quarta-feira, 10 de abril de 2013

Política

Orçamento de Obama terá menos despesas sociais

Impostos para os ricos, porém, devem subir para reduzir déficit público

No discurso do Estado da União, Obama defendeu uma recuperação econômica com incentivos do governo
No discurso do Estado da União, Obama defendeu uma recuperação econômica com incentivos do governo - Charles Dharapak / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentará nesta quarta-feira seu projeto orçamentário para o ano fiscal de 2014, que contempla uma redução dos gastos em programas sociais em uma tentativa de conseguir o apoio dos republicanos e uma alta de impostos para os mais ricos.
A meta do projeto de Obama para o ano fiscal de 2014 - que vai de outubro de 2013 a setembro de 2014 - é conseguir uma redução do déficit público de 1,8 trilhão de dólares na próxima década, segundo a Casa Branca. Outro objetivo é que o déficit para este ano, que de acordo com previsões chegará a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), se reduza para 4,4% em 2014 e 2,8% em 2016.
O plano de Obama inclui mais de 2 dólares de cortes de despesas por cada dólar que o estado espera arrecadar mediante a redução de benefícios fiscais concedidos aos mais ricos, disse a Casa Branca ao antecipar alguns detalhes do orçamento.
"Queremos demonstrar que é possível reduzir o déficit de uma forma balanceada e continuar investindo na criação de empregos para a classe média", explicou na terça um alto funcionário da Casa Branca. "A questão é se os republicanos têm vontade de trabalhar conosco para a redução do déficit".


O corte de 400 bilhões de dólares no programa de saúde para idosos e aposentados (conhecido como Medicare) tinha como objetivo conseguir um acordo com os republicanos. A oferta de Obama também contempla uma redução de 200 bilhões de dólares em subsídios agrícolas e aposentadoria, assim como cortes de 200 bilhões de dólares em outros setores, como defesa.
Impostos - Por outro lado, Obama espera obter 580 bilhões de dólares em receita por meio de reformas tributárias. A mais importante é a conhecida como "regra Buffett", inspirada no milionário Warren Buffett, segundo a qual os lares com renda de mais de um 1 milhão de dólares ao ano devem arcar com impostos de pelo menos 30%. Além disso, o projeto do presidente pretende limitar os benefícios fiscais das famílias que estão entre os 2% e os 28% mais ricos do país.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse na terça-feira que o plano de Obama colocaria fim aos cortes automáticos de despesas no valor de 1,2 trilhão de dólares em 10 anos que estão entrando em vigor desde março e que foram planejados como medida de pressão para forçar um acordo orçamentário.
A proposta do presidente chega dois meses mais tarde do que é costume e sua meta é conseguir pela primeira vez em quatro anos que o Congresso aprove as contas federais a longo prazo. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, no entanto, afirmou na semana passada que o orçamento de Obama não convenceu seu partido. Boehner disse que os republicanos não aceitarão mais carga fiscal para os cidadãos e que a "modesta" economia em despesa social oferecida por Obama não é razão para tornar os republicanos "reféns de uma alta de impostos".
Estados Unidos

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