terça-feira, 26 de março de 2013

Gol tem prejuízo de R$ 1,5 bi e reduzirá capacidade doméstica

Gol tem prejuízo de R$ 1,5 bi e reduzirá capacidade doméstica

VEJA

Perdas registradas no ano passado foram 101% superiores às de 2011. Fim das operações da Webjet impactou resultado no quarto trimestre

Avião da Gol durante decolagem no aeroporto de Congonhas
Companhia aérea quer reduzir a capacidade doméstica em entre 8% e 10% no primeiro semestre de 2013 (Robson Fernandjes/AE)
A companhia aérea Gol registrou prejuízo líquido de 447,1 milhões de reais no quatro trimestre do ano passado - e de 1,512 bilhão de reais em todo o ano passado, informou a empresa nesta terça-feira. O prejuízo anual foi 101,3% maior do que o registrado em 2011, de 751,5 milhões de reais. Já a receita líquida caiu 5,1% na relação anual, para 2,12 bilhões de reais no último trimestre de 2012. Os principais fatores que influenciaram o quadro foram os custos decorrentes do fim das operações da Webjet e provisões para perdas, além de aumento do resultado financeiro negativo. No ano, a receita somou 8,103 bilhões de reais, alta de 7,5% frente os 7,539 bilhões de reais obtidos no ano anterior.
Em decorrência dos npumeros, a empresa quer reduzir a capacidade doméstica entre 8% e 10% no primeiro semestre de 2013 e em cerca de 7% no ano, ante os níveis de 2012. "A projeção reitera a estratégia de racionalização de oferta da companhia para 2013 e tem como objetivo atingir um crescimento mínimo de 10% no Rask (receita operacional) e a retomada das margens operacionais", informou em comunicado. A rask líquida no quarto trimestre subiu 10,5% ano a ano, resultado da estratégia de redução da oferta adotada desde março do ano passado, segundo a empresa.

A aérea estima ainda que alcançará um resultado operacional positivo no primeiro trimestre de 2013, superior ao resultado do mesmo período do ano anterior. As projeções, explicou a companhia, assume uma variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre 2,5% e 3%, uma taxa de câmbio média entre 1,95 real e 2,05 reais e ainda um Cask ex-combustível (custo operacional por assento disponível por quilômetro excluindo despesas com combustível) entre 9,7 e 10,3 centavos de real.

A Gol destaca, no entanto, que, em função dos impactos de um cenário macroeconômico adverso, as projeções financeiras poderão ser revisadas trimestralmente visando incorporar a evolução de seu desempenho operacional, financeiro e eventuais mudanças nas tendências de taxa de juros, câmbio, PIB e petróleo (WTI e Brent).
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Resultado - A companhia aérea também informou nesta terça-feira que o Ebitdar (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações somado ao valor dos custos operacionais com arrendamento mercantil de aeronaves e com arrendamento suplementar de aeronaves) ficou no negativo em 43,671 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante um valor positivo de 246,081 milhões de reais registrado no quarto trimestre de 2011. Em 2012, o Ebitdar ficou em terreno positivo e somou 258,049 milhões de reais, queda de 60,7% ante os 656,361 milhões de reais do exercício anterior.

A Gol disse ter contabilizado no balanço do quarto trimestre custos adicionais de 197 milhões de reais referentes ao fim das operações da Webjet e a provisões para perda com ativos. Enquanto isso, o resultado financeiro negativo cresceu de 70 milhões de reais para 128 milhões de reais. Se desconsiderados esses itens, o prejuízo operacional ajustado foi de 160,9 milhões de reais no período, com margem negativa de 7,6%.

"Os resultados financeiros de 2012 refletem o cenário desafiador vivenciado pela indústria aérea nacional nos dois últimos anos com um aumento anual no preço de combustível em 18 por cento, desvalorização do real frente ao dólar em 17% no ano, aumento acima de 30% nas tarifas aeroportuárias e baixo crescimento do PIB brasileiro", afirmou a Gol no demonstrativo de resultados.

O Ebitdar (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves) ficou negativo em 43,7 milhões de reais entre outubro e dezembro, comparado a resultado positivo de 246,1 milhões em igual etapa do ano anterior. A margem foi negativa em 2,1% ante 11% um ano antes. Em 2012 o prejuízo líquido atingiu 1,5 bilhão de reais, enquanto a perda operacional ajustada foi de 708,9 milhões de reais, com margem negativa de 8,7%.  Para o atual trimestre, a companhia afirmou prever resultado operacional positivo, acima do nível visto um ano antes.
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(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)


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