Crise
Chipre não vai deixar a zona do euro, diz presidente do país
Nesta semana, o Prêmio Nobel Paul Krugman defendeu a sua saída imediata
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, sorri ao deixar reunião em Bruxelas
(Georges Gobet/AFP)
“O Chipre não tem intenção de deixar a moeda única europeia. De maneira alguma vamos colocar em risco o futuro do nosso país", disse o presidente. Segundo ele, a crise financeira foi "contida", após o acordo de 10 bilhões de euros de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE). Anastasiades acusou outros membros da zona do euro de fazer "exigências sem precedentes” que forçaram o Chipre a ser testado. O plano de resgate é o primeiro no bloco monetário da Europa a impor perdas a correntistas.
Após 12 dias fechados, os bancos cipriotas reabriram na quinta-feira sob fortes restrições. Em Nicósia, havia algum alívio com a reabertura dos bancos, mas também alguma apreensão. As filas de pessoas que tentavam sacar seu dinheiro eram grandes - a limitação de saque é de 300 euros (772 reais) por dia. Nesta sexta-feira, os bancos voltaram a funcionar em seus horários normais de trabalho, e não houve relatos de filas longas. Autoridades dizem que as regras emergenciais adotadas para limitar saques e impedir uma corrida aos bancos será temporária, mas economistas afirmam que será difícil revogá-las enquanto a economia estiver em crise.
Rejeição - Apesar de ser menos agressivo do que a primeira proposta, rejeitada pelo Parlamento cipriota, que taxava todos os depósitos do país, o plano sofreu forte oposição porque confisca parte de todas as poupanças acima de 100.000 euros. Nesta semana milhares de cipriotas saíram às ruas de Nicósia, capital do Chipre, para protestar contra o acordo, temendo que as medidas agravem a crise econômica e o desemprego.
O acordo selado em Bruxelas também prevê o fechamento do Laiki Bank (segunda maior instituição financeira do país) e sua divisão. A parte saudável do banco, formada por todos os depósitos garantidos pelo acordo com os credores, ou seja, inferiores aos 100.000 euros, passará a fazer parte do Bank of Cyprus, a maior instituição financeira do Chipre e que será reestruturada.
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