sexta-feira, 22 de março de 2013

Academia Americana de Pediatria apoia casamento homossexua


Academia Americana de Pediatria apoia casamento homossexual

Entidade publicou estudo afirmando que o fato de serem criadas por casais homossexuais não impacta no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e sexual das crianças

Para a Academia Americana de Pediatria, viver com pais homossexuais não afeta o desenvolvimento saudável das crianças (Thinkstock)
A Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou nesta quinta-feira um documento apoiando o casamento homossexual, assim como direitos iguais à adoção e acolhimento familiar (em inglês, foster care, processo no qual a criança fica sob guarda temporária de uma família, com consentimento legal) independentemente da orientação sexual. De acordo com a organização, esta seria a melhor forma de garantir às crianças pleno acesso a seus direitos e benefícios.

Conheça a pesquisa

TÍTULO ORIGINAL: Promoting the Well-Being of Children Whose Parents Are Gay or Lesbian
ONDE FOI DIVULGADA: periódico Pediatrics
QUEM FEZ: Ellen C. Perrin e Benjamin S. Siegel
INSTITUIÇÃO: Academia Americana de Pediatria
RESULTADO: Para os autores, o fato de ser criada por pais homossexuais não influencia negativamente a criança. Além disso, a regulamentação do casamento homossexual ajudaria a garantir o acesso pleno a direitos para essas crianças.
A AAP realizou também uma revisão de literatura sobre o assunto, que analisou 60 artigos já publicados. A pesquisa, publicada online nesta quinta-feira, no periódico Pediatrics, leva em consideração prejuízos legais e relacionados à saúde que a ausência de legalização unificada para o casamento homossexual pode trazer às crianças.Casamento homossexual
O estudo menciona, por exemplo, o fato de que pais homossexuais podem ser impedidos, por questões legais, de visitar os filhos em hospitais ou participar de decisões relacionadas a procedimentos médicos aos quais as crianças serão submetidas.
Em relação às possíveis consequências para as crianças decorrentes do fato de serem criadas por casais homossexuais, os autores da pesquisa concluem, com base na análise de estudos publicados sobre o assunto nos últimos 30 anos, que esse fator não impacta seu desenvolvimento emocional, cognitivo, social e sexual. "Diversos fatores representam riscos ao desenvolvimento saudável da criança, como pobreza, depressão dos pais, abuso de substâncias por parte dos pais, divórcio e violência doméstica, mas a orientação sexual não é um deles", afirmam os autores.
Evidências – Um dos estudos citados, publicado em 2003 no periódico Developmental Psychology, analisou a relação entre mãe e filho de 39 famílias com mães homossexuais, 74 famílias heterossexuais e 60 famílias de mães solteiras heterossexuais. Os resultados não mostraram diferenças em relação a envolvimento emocional, frequência de conflitos e autoconfiança dos filhos. A avaliação foi feita com base em relatos de pais e professores das crianças. Problemas de comportamento foram mais relacionados a crianças que viviam com apenas um dos pais do que com crianças que viviam com ambos, independentemente da orientação sexual.
Para a Academia Americana de Pediatria, homens e mulheres casados são mais saudáveis física e emocionalmente e têm chances menores de apresentar comportamentos de risco, como abuso de drogas e álcool, o que, dentre outros fatores, contribui para a formação de um ambiente mais saudável para as crianças viverem. "O casamento contribui para a permanência e segurança (ingredientes básicos para o desenvolvimento saudável de uma criança). O casamento também é o mecanismo oficial da sociedade para conferir direitos, benefícios e proteção para casais, pais e seus filhos financeira e legalmente", escrevem os autores do estudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário