pastor Feliciano por deputada

Mais provável é que pastor renuncie; Antônia Câmara, evangélica e correligionária, deve assumir presidência



Acordo com PSC pode trocar pastor Feliciano por deputada
"Acordo vem sendo costurado desde que as manifestações contra Feliciano começaram"
Pode ser hoje ou amanhã, mas não deve passar desta semana a solução para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O mais provável é que o pastor Marco Feliciano (PSC-AC) renuncie em favor da vice-presidente da Comissão, a também evangélica e correligionária, Antônia Luciléia Ramos Câmara (AC).
O acordo vem sendo costurado desde que as manifestações contra a permanência de Feliciano no cargo inviabilizaram o funcionamento da comissão, com repercussão negativa para seu próprio partido, o PSC, e para a instituição legislativa. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) já concluiu que a eleição do pastor foi um erro político coletivo.
Já na quarta-feira passada Feliciano esteve a um passo da renúncia, única saída legítima para o impasse criado depois da publicidade de suas posições polêmicas em relação à questão racial, casamento gay, aborto e das cenas de mercantilismo religioso que protagonizou ao exigir de um fiel, mais que o cartão de crédito, sua senha, em nome de Jesus.
Acordo com PSC pode tirar pastor Feliciano da comissão (Estadão)Ele foi esperado para uma reunião com líderes de seu partido e o presidente da Câmara, mas deixou-os esperando depois de sugerir que entregaria o cargo. O PSC teme que além do desgaste, a polêmica atraia o Ministério Público e criminalize a condução da igreja onde o pastor faz sua doutrinação.
Por essência uma Casa eletiva, a Câmara não tem meios de destituir um parlamentar eleito para um cargo, por manifestar suas opiniões.
Por pior que sejam, só a renúncia torna legítima sua substituição, ainda mais já reconhecida a colaboração geral para que ocupasse a presidência da comissão. PT, PSDB e até PC do B abriram espaço ao PSC em troca de vagas em outras comissões.
Ajuda o processo de convencimento político exercido junto ao pastor, a favor de sua renúncia, a exposição de sua família e da igreja. Se outras movimentações de bastidores não alterarem as bases do acordo, o PSC mantém o cargo, que seria ocupado pela deputada do Acre.
Antônia é economista de formação e de perfil mais ameno e isento, segundo lideranças políticas envolvidas com o processo. Mas, a essa altura, a visibilidade ganha pela comissão pode exigir um nome mais sólido, de biografia mais confiável e com trânsito amplo nos segmentos envolvidos com a questão dos direitos humanos.
Trocando em miúdos, a polêmica suscitada pelas posições do pastor pode devolver à comissão a importância que os partidos lhe negaram, ao virar-lhes as costas.

Prefeitura quer terminal de ônibus na frente do Aeroporto de Congonhas

Atualizado: 25/03/2013 02:04 | Por CAIO DO VALLE, estadao.com.br

Prefeitura quer terminal de ônibus na frente do Aeroporto de Congonhas

Expectativa é de que ele fique pronto em até três anos e meio; na mesma região, já está sendo construída uma estação de monotrilho



Prefeitura quer terminal de ônibus na frente do Aeroporto de Congonhas
A Prefeitura planeja construir um terminal de ônibus na frente do Aeroporto de Congonhas, na zona sul. Se sair do papel, será o segundo equipamento voltado ao transporte público de massa erguido na área, hoje de difícil acesso a quem não usa carro ou táxi. O Metrô já começou a fazer perto dali uma estação de monotrilho, prevista para ser entregue no fim de 2014.
Segundo a Secretaria Municipal dos Transportes, o Terminal Jardim Aeroporto, que atenderá o futuro corredor de ônibus da Avenida 23 de Maio, terá área coberta de 13 mil m² e plataformas com 540 metros. A expectativa é de que fique pronto em até três anos e meio.
Por ora, não há informações sobre quantos passageiros devem ser beneficiados pelo terminal nem quantas linhas o servirão. Tampouco se será ligado à estação de monotrilho e ao aeroporto. A São Paulo Transporte (SPTrans) diz que os detalhes do empreendimento ainda dependem de estudos.
Na semana passada, foram lançados editais para contratar os projetos básicos deste e de mais dez terminais - todos nas zonas sul e leste -, além de 123 km de corredores de ônibus. A localização exata do terminal do aeroporto não foi informada, mas, pelo mapa anexado à licitação, será perto da esquina da Avenida Washington Luís com a Rua Vieira de Moraes. O terreno da antiga Vasp, atualmente desocupado, fica bem ao lado. Nas redondezas, também há um bolsão de radiotáxis. O terminal poderia ser montado em algum desses pontos.
Para o comerciante Valmir Paulo Ferreira, de 73 anos, a obra será boa. "Há anos, ali está totalmente abandonado, vazio." Ele arrenda uma lanchonete na Washington Luís. Uma de suas funcionárias, a cozinheira Maria Araújo, de 49 anos, que mora no Grajaú, na zona sul, usa diariamente ônibus para trabalhar. Em sua opinião, o terminal deverá facilitar sua vida. "Provavelmente, vou poder pegar o ônibus vazio."
O corredor previsto pela gestão Fernando Haddad (PT) para o corredor norte-sul terá 25,3 km. As obras devem começar no ano que vem. Para o projeto, estão previstos mais dois terminais além do Jardim Aeroporto: Jardim Miriam e Baronesa, também na zona sul.
Opções. Para especialistas, o corredor pode se tornar mais atraente que o monotrilho para quem quiser ir de transporte coletivo ao aeroporto. Isso porque a Linha 17-Ouro do Metrô inicialmente ligará Congonhas apenas à Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), fora de mão da região central. De monotrilho, quem está no centro terá de ir até o Morumbi para depois voltar ao aeroporto. A extensão desse ramal até o Jabaquara, onde se conectará com a Linha 1-Azul do Metrô, de mais fácil acesso a áreas centrais, ainda não tem data.

Candidatos fazem peregrinação por vaga no Supremo

Atualizado: 25/03/2013 02:06 | Por FELIPE RECONDO / BRASÍLIA, estadao.com.br

Candidatos fazem peregrinação por vaga no Supremo

Cerca de 40 pretendentes já se apresentaram para o posto de Ayres Britto, que se aposentou em meio ao julgamento do mensalão



Candidatos fazem peregrinação por vaga no Supremo O processo de escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) esvazia uma frase repetida há mais de um século nos meios jurídicos: cargo de ministro do Supremo não se pleiteia nem se recusa. Pelas contas de integrantes do governo, mais de 40 nomes já se apresentaram em busca da vaga, e a maioria é de candidatos de si mesmos. Eles se aventuraram a disputar a cadeira deixada no ano passado pelo ministro Carlos Ayres Britto, que se aposentou em meio ao julgamento do mensalão.
São presidentes de tribunais estaduais, juízes federais e estaduais, advogados, procuradores da República, integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ministros de tribunais superiores que seguem diferentes caminhos, alguns mais discretos, outros nem tanto (ver matéria ao lado), mas todos com o objetivo único: a unção da presidente da República, Dilma Rousseff.
Um dos integrantes dessa relação é o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES),
Pedro Valls Feu Rosa. "Fui convocado a colocar meu nome à disposição do Brasil em função de consenso dos meus pares no TJ-ES, do chefe do Poder Executivo Estadual - governador Renato Casagrande (PSB) - e dos membros da bancada federal capixaba", revelou o magistrado.
A peregrinação desses candidatos tem como destino os gabinetes do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do secretário-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos, do secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Caetano, do subchefe para Assuntos Jurídicos, Ivo da Motta, e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Fora do Executivo e das proximidades palacianas, o gabinete do ministro do STF Ricardo Lewandowski tem recebido sucessivos pedidos de audiência desde o final do ano passado. Muitos apostam que ele terá influência na escolha do novo ministro. Mesmo que ouçam o contrário do próprio Lewandowski.
O Estado pediu ao Ministério da Justiça, à Casa Civil e à Advocacia-Geral da União a lista de pessoas que pediram audiências para falar especificamente da vaga aberta no Supremo. No total, são 22 nomes de pessoas que se ofereceram para a vaga.
Somam-se a essa relação outros candidatos já mencionados em outras disputas. Seus nomes não constam dessas listas, mas alguns deles já procuraram por ministros do STF. Alguns argumentam que ministros do Supremo não indicam, mas podem até vetar nomes para a Corte. Nesse grupo estão conselheiros do CNJ, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desembargadores de tribunais de justiça, juízes federais e procuradores da República.
Problemas. Integrantes do governo afirmam que a estratégia de se colocar à disposição para a vaga no STF não chega a ser um pecado. Às vezes, disse um deles, até ajuda a conhecer nomes que eventualmente poderiam ser sabatinados para a vaga.
Quando, em 2011, a presidente Dilma Rousseff quis indicar uma mulher para a Corte, os assessores tiveram de analisar os nomes de todas as desembargadoras dos tribunais de todos os Estados e fazer uma lista com nomes palatáveis. Ao final, chegaram a quatro nomes. A ministra Rosa Weber, na época no Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi a escolhida.
A campanha começa a tornar-se um problema quando o candidato busca apoio político. O risco apontado é de o pretendente começar a assumir dívidas ou compromissos políticos. A ajuda que vem num primeiro momento pode tornar-se uma dívida a ser cobrada.

Zona do euro vai mal de saúde e depende da Alemanha

Atualizado: 14/03/2013 04:29 | Por estadao.com.br

Zona do euro vai mal de saúde e depende da Alemanha

Para ajudar a região, o governo alemão deve procurar aumentar sua demanda interna e apoiar uma união dos bancos



Artigo
"A crise do euro acabou. A crise na zona do euro é grave." Foi o que disse um político francês. O colapso incipiente no Chipre, que os líderes da zona do euro discutirão à noite, depois do jantar da cúpula da União Europeia em Bruxelas, talvez prove que ele errou por uma questão de dias. Entretanto, meu palpite é que provavelmente ele estará certo, pelo menos por um ano ou dois.
A Alemanha e o Banco Central Europeu fizeram o suficiente para convencer os mercados de que a zona do euro sobreviverá, por enquanto.
Mas muitas economias dessa área continuam em situação crítica. Algumas delas fizeram esforços heroicos, com resultados já visíveis. Na Espanha, por exemplo, os custos da mão de obra já baixaram e as exportações atingiram a maior alta dos últimos 30 anos. O sofrimento tem sido imenso, com 50% de desemprego entre os jovens, e os preços dos imóveis residenciais em queda de 30% a 40%. Mas, de algum modo, as pessoas conseguiram superá-lo. Isso também produziu efeitos políticos - literalmente, encorajou os catalães a se separarem do Estado espanhol - mas, no que diz respeito à política partidária convencional, o centro resistiu. Houve pouca retórica xenofóbica e os imigrantes praticamente não foram transformados em bode expiatório.
O que aconteceu na Espanha testemunha de maneira notável a capacidade de recuperação da política tradicional europeia, com seu compromisso quase instintivo à moderação, ligado a um desejo profundamente arraigado de continuar fazendo parte de um projeto europeu maior.
Mas por quanto tempo, meu Deus, por quanto tempo? Por quantos anos mais essas sociedades conseguirão suportar tais níveis de estresse socioeconômico, antes que sua política democrática chegue a extremos? Já vimos o risco com o sucesso eleitoral do partido ultranacionalista, xenofóbico e (o rótulo se justifica) neofascista Aurora Dourada, na Grécia. Muito diferente em gênero, mas maior em termos de impacto, é o impasse político italiano, decorrente da divisão dos votos entre o movimento de protesto do comediante de Beppe Grillo, Silvio Berlusconi e a esquerda, além de uma votação menor para o grupo "Monti para a Itália" de Mario Monti, e dos votos distribuídos de maneira diferente nas duas câmaras do Parlamento. Com o impasse entre as duas câmaras, a reforma encontra-se atualmente paralisada na terceira maior economia da Europa.
Em parte, isso era inevitável, mas se agravou em razão do erro humano em geral e do erro alemão em particular. Posso entender inteiramente a reação irritada dos eleitores alemães, no início, quando lhes foi pedido que salvassem outras economias europeias que se mostraram muito menos disciplinadas, menos dedicadas ao trabalho e produtivas do que eles, a fim de salvar uma moeda para cuja adoção os alemães nunca votaram. (Reduzindo seus custos da mão de obra, a Espanha está fazendo, num curso intensivo involuntário, aquilo que a Alemanha começou a fazer há uma década, por iniciativa própria). Eu próprio me sentiria dessa maneira. Posso entender a chanceler Angela Merkel e seus colegas mantendo-se firmes em sua opinião.
Mas fatos são coisas tenazes. Quando os fatos mudam, ou pelo menos ficam mais claros, as estratégias políticas precisam ser ajustadas de acordo. O dever dos políticos numa democracia liberal - que funcione corretamente - é reconhecer esses fatos e explicá-los para os eleitores, não para atrair os eleitores com promessas falsas. Eis um exemplo: os chamados "multiplicadores fiscais", ou seja, o impacto sobre o PIB (Produto Interno Bruto) de um corte (ou um aumento) dos gastos públicos.
Em períodos normais, quando muitos dos países com que você realiza negócios estão mostrando um bom desempenho, esse multiplicador por chegar a 0,2 ou 0,4 - isto é, o PIB declina entre 0,2% a 0,4% a cada 1% de corte da despesa pública. Mas quando praticamente todos estão em recessão, o efeito aumenta drasticamente. Esse foi o caso durante a Grande Depressão há 80 anos, como o historiador econômico de Oxford Kevin O' Rourke e seus colaboradores estabeleceram claramente. E é o caso novamente hoje, na nossa Grande Recessão, como economistas no FMI, União Europeia e outras instituições estão agora reconhecendo. Num período de ampla recessão, os multiplicadores fiscais podem subir acima de 1, de modo que um corte de 1% nos gastos públicos pode causar uma queda de 1,5% no PIB. O que altera de modo significativo o cálculo da austeridade.
Eis um outro fato, um pouco mais significativo, portanto mais contestável, mas determinante: o sofrimento provocado pelos ajustes é observado principalmente nos países periféricos do Sul da Europa e não no Norte europeu. Mas foram necessários os dois para criar esta confusão.
Devemos responsabilizar o tomador de empréstimo irresponsável do Sul, mas também o credor de vista curta no Norte - por exemplo, os bancos alemães. O que nos leva a uma outra afirmação, um pouco mais especulativa: a Alemanha tem mais a perder do que qualquer outro país no caso de um colapso da zona do euro. Segundo uma estimativa, a exposição dos bancos alemães aos devedores irlandeses, portugueses, espanhóis e gregos se eleva a 400 bilhões. O próprio conselho de assessores econômicos do governo alemão calculou que os prejuízos potenciais para os credores alemães na eventualidade de um colapso da zona do euro chegariam a 2,8 trilhões, superando o PIB anual da Alemanha, que é de 2,65 trilhões. Qualquer moeda que venha suceder o euro, seja o marco alemão ou um euro norte-europeu (Nordo ou Neuro), terá uma taxa cambial menos favorável para as exportações germânicas.
Não em razão de algum dogma keynesiano, tampouco por idealismo ou sentimentalismo com relação aos seus camaradas europeus, mas pelo seu próprio interesse nacional, a Alemanha precisa fazer mais. Deve aumentar sua demanda interna, apoiar uma união de bancos forte e adotar alguma medida como a proposta feita pelos seus próprios assessores econômicos, de uma mutualização limitada da dívida da zona do euro - com condições que sejam adequadamente severas. Em termos de política econômica de toda a zona do euro, ou mais precisamente, a adoção de medidas de natureza política que impulsionem a economia, o melhor momento para isso já passou. Foi o que chamamos de Momento Monti.
Como primeiro ministro, Mario Monti estava lutando bravamente para fazer a coisa certa na Itália, mas também insistindo para a Alemanha cumprir com sua parte. Os alemães não aproveitaram o momento, mas hoje eles têm mais uma chance. Aquele que for eleito o próximo chanceler nas eleições gerais em setembro, independente da coalizão, necessitará caminhar um pouco mais para salvar adequadamente a zona do euro.
As chamadas "eleições europeias" serão realizadas em junho de 2014, mas as eleições decisivas para a Europa serão as nacionais - e nenhuma delas é mais importante do que a da Alemanha.
Naturalmente é pura coincidência o fato de a Alemanha enfrentar esse desafio exatamente quando nos aproximamos do 100.º aniversário de 1914; mas é uma coincidência que revela também uma oportunidade histórica para uma liderança europeia construtiva por parte do poder central do continente. Vamos Alemanha. Agarre o que o historiador Fritz Stern chamou de sua "segunda chance" histórica e faça bom uso dela. / TRADUÇÃO TEREZINHA MARTINO E ANNA CAPOVILLA