segunda-feira, 1 de abril de 2013

BC aumenta para 5,7% projeção para inflação em 2013

Relatório Trimestral de Inflação   VEJA

BC aumenta para 5,7% projeção para inflação em 2013

Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, eleva projeções para o IPCA, índice oficial da inflação, em 0,9 p.p. e distancia ainda mais a projeção do centro da meta do BC, de 4,5%

Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, durante reunião do bloco Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul) em Durban, na África do Sul
Declaração de Dilma sobre inflação na reunião dos Brics causou rebuliço no mercado (Alexander Joe/AFP)
O Banco Central (BC) elevou sua projeção de inflação acumulada em 12 meses acima de 5% para 2013 e 2014. Segundo o cenário de referência do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, a expectativa de inflação medida pelo IPCA (índice de preço ao consumidor amplo, apurado pelo IBGE) para 2013 passou de 4,8% para 5,7%. Para o ano seguinte, a elevação foi de 4,9% para algo entre 5,3% e 5,4%. Assim, a tendência antevista pelo banco é o indicador se distanciar ainda mais do centro da meta, de 4,5%.
Em 2011, o IPCA fechou no teto da meta, em 6,5%, e, no ano passado, ficou em 5,84%. Com isso, confirmado o cenário traçado pelo BC (dólar a 1,95 real e taxa Selic a 7,25%), o centro da meta não terá sido atingido ao longo de todo o mandato da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira, a projeção da inflação deve recuar a partir do terceiro trimestre de 2013. A projeção parte de 6,5% no primeiro trimestre de 2013, eleva-se para 6,7% no segundo trimestre, reduzindo-se para 6,0% e 5,7% no terceiro e quarto trimestre, respectivamente. Em 2014, o BC projeta uma tendência de desaceleração da inflação, atingindo 5,2% no segundo trimestre e, a partir de então, se posicionando entre 5,3% e 5,4% até o final do ano.
A mudança de postura da autoridade monetária do país vem um dia depois da desastrada declaração de Dilma, na cúpula dos Brics, na África do Sul. Ao dizer que "não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico", Dilma sinalizou, na interpretação de agentes do mercado, que a alta da Selic, a taxa básica de juros, não está no horizonte. A fala causou alvoroço no mercado.
Além disso, Dilma citou o Ministério da Fazenda – e não o Banco Central – no que diz respeito a "questões específicas de inflação". Mais tarde, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e a própria presidente da República voltaram a falar com a imprensa para tentar reverter os reflexos negativos das declarações no mercado. A presidente acabou culpando a imprensa de manipular sua declaração.
Na segunda-feira, o relatório Focus do BC mostrou que o mercado aposta em alta da taxa básica de juros em Selic para 8,5% em 2013. Atualmente, a taxa está na mínima histórica de 7,25%.
O índice IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, subiu 0,49% em março ante fevereiro - uma desaceleração, em vista dos 0,68% de aumento mensal registrados em fevereiro ante janeiro. O índice, contudo, registrou 2,06% de alta acumulada no ano, bem acima dos 1,44% registrados no primeiro trimestre do ano passado. Assim, o IPCA-15 avançou 6,43% em 12 meses e encosta no teto da meta do BC, de 6,5%. O centro da meta estabelecida para inflação no país é de 4,5%. Em fevereiro, o IPCA do mês cheio já havia chegado próximo ao teto, ao acumular 6,31% em 12 meses.
(Com Estadão Conteúdo)

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