sexta-feira, 29 de março de 2013

Irã oferece 'pacote de propostas' em diálogo com potências

Diplomacia

Irã oferece 'pacote de propostas' em diálogo com potências

O governo de Teerã diz que pode contemplar a paralisação do enriquecimento de urânio a 20% - em troca da suspensão de todas as sanções internacionais

Países participam das negociações de Almaty, no Cazaquistão
Países participam das negociações de Almaty, no Cazaquistão (Stanislav Filippov / Reuters)
O Irã vai fazer uma nova oferta às potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) sobre seu controverso programa nuclear nas negociações de Almaty, que começaram nesta terça-feira, no Cazaquistão. O objetivo é superar as divergências entre as partes, informou à agência France-Presse uma fonte ligada à delegação iraniana.
"Preparamos nossa própria oferta com várias versões diferentes. Em função da oferta feita pelo grupo 5+1, apresentaremos uma de nossas versões", afirmou a fonte, acrescentando que Teerã pode contemplar a paralisação do enriquecimento de urânio a 20% em troca da suspensão de todas as sanções internacionais, em particular as do Conselho de Segurança da ONU.


Segundo a TV estatal iraniana, o país vai oferecer um "pacote abrangente de propostas" durante as negociações nucleares com as potências mundiais, e as propostas podem mudar dependendo das ofertas do grupo 5+1. Diplomatas ocidentais adiantaram que as potências ofereceriam alívio das sanções sobre o comércio de ouro e metais preciosos se o Irã fechar a usina subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow.
Diplomatas esperam que a última rodada de negociações vai quebrar o impasse sobre as atividades nucleares do Irã, que os Estados Unidos e seus aliados suspeitam que têm a intenção de desenvolver armas, acusações que Teerã nega. O programa nuclear iraniano é alvo de uma série de sanções internacionais nas áreas econômica, comercial e financeira, além de militar.


Esta foi a primeira reunião em oito meses entre o Irã e seis grandes potências mundiais, e nesse período a República Islâmica expandiu as atividades que o Ocidente suspeita que possam levar ao desenvolvimento de armas nucleares. As negociações em Almaty, que se seguem a encontros inconclusivos no ano passado em Istambul, Bagdá e Moscou, devem ir até quarta-feira.

Mas, num momento em que a elite política iraniana está preocupada com as disputas que antecedem à eleição presidencial de junho no país, poucos acreditam que a reunião resultará em alguma solução para o impasse, que já se arrasta há uma década. "Ninguém espera ir embora de Almaty com um acordo totalmente concluído", disse um porta-voz de Catherine Ashton, chefe de política externa da União Europeia.
(Com agências France-Presse e Reuters)

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