sábado, 30 de março de 2013

Minas Gerais vive epidemia de dengue: 31 mortes

Minas Gerais vive epidemia de dengue: 31 mortes

Mineiros registraram 37.821 casos. Litoral paulista também tem situação de crise

O mosquito <i>Aedes aegypti </i>, que se desenvolve em água parada, é o responsável por transmitir a dengue
O mosquito Aedes aegypti , que se desenvolve em água parada, é o responsável por transmitir a dengue (AFP)
Minas Gerais vive uma epidemia de dengue. A doença causou 31 mortes e atingiu 37.821 pessoas nos três primeiros meses de 2013. A situação deve se agravar nos próximos dias porque boa parte das 148.351 notificações de suspeita da doença recebidas este ano pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) ainda está sob investigação.
Os números de casos confirmados e mortes causadas pela dengue em Minas Gerais superam os registrados em 2011 e 2012. O problema, segundo a SES, é agravado pela incidência do tipo 4 do vírus, que não circulava no estado há mais de 20 anos, o que faz com que pessoas mais jovens não tenham imunidade contra a doença.
Para receber pacientes com suspeita de dengue, a prefeitura de Belo Horizonte determinou que os catorze postos de saúde da capital funcionem durante todo o feriado da Semana Santa. Em balanço divulgado na última quarta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a cidade tem 5.760 casos confirmados da doença, sendo que duas pessoas morreram.
A secretaria informou também que foi descartada a suspeita de uma gestante de 26 anos ter sido vítima de dengue hemorrágica. A mulher, que estava grávida de oito meses, morreu na última terça-feira. A suspeita é que ela tivesse sido mais uma vítima da dengue. De acordo com a secretaria, a investigação epidemiológica confirmou que ela era portadora de corioaminionite (infecção que ocorre no período entre a expulsão da placenta à volta às condições anteriores à gravidez) e foi vítima de um choque séptico. O feto também não resistiu.
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Baixada santista — Depois de Santos e de Praia Grande, Cubatão acaba de decretar epidemia de dengue no município. Na última segunda-feira, a cidade atingiu o número de 262 casos da doença. Unidades básicas de saúde e prontos-socorros do litoral paulista vêm apresentando aumento considerável de atendimento de pacientes, todos com suspeita de dengue. Na semana passada, Santos confirmou o quadro epidêmico, com a ocorrência de 2.359 casos. Em apenas uma semana, houve um aumento de 97% de casos, somente em Santos, fato que preocupa as autoridades sanitárias.
Em Praia Grande, foram confirmados 859 doentes. No total, houve o registro de 4.168 casos da doença, em toda a região, que deve apresentar um crescimento da dengue nos próximos dias, tendo em vista o elevado número de pessoas que aguardam o resultado dos exames de sangue para confirmação do diagnóstico. No ranking da doença, São Vicente aparece em quarto lugar, com 277 casos, seguido por Guarujá, com 264. Até cidades menores, como Bertioga e Peruíbe, vêm se preocupando com o avanço da doença, após o registro de 86 e 35 casos, respectivamente.
Segundo informou a Prefeitura de Cubatão, o alerta foi feito na segunda-feira porque, de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, a epidemia só pode ser considerada a partir da ocorrência de 300 casos para cada 100.000 habitantes. Bastariam 241 confirmações para que a cidade decretasse a epidemia.
A situação, entretanto, é mais crítica em Santos, que decretou alerta máximo contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Mutirões semanais estão sendo desencadeados em diversos bairros, enquanto os agentes fazem operação pente-fino para eliminar os focos do inseto nos imóveis abandonados. Até força policial foi solicitada pela coordenadoria do programa de combate ao Aedes, na semana passada, a fim de entrar em um imóvel abandonado no bairro do Boqueirão, considerado área nobre da cidade. No local, abandonado há mais de dois anos, inúmeros focos do mosquito foram localizados. Dezenas de moradores dos prédios vizinhos contraíram a doença e vinham denunciando o possível foco na vizinhança, quando a Secretaria da Saúde solicitou apoio policial e contratou um chaveiro para entrar no imóvel.
Antes de chegar a esta situação, a prefeitura já havia encaminhado inúmeras intimações ao proprietário, que não respondeu à demanda. No ano passado, foram feitas 124 intimações, sendo aplicadas 21 multas. Só neste ano, em menos de três meses, já foram encaminhadas 69 intimações e aplicadas sete multas contra os responsáveis pela proliferação dos focos do mosquito.

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