domingo, 7 de abril de 2013

Até onde a Coreia do Norte pode ir?

Extremo Oriente


Saiba quais são as armas que a ditadura asiática possui e os sistemas de defesa que podem ser usados para contê-la

Soldados da Coreia do Norte (e) e do Sul vigiam a zona desmilitarizada, que separa os dois países
Soldados da Coreia do Norte (e) e do Sul vigiam a zona desmilitarizada, que separa os dois países - Yonhap/AFP
A Coreia do Norte já disse que poderia atacar alvos americanos no Havaí, na ilha de Guam, no Pacífico, e até na área continental dos Estados Unidos. Na última semana, fontes do governo sul-coreano indicaram que Pyongyang havia deslocado um míssil para o litoral. Estimar até que ponto as ameaças podem se traduzir em perigo real tem sido a tarefa de especialistas em Coreia nas últimas semanas, diante da persistente tentativa da ditadura asiática de intimidar os Estados Unidos e seus aliados na região.


A opinião dominante é que a Coreia do Norte não teria nem capacidade nem interesse em atacar os EUA. “O risco de um conflito existe, não podemos descartar essa possibilidade, mas é algo que não interessa a nenhuma das partes”, disse ao site de VEJA Alexandre Ratsuo Uehara, doutor em ciências políticas e diretor acadêmico das Faculdades Integradas Rio Branco.
“O conflito hoje levaria uma reação da Coreia do Sul com apoio dos EUA que não daria qualquer possibilidade de vitória à Coreia do Norte neste conflito. Os norte-coreanos têm consciência de que esse conflito levaria a uma derrota e essa liderança não conseguiria se manter no poder”, acrescentou.




Ao longo dos anos, surgiram informações sobre diferentes projéteis desenvolvidos pela Coreia do Norte, mas não há provas de que o país tenha construído uma ogiva que funcione em mísseis de longo alcance – cuja existência também não é comprovada.
O alcance das versões do Scud-B e C (Hwasong) é bastante limitado, assim como do Nodong. “Nenhum desses sistemas pode atingir a ilha de Guam. Nem o Havaí ou as Ilhas Aleutas”, disse à agência Reuters Greg Theilmann, que trabalhou no Departamento de Estado americano.
A vizinha do sul, obviamente, é a que deve estar mais atenta às movimentações do Norte. As lembranças do bombardeio à ilha de Yeongpyeong em 2010 ainda estão presentes - dois militares e dois civis foram mortos. No caso de um conflito na península coreana, os Estados Unidos, que mantêm 28.000 soldados em território sul-coreano, serão aliados cruciais.


Diante das ameaças da Coreia do Norte, os EUA estão reforçando suas defesas. Para a ilha de Guam, no Pacífico, o governo americano decidiu deslocar um avançado sistema de defesas antimísseis conhecido como Thaad. Com isso, demonstra que não pretende dar espaço para surpresas, como indicou o chefe do Pentágono, Chuck Hagel. “É necessário apenas estar errado uma vez e eu não quero ser o secretário de Defesa que estava errado”.

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